sexta-feira, outubro 31, 2003

Batem leve levemente

Como quem chama por mim, mas neste caso e mesmo a chuva. Viva o Inverno. Ate que gosto bastante desta altura do ano mas o que nao gosto nada e de andar com chapeu por isso la me vou habilitando a levar com ela. Sou daquelas pessoas que gosta de estar em casa no quentinho enquanto la fora o vento sopra que nem doido( e mais qualquer coisa nas asas do turbilhao) e a nossa amiga chuva deixa-nos todos molhados e temos aquela maldita sensacao de frio e a roupa pega-se ao nosso corpo. Agora fora de casa tambem nao me importo muito, desde que me encontre seco e com o cabelo minimamente em condicoes, gosto especialmente de estar no carro a ouvir uma daquelas musicas que considero do meu agrado (e bom gosto) e tenho a oportunidade de molhar os pobres dos transeuntes que tem a infelicidade de se encontrarem por perto de uma poca. E a vida.

Estilo e Substancia.

O corpo lugar do estilo e a alma espaco da substancia. Uma revista que julgo ja extinta - a Icon- tinha como feliz subtitulo este: Estilo e Substancia. Se lancassemos uma discussao a volta do tema seriam muitos os apologistas de um ou de outra. Tal como muita tinta fez correr em seculos nao tao passados o elogio da alma em detrimento do corpo e vice-versa. Discussao inutil esta (se alguma discussao o for) porque as conclusoes seriam as mesmas do debate corpo/alma: A visao do todo interligado emergiria. Se no campo da reflexao teorica a discussao se encerra com facilidade, no olhar pratico a coisa complica-se. O estilo raramente esta associado a substancia, e esta quando existe desvaloriza o estilo ao confundi-lo com futilidade. Encontra-se estilo em pouca substancia (o que faz questionar da verdadeira presenca do estilo) e substancia em pouco estilo (o que faz questionar da origem da substancia) a menos que se considere a monotonia, o cinzentismo, a fealdade, o melindre como exemplo de estilo aceitavel. Uma definicao geral de substancia apontaria para a presenca do pensamento de forma elaborada e fundamentada e estilo como sinonimo de criatividade, beleza e imagem. Desta forma seria o estilo o cartao de visita da substancia, o seu prenuncio. Podem nao ser mais que resultado de escolhas pessoais; mais ainda: subtis diferencas singulares e irrepetiveis nao detioradas pela cega passagem do tempo bem como pela influencia castrante de uma sociedade com poucas ideias. Havera melhor convivencia que a partilhada com a beleza e a inteligencia? Ainda que sejam sinonimos bastante menos abrangentes, bastante mais subjectivos e ate limitadores, nao sera legitimo 'ousar' dize-lo como analogia? Busca dificil aquela de quem se propoe identificar estilo e substancia intimamente ligados, seja na mulher, na musica, num livro, num filme, num pais, numa cidade, no eu.
INSTANTES


Se eu pudesse viver novamente a minha vida, na próxima trataria de cometer mais erros.

Não tentaria ser tão perfeito, relaxaria mais.

Seria mais tolo ainda do que tenho sido, na verdade bem poucas coisas levaria a sério.

Seria menos higiênico.

Correria mais riscos, viajaria mais, contemplaria mais entardeceres, subiria mais montanhas, nadaria mais rios.

Iria a mais lugares onde nunca fui, tomaria mais sorvete e menos lentilha, teria mais problemas reais e menos problemas imaginários.

Eu fui uma dessas pessoas que viveu sensata e produtivamente cada minuto da vida, claro que tive momentos de alegria.

Mas se pudesse voltar a viver, trataria de ter somente bons momentos.

Porque, se não sabem, disso é feita a vida, só de momentos, não percas o agora.

Eu era um desses que nunca ia a parte alguma sem um termômetro, uma bolsa de água quente, um guarda-chuva e um pára-quedas. Se voltasse a viver, começaria a andar descalço no começo da primavera e continuaria assim até o fim do outono.

Daria mais voltas na minha rua, contemplaria mais amanheceres e brincaria com mais crianças, se tivesse outra vez uma vida pela frente.

Mas já viram, tenho oitenta e cinco anos e sei que estou morrendo.

(Jorge Luís Borges)

terça-feira, outubro 28, 2003

Revolutions

Para a semana (5 Novembro) estreia mundial do ultimo filme na saga Matrix, se sao fas como eu de certeza que mal podem esperar pela conclusao da trilogia.
The first Matrix film was a revolution in itself, setting a new standard for the special effects driven action film. The Matrix Reloaded was, for most people, a massive disappointment. Clunky, overblown and just not exciting, it failed to live up to the expectations of the audience. Can The Matrix Revolutions recover the credibility of the franchise? Espero que sim. At the end of Reloaded, Neo (Keanu Reeves) saved Trinity (Carrie Anne Moss) and took another step further in his quest for truth and the salvation of the human race. Unfortunately this has left him drained of his power and stuck somewhere between the Matrix and the Machine World. While Trinity watches over his body (in another coma), Morpheus (Laurence Fishburne) has to come to terms with the revelation that the One is just another trick of the Matrix architects to control the pesky humans. With the machines trying to destroy Zion and the rogue Agent Smith (Hugo Weaving) trying to destroy everything, will Neo be able to save the world once and for all? Eis a questao, se querem ver mais, What is the Matrix?

