Os (pseudo) liberais portugueses são as pessoas mais utópicas que conheço… para além disso pensam (coitados) que ser liberal é sinónimo de ser daquilo que se convencionou ser direita.
Não podiam estar mais enganados… Se olharem para o lado de lá do Atlântico, os liberais sempre foram conotados com a esquerda. Daí a queixa dos fanáticos evangélicos contra os “liberal media”. Se olharem para o lado de cá do Atlântico e souberem um bocadinho de história (ah, a história… é a basezinha, a história) saberão que os liberais foram os antepassados dos trabalhistas no sistema britânico de governo.
Ser liberal não é necessariamente sinónimo de ser de direita, o que revela, à partida, que os, insisto, pseudo liberais portugueses, não fazem ideia do que se estão a chamar a si mesmos…
Mas há mais:
Os, repete-se, pseudo liberais portugueses criticam a esquerda por ser idealista e hipócrita e pseudo intelectual.
Os pseudo liberais acusam alguém de ser pseudo alguma coisa…
Os senhores que acreditam que o mercado, só o mercado ou o mercado com um bocadinho de Estado, seria capaz de resolver todos os problemas do país…
Depois a esquerda é que é idealista…
Os liberais querem reformar o Estado e acham que com uma nova Constituição (sem conhecer, muitos deles, sequer a que temos) tudo estaria bem, no melhor dos mundos.
Depois a esquerda é que é idealista…
Acham que o problema está nos sindicatos, que os nossos empresários estão acima de qualquer suspeita…
Depois a esquerda é que é idealista…
O problema é que muitos deles, por baixo da capa do liberalismo, são profundamente conservadores… o que é uma contradição nos seus próprios termos.
Outros, intitulando-se liberais, dizem ser de direita, ou seja, defendem, ao mesmo tempo, a liberalização da sociedade e, ao mesmo tempo, o conservadorismo.
Em ambos os casos, depois a esquerda é que é hipócrita…
Não se pode ser, ao mesmo tempo liberal e conservador… é o mesmo que ser um bacalhau e uma galinha ao mesmo tempo.