sábado, outubro 04, 2003

Partidos

Sempre me enervou a sensação de que alguém que se inscreva num partido está como que condenado a defende-lo quase que até morrer. É no minimo estranho ver pessoas que consideramos inteligentes a esgrimir argumentos que nós sabemos que elas têm de saber (peço desculpa pela figura de estilo, mas não resisti) que são no minimo retorcidos e no máximo demagógicos para defender agora coisas que já condenaram ou que no fundo consideram erradas.
Foi por tudo isto que eu me decidi a não perfilhar nenhum partido, prezo demasiado a minha capacidade critica para obedecer e calar perante certas coisas (isto é uma maneira simpática de dizer que ás vezes falo de mais). É certo que pertencendo a um grupo com determinadas ideias devemos defendê-lo, mas creio que não devemos por em risco as nossas convicções morais. Aqui é que está o problema, sabemos que a democracia é a arte do compromisso (como o nosso PR recentemente lembrou), mas onde é que se traça a linha entre "traição" ao grupo e traição a nós próprios. É claro que este tipo de problemas só se põe ás pessoas que têm principos... mas isso, isso já é outra história.
Eu sendo optimista por natureza (apesar de por vezes um pouco céptico), acredito na nossa classe política... só gostava que ás vezes houvesse mais vozes discordantes e menos "carneiros" (ou nesse termo ingles genial "yesmen"). Gostava portanto que os partido se tornassem um pouco menos clubes de futebol (cada "adepto" defende o seu cegamente) e mais correntes de ideias e ideais.
(To be continued)