Eles vem ai

Reparei que o governo quer facilitar a circulacao de pessoas entre os dois paises. Atribuicao de vistos. Tirem as vossas conclusoes.

A Vingança.

A uma certa professora que tive gostava de lhe colocar à frente o poema abaixo transcrito e obriga-la a escrever dez páginas sobre o mesmo. E a seguir explicar-lhe que no meio da cupidez das 'interpretacões poéticas exaustivas' se perde o simples e essencial prazer de ler. E isso é o que deve ser transmitido ao aluno.
N O M E I O D O C A M I N H O

No meio do caminho tinha uma pedra
tinha uma pedra no meio do caminho
tinha uma pedra
no meio do caminho tinha uma pedra.

Nunca me esquecerei desse acontecimento
na vida de minhas retinas tao fatigadas.
Nunca me esquecerei que no meio do caminho
tinha uma pedra
tinha uma pedra no meio do caminho
no meio do caminho tinha uma pedra.


Carlos Drummond de Andrade.




O Trio.

Porque e que a CGTP, a Opus Gay e a Fenprof (nao necessariamente por esta ordem), aparecem muitas vezes associadas numa daquelas manifestacoes onde se poem aos gritos defendendo elevados valores humanos? Ouvir a parvoice de cada uma destas associacoes ate se aguenta agora as tres AO MESMO TEMPO parece-me demais! Coloque-se por hipotese um metalomecanico, um gay (mas ja fora do armario) e uma professora de musica a conversa e veja-se o que podera acontecer:

1. O gay ja esta a levar com o maçarico no cu porque descaiu-se e chamou fofo ao metalomecânico.
2. Num momento de mais acesa discussao o metalomecânico manda a professora de musica para casa tratar dos filhos 'que era onde ela devia estar'.
3. A professora fala nos maus exemplos da sociedade referindo-se subtilmente ao gay.
4. Cada um fala para si, porque sao todos pobres de espirito e nao se percebem uns aos outros, mas como se sentem acompanhados está tudo bem.

Eu, por cautela, voto na ultima hipotese.

segunda-feira, outubro 27, 2003

Emocao

A adrenalina ja era alguma, isto a pouco tempo atras, quando me encontrava no comboio de regresso a casa depois das aulas.
O porque perguntam voces, simples, acontece que nao me encontrava em posse de bilhete valido, algo que talvez pensem nao tao meretorio de preocupacao, enganam-se, raras sao as vezes em que o pica nao aparece. Ora bem tendo eu que fazer uma viagem total de sensivelmente 40-50 minutos (ida) nao reparei que o bilhete semanal que havia comprado para a minha primeira semana de aulas tinha expirado exactamente no dia anterior e qual foi o meu espanto quando so reparei em tal facto aquando da chegada do comboio. Tendo-se isto passado de manha nao estava nada com paciencia de ficar ao frio, imaginem aqui o tempo, a espera do proximo (chegando assim atrasado),pelo que decidi arriscar. A ida ate se fez sem pica a vista, pelo que respirei de alivio quando cheguei ao destino. Quando regressava e quando ja estava quase a sair na minha paragem quem e que nao tinha que aparecer, exactamente, o raio do pica e logo agora, ja repararam que e sempre assim, mas nao podia fazer nada la teria que encara-lo, e o que e que aconteceu. Deixem-me acrescentar que isto para mim nao era o fim do mundo, quanto mais teria que pagar um bilhete, mas porra por que teria que pagar agora que estava quase a sair, para alem do mais viajo bastantes vezes e ja me chulam no custo (ao qual nao corresponde o servico), portanto tive que arriscar, mostrei o bilhete que tinha (nao pensavam que tinha deitado fora) e apliquei um pouco daquela tecnica de mao em que dificilmente se deixa ver muito bem, tive sorte, resultou. Ora para isto outros factores tambem ajudaram, como o facto do pica ja ter uma certa idade, acontece tambem que ele estava com alguma pressa pois havia mais pessoas para ver, sendo que mostrei o bilhete em momento oportuno (quando pedia o bilhete a outros) e como nao o viu fisicamente em sua mao so conseguiu ve-lo um pouco ao longe e assim como de relance. Com isto tudo la consegui chegar sao e salvo a casa.
Mas a conclusao que tirei e que ja nao tenho idade para estas coisas, nao que seja muito velho mas simplesmente porque ja nao tenho vida para essas aventuras, tempos houve em que sim e o fazia sem grandes preocupacoes mas hoje em dia prefiro aventuras de um outro tipo.

Nova contribuicao

Antes de mais quero agradecer aos meus colegas bloguistas a oportunidade de poder dar o meu contributo para este blog.
Espero aqui poder compartilhar opinioes e pontos de vista, opinar sobre situacoes e experiencias pessoais, enfim aquilo que se me passar na cabeca e der vontade de escrever.
Acrescento desde ja o facto que me encontro a viver em Inglaterra pelo que poderei ver o que se passa por Portugal de maneira diferente, explicando asim o meu interesse (ou falta do mesmo) por certos assuntos e modo de analise. Como tal aproveitarei este espaco para os mais variados assuntos (do meu interesse) mantendo desta forma o contacto com pessoas que considero minhas amigas. Para todos um bem haja e vemo-nos por aqui (para alem dos outros meios de contacto), voces sabem ao que me refiro.


A importância da História, ou o que é que correu mal no Iraque

Eu sempre gostei de História... sim, eu sei que para a maioria das pessoas é uma das coisas mais chatas que existem, mas eu sempre gostei. Um dos motivos desse meu gosto e interesse é ter-me apercebido que aquele velho chavão de que a história se está sempre a repetir é absolutamente verdade. Senão vejamos: imaginemos um paÃís onde até à algum tempo no passado um tirano com um poder absoluto controlava todos os poderes, onde não havia liberdades e onde o clero controlava todos os aspectos da vida. Mas calma, pois a determinada altura esse país foi libertado por grandes defensores da liberdade, liderados por um homem baixo e provinciano. Sim acertaram, estou a falar do Portugal de 1800. Hã, não acertaram?! Pois acreditem que tudo isto é verdade. Quando os soldados franceses a mando de Napoleão (que era corso e media 1,60 no máximo) marcharam através do nosso paí­s, oficialmente faziam-no para nos libertarem de um tirano absoluto e instalarem aqui os valores da fraternidade, igualdade e liberdade. É claro que pilharam, mataram, violaram e só queriam ter acesso aos nossos portos, colónias e recursos naturiais mas isso não os impedia de se intitularem "libertadores" enquanto ocupavam o nosso país. Então nós, que sempre fomos um bocado ingénuos na nossa polí­tica externa pedimos ajuda aos ingleses. Lá tivemos que levar com mais uns "libertadores" que queriam tanto o nosso bem que depois de nos terem transformado numa quase-colónia foi uma chatice para se irem embora (não sei se se lembram do "Felizmente à Luar" do Sttau Monteiro que é sobre o Gomes Freire e outros mártires da pátria. Sim, também os chamamos assim e não somos nemhum país islamico, a que é que acham que o Campo dos Martires da Pátria deve o seu nome?).
"Mas," perguntas-me tu "achas que os americanos conhecem assim tanto a História de Portugal para perceberem que um país nunca é bem libertador de outro, mas mais ocupante?"
Tens toda a razão, os americanos não devem conhecer este episódio da História por isso vou, só muito brevemente, citar outro: Outro tirano com poder absoluto, que ameaçou os seus vizinhos e os invadiu militarmente, que esmagou as minorias étnicas do seu país, entre outros feitos. Sim, estou a falar de Milosevic, o ditador da Jugoslávia. E como é que ele caiu? Depois de um processo eleitoral onde os grupos da oposição iam coligados (por pressão da UE e dos EUA) os quais fizeram campanha com dinheiros americanos e europeus e ganharam tão claramente as eleições que quando o ditador o tentou negar o povo levantou-se em revolta e derrubou-o. Meses depois era entregue à  justiça (ao contrário de outros senhores). Foi o próprio povo do pai­s que se revoltou, não foi preciso ocupação militar estrangeira. Não imaginas o bem que isto faz ao ego de um país, e evita assim... guerras... É só o que eu acho, não sei, mas lá que a História nos ensina umas coisas engaçadas lá isso...

sexta-feira, outubro 24, 2003

Já reparou...

Já reparou que estou a escrever no meu blog? E nem sequer é a obrigação legal do cargo para o qual eu fui eleito... mas e daí, eu não quero ser Presidente da República sem nunca ter feito nada de relevante para essa República (a não ser umas palmeiras na Figueira e alcatrão em Lisboa). Custo: horas de sono.
Mais uma iniciativa minha, que não aproveito obras dos particulares para me autopromover com dinheiro público.
Eu, sempre a pensar em si...

quarta-feira, outubro 22, 2003

Propinas

Ok, aqui vai porque é que eu não concordo com o aumento das propinas. Eu concordo que se pague propinas mas um aumento de 140% num ano é brutal. para além disso queria só chamar a atenção para os seguintes factos:
-Nem todos os gajos com dinheiro são inteligentes, logo há pessoas com capacidades que vão deixar de frequentar o ensino superior por causa deste aumento;
-A acção social não funciona e nunca funcionou, a não ser para meia dúzia de gajos que consegue enganar os serviços (a tipica chico-espertice que não percebe que enganando o Estado se está a enganar todos nós);
-Aliás aquela lei de acção social do "ninguém vai ficar de fora" ainda não foi regulamentada, por isso não vai começar a ser aplicada a tempo deste ano lectivo;
- O dinheiro das propinas não devia ir para despesas correntes, mas para de investimento... para além de isto ser uma piada em que ninguém acredita, não se pode confirmar porque as faculdades guardam os orçamentos supostamente públicos a sete chaves;
-Há direito de resistencia a leis e impostos injustos (arts. 22º e 113º CRP);
-Eu depois de um curso superior, se me conseguir empregar vou pagar muito mais impostos do que pagaria sem esse curso (é simples, é só ver a educação como investimento em capital humano a longo prazo e não como despesa);
-Os teus impostos também servem para tapar um buraco numa estrada na Madeira por onde nunca hás-de passar, é o que se chama investimento público para o bem comum;
-O aumento de propinas não vem acompanhado de uma descida dos impostos;
-Gosto de pensar que um curso não se compra, conquista-se o direito a frequentá-lo;
-O nosso país é aquele com uma menor percentagem de licenciados da UE (e estamos atrás de muitos dos que vão entrar)
-etc...................................

Politica

É triste ver o PS sem rumo a ir atrás de um processo sobre o qual a única coisa a dizer é que está ainda só na fase de instrução (ainda não começou nenhum julgamento, pelo menos no mundo do Direito, quanto aos media...). Entretanto um orçamento draconiano passa-lhes ao lado. Porque é que a direita só liga à economia? Durante os governos socialistas a posição do nosso país no ranking das Nações Unidas para o desenvolvimento humano subiu 4 lugares. Actualmente desinveste-se na saúde, na segurança social, na educação (é curioso que sobe a da cultura, será que não é preciso educação para perceber esta cultura, ou só os ricos que andam em colégios é que têm direito a perceber a cultura?).

Cinema

Gostava de recomendar o filme Dogville, que veio reforçar a minha crença que as pessoas lá no fundo são profundamente egoístas... a sério, somos todos egoistas, deve ser genético. De caminho leiam "O senhor das moscas", que mais que um livro é a explanação de uma ideia, desta ideia.

segunda-feira, outubro 20, 2003

Noite.

A noite é essencial. Portugal é um pais com pouca noite, com muita luz, com demasiado Sol. O dia irradia actividade, correria, ambicão de omnipresenca, passos andados, minutos passados, conversas adiadas, acenos ao longe, pior ainda, proporciona desculpas para o não. Porque de dia nunca se pode. Não há tempo. Que a noite passe o mais rapidamente possivel, que chegue o dia, esse dia palco principal da encenacão efémera da vida, onde eu me desencontro de mim e do outro, onde as relacoes sao de conveniência e nao de convivência, onde os desejos sao adiados sine die, onde eu, aliás sempre eu, o eu como um outro, onde eu nao me enfrento. A moralidade asfixiante das convecções está, de dia, mais vigilante que em nenhuma outra altura. De dia é facil viver, o barulho absorve-nos, a multidao protege-nos, a alma abandona-nos e fica um corpo andante, quase para sempre expurgado da alma se nao sobreviesse a noite que provoca a uniao do todo. A noite provocatória. Mas a uniao desfaz-se de novo porque quando finalmente estamos prestes a aproveitarmo-nos tomamos um pequeno quimico branco e adormecemos. Mas aqui a alma rebela-se, expressa a sua revolta, a actividade mental torna-se frutifera uma unica vez desde que nos levantamos, as imagens disformes surgem-nos no ecrã da mente como um derradeiro grito de socorro, e sonhamos. Sonhos esquecidos de dia. Mas a noite.

-A noite das estrelinhas, da lua cheia, da procura dos planetas, da beleza do céu?
-Nao. Que se lixe essa noite. Essa noite apenas provoca alienacao, não o queremos.

Facamos ao contrario: se dia andamos na Lua de noite andemos na Terra.
De dia a claridade ofusca o olhar, de noite prescruta-se, os olhos bebem, os sentidos despertam da dormência diurna e a sua sensibilidade aumenta. De noite tudo pode ser lascivia e seducão, a amizade so pode ser verdadeira, o riso multiplica-se, o amor é intenso porque a intimidade é real. As pessoas olham-se nos olhos. A noite proporciona a comunhao perfeita do corpo com a alma e a fonte de onde brota a forca criativa é inesgotavel. Somos mais permeáveis ao belo e a arte, basta que deixemos. Nao compôs Nocturnos, Chopin? Aproveitemos a noite para nos conhecer, para conhecermos. A noite significa a vida à solta, sem redeas, o homem pode ser deus e tratar-se e tratar o outro como tal. Varios deuses juntos celebrando a vida num festim jubiloso. A noite ilumina a oportunidade da reconciliacao e deixa emergir o verdadeiro ser de cada um, seja ele grandioso ou insignificante. Se se quer conhecer um semelhante procure-se a noite e julgue-se com propriedade. E por isso a noite provoca medo e nao o dia.

domingo, outubro 19, 2003

Em casa de Ferro, espeto de pau.

Disse Ferro Rodrigues nos Acores, numa alusao a questoes que lhe dizem directamente respeito, que o populismo e uma ameaca a democracia. Mas eu acrescento: Ferro Rodrigues tambem e uma ameaca a democracia, ou nao o sao as tentativas de intromissao e manipulacao obvias de processos judiciais em curso? Aqui permito citar-me: o desenrolar etico das relacoes humanas que estabelecemos ainda se situa ao nivel do adro de igreja , ora quando se transportam estes comportamentos para o exercicio do poder a situacao piora de aspecto e tem repercussoes que podem ir da simples desconfianca dos cidadaos ao... populismo!
Portugal desenvolve-se com muita dor.
(E a falta dos acentos, pede-se desculpa.)

Da incapacidade de ser amado ( e de amar)

e das suas expressoes visiveis, a fealdade, fala-nos Antonio Munoz Molina na sua compilacao de contos 'Nada do Outro Mundo':

'Havia qualquer coisa de cinzento na cara dela, em toda a sua pele, e tambem na expressao dos seus olhos, qualquer coisa que a tornava refractaria a qualquer acaso e a qualquer entusiasmo, e eu creio, que era precisamente nisso que estava a sua fealdade. Ha mulheres feias, da mesma forma que ha homens feios e criancas, caes e gatos feios, mas, exceptuando certas variedades monstruosas, e possivel que quase toda a gente, homens, mulheres, criancas e caes, possa chegar a ser atraente: basta que nos amem durante alguns minutos para que nos tornemos belos. Mas ha pessoas, ha homens, mulheres, criancas, caes, inclusivamente edificios e cidades inteiras, ate paises que por qualquer motivo rejeitam ferozmente a possibilidade de beleza e da oferta casual ou gratuita de ternura, e por conseguinte sao feios, de uma fealdade irreparavel, de uma fealdade sem misericordia, refractaria a tudo, ao amor, a higiene, a prosperidade, de uma fealdade medular, vingativa, vigilante, perversa.'

quinta-feira, outubro 16, 2003

Hard-Post/Post Nao Alinhado.

Ja se sabe. Os frustradotes com os testiculos demasiado pesados ou no correspondente feminino com a greta poucas vezes bombeada andam sempre muito nervosos, pouco relaxados, com uma ultra-sensibilidade que desemboca na simples indiferenca. Tomam o acessorio como essencial e o essencial como acessorio. Baralham-se. Riem-se nervosamente e constroem um principio da realidade que os esmaga. Ora, para que a energia sexual sublimada nao se torne preponderante na vossa vida psiquica, tomem la.

Livros.

O Observer elaborou uma lista com os 100 melhores romances dos ultimos seculos. Ja que nao se pode ler tudo que se va lendo o melhor...

quarta-feira, outubro 15, 2003

Tony Blair

QUANDO O DISCURSO DEFINE O HOMEM

O discurso de Tony Blair foi um acerto de contas com o destino. O Primeiro-Ministro britânico arrebatou o congresso do New Labour e prepara-se para reconquistar os britânicos. Dum discurso para a história – e o tempo se encarregará de do dizer – ressalta a coerência em matéria de política internacional – afinal o nó górdio político do momento – e a frontalidade nas opções.
Ao assumir a sua opção quanto à intervenção no Iraque, Blair sustenta que a grande ameaça que o século XXI enfrenta é do terrorismo difuso. Num momento em que seria mais fácil emendar a mão política, Blair preferiu o caminho mais difícil: o do realismo.
Tony Blair poderá não conseguir a eleição para um terceiro mandato, mas entrou já no universo dos grandes políticos da nossa era. Importa aqui recordar que a consistência ideológica da intervenção no Iraque foi sendo construída mais pelo Primeiro Ministro britânico do que pelo Presidente americano.Numa Europa em que escasseiam os grandes líderes – sobretudo os líderes de convicções fortes, visionários – Tony Blair conquistou um espaço por direito próprio.


Este texto pode ser encontrado no anjo do mundo mas parece-me tao lucido e acertado que fica bem em qualquer lado, honras feitas ao seu autor. Subscrevo.
Sempre disse que em toda a questao iraquiana havia um factor que me tranquilizava: o envolvimento profundo de Tony Blair. Nao sei quais as repercussoes em todo o conflito se o primeiro-ministro britanico tomasse o mesmo caminho indolente que os seus homologos alemaes e franceses estes sim a reboque da opiniao publica generalizada. Tony Blair que era conhecido como o homem do marketing na politica...
P.S. O negrito foi da minha autoria.

Carta aberta aos Presidentes das Associacoes Academicas e das Associacoes de Estudantes do Ensino Superior.

Caros colegas:

Num Estado democratico pode-se questionar e discordar de posicoes tomadas pelo Governo. Podem-se elaborar formas de protesto para demonstrar descontentamento. Sao decisoes legitimas. Compreendo que este aumento das propinas seja ocasiao para preocupacao, mas nao para histeria. Perante a greve anunciada para a proxima semana com inicio na terca-feira oferece-me dizer-vos que se trata de uma estrategia de luta reles, dotada de nenhuma visao, sem nenhum efeito pratico a nao ser as baldas as aulas e a gritaria do costume, prenunciadora de um futuro sombrio no que a formacao dos cidadaos de Portugal diz respeito.
Optar pelas formas de luta a que se propoem vai resultar em nada, vai-se mostrar irrelevante. Usar o argumento legalista do 'constitucionalmente consagrado' nao abona em vosso favor, na medida em que na realidade o pais ainda nao tem condicoes para fruir de um ensino com qualidade a um nivel europeu e gratuito. Os reitores sabem-no e consideram as propinas essencias ao desenvolvimento e qualidade das instituicoes. Nem quero mencionar o enorme tiro no pe que foi o presidente da associacao academica de Coimbra dizer que se o estado viola a lei nos tambem vamos violar...
Se estao preocupados com o destino do dinheiro que e investido numa licenciatura e que representa um esforco para as vossas familias, melhor seria se procurassem envolver-se activamente e pela positiva na vida de cada instituicao onde estudam e procurar que o dinheiro dos vossos pais seja bem aplicado pela monotorizacao e acompanhamento constante dos investimentos que a propria instituicao faz (ou nao faz). Se as faculdades vao ter um acrescimo importante de dinheiro a sua disposicao e se estao apreensivos quanto a correlacao entre aumento de propinas/aumento de qualidade, forcem-no! Exigam reunioes periodicas com quem e responsavel e discutam falhas, necessidades, gastos superfulos, deem opinioes, discordem, concordem, queixem-se, elogiem, proponham, certifiquem-se que a accao social funciona. Queiram participar na vida da vossa instituicao de modo a que ela se modernize e se prestigie dado que voces estao a ser agentes directos dessa modernizacao com o vosso dinheiro. Procurem que o vosso envolvimento, ja que aumenta a nivel economico, tambem aumente a nivel das decisoes tomadas em conjunto, procurem ser ouvidos. Tenham especial atencao ao funcionamento da accao social, principalmente em universidades do interior como a UBI e a UTAD. Sucede que ser exigente com o Estado nao e querer que ele pague tudo, se cada um passa a investir mais no seu futuro isso tera que ser gerador de mais-valias para o proprio em particular, mas tambem para todos em geral, agora e no futuro. Voces devem obviamente esperar um maior retorno e a vossa legitimidade aumenta, a capacidade reivindicativa consolida-se. Se nao vos for dada oportunidade para serem ouvidos ou todas estas accoes nao surtirem efeito positivo a prazo a vossa voz reivindicativa sera substancialmente diferente e a sociedade civil nao vos olhara como meros arruaceiros e mandrioes mas sim como estudantes atentos, despertos e racionais. Uma verdadeira elite pronta a no futuro conduzir o pais.

domingo, outubro 12, 2003

Fraquezas

A bomba-inteligente disse aquilo que eu mais tarde ou mais cedo ia aqui dizer e com que me identifico na totalidade:
'Nao e verdade que nao podemos falar do que nao conhecemos. Se nao houvesse esta presuncao de omnisciencia nao poderiamos nunca falar de nada. Nao poderiamos falar da vida de Socrates, por exemplo. Nao poder falar do que nao se conhece e mais um daqueles argumentos fracos que dao jeito, sobretudo em tempos estranhos como este, em que ninguem parece querer dizer o pouco que interessa.'

Alem do argumento ser fraco, a probabilidade de ser enunciado por alguem que tem algo a esconder e enorme e defende para o outro o que tambem defende para si, ou seja, manter as suas fragilidades afastadas do olhar do seu igual. Nao defendo obviamente que andemos todos a expor as nossas fragilidades ou o nosso Ser mais intimo uns aos outros de forma leviana, alerto outrossim que isto de nao se poder falar do que nao se conhece nao e senao um mero instrumento de defesa da consciencia que desemboca, no fundo, na Negacao. Nao descurando a complexidade existente no real, a vida e sempre menos hermetica do que aquilo que se julga. O mundo e generoso com os sinais que transmite, saber le-los e um desafio e uma necessidade. Ou nao e a historia uma repeticao?

Em declaracoes a uma radio local,

julgo que a radio Castrense, Ana Gomes de quem se conhece a fibra pergunta se na sequencia da reportagem da revista francesa 'Le Point' existe alguma investigacao em curso na medida em que era referido existirem dois ministros deste governo pedofilos. Quando a reportagem saiu nao vi este assunto ser tratado de acordo com a gravidade que encerra. Provavelmente o sentido de estado e as condicoes dificeis pelas quais o pais passa a isso levou. Nao se deve contudo perder de vista que a justica deve ser aplicada a quem quer que seja. E assim se ve que a primeira pedra nunca chegara a ser atirada.

Deseducar.

Os estudantes preferem a gritaria e os professores caem na vulgaridade e vao atras do mediatismo do lixo televisivo, na elaboracao de manuais escolares. A Escola Superior de Educacao de Lisboa atribui-se a propina minima. Se pensarmos que a propina e fixada em funcao da qualidade da instituicao de ensino, logo a qualidade e minima. Em 2003 estao-se a formar professores com qualidade minima. O Estado desconsidera a classe, a formacao de uma classe, que em Portugal deveria ser uma das mais importantes tendo em conta o nosso nivel cultural, e os professores, para agravar, sao vitimas da sua propria mediocridade. Sera que ninguem gosta deste pais??

sábado, outubro 11, 2003

O final infeliz.

Li o 'Desgraca', muito devido a atribuicao do 'Booker Prize' a J. M. Coetzee, com 17 anos. Tinha ja lido varios livros de muitos autores mas pensei que 'Desgraca', ate a altura, era o livro que menos prazer me tinha dado. Mais: era o pior livro que tinha lido. E era mesmo. Nao tinha lido nenhum outro livro que fosse tao sinistro, frio e directo, fertil em passagens que me obrigavam a elaborar a fealdade. O livro le-se com um esgar de repulsa muito por culpa de figuras construidas a partir de uma realidade contemporanea que tem como cenario a Africa do Sul. Mas ter esta consciencia nao diminuia o pouco a vontade com que lia o livro. Ajuizei: Nao torno a ler Coetzee.
Quando a Academia Sueca lhe atribui o premio nobel da literatura, num primeiro momento, encolhi os ombros e pensei que o premio maximo da literatura tem vindo mesmo a decair de qualidade... Mas num segundo momento tomei consciencia de uma questao essencial (basica ate) muito mais importante e que so um produto cultural de grande monta pode baralhar: Nao se deve confundir a qualidade de uma realizacao cultural (seja ela qual for) com o 'gostar ou nao da historia'. Nao se pode avaliar um filme e dizer que e mau so porque nos causou desconforto e, no limite, nos confrontou connosco proprios sem disso termos consciencia, isto e, melhor faremos se olharmos para a arte muito embora atraves de cada um, mas paralelamente, para alem de cada um. Normalmente nao encontramos valor em manifestacoes culturais que nao nos estimulam (onde a criatividade nao impera) bem como naquelas outras que nos inquietam e apresentam como objectos dificeis de apreender. Se no primeiro caso pode existir uma reduzida presenca de estimulos no segundo pode acontecer exactamente o contrario: uma hiperestimulacao que nos preenche sem aviso e que nao conseguimos descodificar e olhar como um todo. A aproximacao a obra-prima esta, julgo, no segundo caso. Quando se diz que os gostos nao se discutem nao se querem discutir escolhas pessoais que por sua vez revelam a personalidade que fundamenta o Eu e remete para si mesmo. Ora, a afirmacao do Eu discute-se. E aqui podia comecar um outro texto.

Entre comecar com o arreganho todo

ou ir progressivamente palpando terreno e tomando posicao no admiravel mundo blog parece que de uma forma natural ( a que tambem nao sao alheias algumas razoes de logistica...) fui (fomos) optando pela segunda. Opine-se com prazer, marque-se posicoes e galhofe-se sem discricao.

domingo, outubro 05, 2003

A selecao de todos nos!

Proponho desde ja que apos a nossa Selecao de Hoquei festejar mais uma merecida vitoria no campeonato do mundo se crie uma equipa pluridisciplinar abrangendo naturalmente diferentes areas do saber e da ciencia para investigar as causas de tantas vitorias, caso raro por terras lusas! Qualquer que seja o resultado sera sem duvida um bom exemplo a seguir!

sábado, outubro 04, 2003

Portugal, essa grande paroquia.

Seja porque somos um pais pequeno e desiquilibrado a muitos niveis, porque o nosso grau de instrucao fica muito aquem do que era desejavel, ou mesmo derivado de um crescimento economico nao acompanhado de um desenvolvimento economico equivalente o desenrolar etico das relacoes humanas que estabelecemos ainda se situa, muito mais do que seria aceitavel, ao nivel do adro de igreja. Trata-se de uma situacao transversal na nossa sociedade que nao poupa classe social ou estrato economico. Todos sabemos de historias de 'cunhas', amigos 'bem colocados', favorecimentos, presuntos trocados por cartas de conducao, voltinhas em helicopteros dos bombeiros protagonizados pela A. do tribunal e pelo J. da policia ou criacao de regimes de excepcao que abrem precedentes nao com um estudante filho de canalisador mas logo com estudantes que por acaso sao filhos de ministros. Os telejornais ajudam a festa dando reportagens a mais que noticiam casos isolados que remetem para lado nenhum, sem outro sentido que nao seja provocar uma emocao forcosamente efemera que rapidamente prenda o espectador. Ora desta forma nao se problematiza, nao se coloca em perspectiva, nao se levanta questoes. O amigo 'bem colocado' e inimigo do merito e do esforco de cada um condicao que devia ser primeira para atingir o sucesso.
Teoricamente todos condenam o manancial de esperteza saloia, maledicencia, oportunismo e berraria que grassam pelos meandros da nossa sociedade mas na realidade sao estas as armas preferidas sempre que um obstaculo se coloca. Obviamente tudo isto e feito sem 'maldade' e numa base bastante respeitosa e composta ou nao estivessem os vestigios do catolicismo mais arreigado ainda presentes na nossa sociedade do seculo XXI (sobre estas ligacoes perigosas falarei um outro dia).

Propinas

Eu sei que prometemos não responder uns aos outros mas sinto o post alegadamente sobre as propinas como uma provocação pessoal. Como não bastasse dizer meio a gozar que o ensino superior público gratuito e de qualidade é um direito constitucionalmente reconhecido (este vosso criado recomenda a leitura atenta dos arts 74º, 75º 76º e 77º CRP) como se o que estivesse na Constituição não fosse em nada vinculante para o Estado, bate nos mesmos argumentos retrógrados, "shortsighted", de sempre ainda por cima dizendo que os argumentos dos estudantes é que são sempre os mesmos. Eu acho que mesmo que não viesse na Constituição deveria ser assim mas deixo a defesa da minha dama, com argumentos económicamente racionais, para um próximo post, mas não posso deixar de dizer que insultando os jovens se insulta o futuro.
O "vai trabalhar malandro" não nos leva a lado nenhum, aliás foi graças a ele que o nosso país é como é.

Partidos

Sempre me enervou a sensação de que alguém que se inscreva num partido está como que condenado a defende-lo quase que até morrer. É no minimo estranho ver pessoas que consideramos inteligentes a esgrimir argumentos que nós sabemos que elas têm de saber (peço desculpa pela figura de estilo, mas não resisti) que são no minimo retorcidos e no máximo demagógicos para defender agora coisas que já condenaram ou que no fundo consideram erradas.
Foi por tudo isto que eu me decidi a não perfilhar nenhum partido, prezo demasiado a minha capacidade critica para obedecer e calar perante certas coisas (isto é uma maneira simpática de dizer que ás vezes falo de mais). É certo que pertencendo a um grupo com determinadas ideias devemos defendê-lo, mas creio que não devemos por em risco as nossas convicções morais. Aqui é que está o problema, sabemos que a democracia é a arte do compromisso (como o nosso PR recentemente lembrou), mas onde é que se traça a linha entre "traição" ao grupo e traição a nós próprios. É claro que este tipo de problemas só se põe ás pessoas que têm principos... mas isso, isso já é outra história.
Eu sendo optimista por natureza (apesar de por vezes um pouco céptico), acredito na nossa classe política... só gostava que ás vezes houvesse mais vozes discordantes e menos "carneiros" (ou nesse termo ingles genial "yesmen"). Gostava portanto que os partido se tornassem um pouco menos clubes de futebol (cada "adepto" defende o seu cegamente) e mais correntes de ideias e ideais.
(To be continued)

O 'Povo'.

Alem de extraordinario escritor Umberto Eco e tambem um optimo ensaista. No artigo do DN esvazia de significado a expressao 'deem ao povo aquilo que ele quer'...

Propinas

Diogo Pires Aurelio fala da nossa elite universitaria... A quem enfiar o barrete.

A escrita.

Ao Ser desperto e nao apenas enredado nas teias da sua propria (sobre)vivencia, quer psiquica, ou ate mesmo, no limite, fisica, os 'inputs' provocados pelo vasto mundo sao um manjar sensorial e intelectual que uma esperanca media de vida quase nao apreende na totalidade. Se a totalidade e uma fantasia, alcancar o mais longe possivel nao o e. A escrita sera sempre o grande braco direito do pensamento, auxilia-o a desenganar-se, a consolidar-se, a modificar-se, revela as suas fragilidades, mostra-o brilhante. A escrita e o output que o pensamento ja processou. Actualmente os blogs, se mais coisas nao forem, sao um alter-ego fantastico para aquele que quer dizer, para aquele que se predispoe a processar o que a sua sensibilidade lhe faz chegar ate si. Se o pensamento as vezes doi a escrita e quase sempre um prazer. Chegaremos onde quer que cheguemos da forma que bem entendermos, sabendo que nao e pior passar todo o tempo em viagem. Isto nao e uma promessa e uma ameaca e, como se sabe, a taxa de execucao de ameacas ainda e menor que a taxa de execucao de promessas... Estilo livre e dedos leves. Viva-se o mundo de forma tao intensa quanto a pensamos ou escrevemos.
P.S. Pede-se desculpa pela falta de acentos.
Conclusão: As primeiras vezes são sempre dificeis.