Carta aberta aos Presidentes das Associacoes Academicas e das Associacoes de Estudantes do Ensino Superior.
Caros colegas:
Num Estado democratico pode-se questionar e discordar de posicoes tomadas pelo Governo. Podem-se elaborar formas de protesto para demonstrar descontentamento. Sao decisoes legitimas. Compreendo que este aumento das propinas seja ocasiao para preocupacao, mas nao para histeria. Perante a greve anunciada para a proxima semana com inicio na terca-feira oferece-me dizer-vos que se trata de uma estrategia de luta reles, dotada de nenhuma visao, sem nenhum efeito pratico a nao ser as baldas as aulas e a gritaria do costume, prenunciadora de um futuro sombrio no que a formacao dos cidadaos de Portugal diz respeito.
Optar pelas formas de luta a que se propoem vai resultar em nada, vai-se mostrar irrelevante. Usar o argumento legalista do 'constitucionalmente consagrado' nao abona em vosso favor, na medida em que na realidade o pais ainda nao tem condicoes para fruir de um ensino com qualidade a um nivel europeu e gratuito. Os reitores sabem-no e consideram as propinas essencias ao desenvolvimento e qualidade das instituicoes. Nem quero mencionar o enorme tiro no pe que foi o presidente da associacao academica de Coimbra dizer que se o estado viola a lei nos tambem vamos violar...
Se estao preocupados com o destino do dinheiro que e investido numa licenciatura e que representa um esforco para as vossas familias, melhor seria se procurassem envolver-se activamente e pela positiva na vida de cada instituicao onde estudam e procurar que o dinheiro dos vossos pais seja bem aplicado pela monotorizacao e acompanhamento constante dos investimentos que a propria instituicao faz (ou nao faz). Se as faculdades vao ter um acrescimo importante de dinheiro a sua disposicao e se estao apreensivos quanto a correlacao entre aumento de propinas/aumento de qualidade, forcem-no! Exigam reunioes periodicas com quem e responsavel e discutam falhas, necessidades, gastos superfulos, deem opinioes, discordem, concordem, queixem-se, elogiem, proponham, certifiquem-se que a accao social funciona. Queiram participar na vida da vossa instituicao de modo a que ela se modernize e se prestigie dado que voces estao a ser agentes directos dessa modernizacao com o vosso dinheiro. Procurem que o vosso envolvimento, ja que aumenta a nivel economico, tambem aumente a nivel das decisoes tomadas em conjunto, procurem ser ouvidos. Tenham especial atencao ao funcionamento da accao social, principalmente em universidades do interior como a UBI e a UTAD. Sucede que ser exigente com o Estado nao e querer que ele pague tudo, se cada um passa a investir mais no seu futuro isso tera que ser gerador de mais-valias para o proprio em particular, mas tambem para todos em geral, agora e no futuro. Voces devem obviamente esperar um maior retorno e a vossa legitimidade aumenta, a capacidade reivindicativa consolida-se. Se nao vos for dada oportunidade para serem ouvidos ou todas estas accoes nao surtirem efeito positivo a prazo a vossa voz reivindicativa sera substancialmente diferente e a sociedade civil nao vos olhara como meros arruaceiros e mandrioes mas sim como estudantes atentos, despertos e racionais. Uma verdadeira elite pronta a no futuro conduzir o pais.
Num Estado democratico pode-se questionar e discordar de posicoes tomadas pelo Governo. Podem-se elaborar formas de protesto para demonstrar descontentamento. Sao decisoes legitimas. Compreendo que este aumento das propinas seja ocasiao para preocupacao, mas nao para histeria. Perante a greve anunciada para a proxima semana com inicio na terca-feira oferece-me dizer-vos que se trata de uma estrategia de luta reles, dotada de nenhuma visao, sem nenhum efeito pratico a nao ser as baldas as aulas e a gritaria do costume, prenunciadora de um futuro sombrio no que a formacao dos cidadaos de Portugal diz respeito.
Optar pelas formas de luta a que se propoem vai resultar em nada, vai-se mostrar irrelevante. Usar o argumento legalista do 'constitucionalmente consagrado' nao abona em vosso favor, na medida em que na realidade o pais ainda nao tem condicoes para fruir de um ensino com qualidade a um nivel europeu e gratuito. Os reitores sabem-no e consideram as propinas essencias ao desenvolvimento e qualidade das instituicoes. Nem quero mencionar o enorme tiro no pe que foi o presidente da associacao academica de Coimbra dizer que se o estado viola a lei nos tambem vamos violar...
Se estao preocupados com o destino do dinheiro que e investido numa licenciatura e que representa um esforco para as vossas familias, melhor seria se procurassem envolver-se activamente e pela positiva na vida de cada instituicao onde estudam e procurar que o dinheiro dos vossos pais seja bem aplicado pela monotorizacao e acompanhamento constante dos investimentos que a propria instituicao faz (ou nao faz). Se as faculdades vao ter um acrescimo importante de dinheiro a sua disposicao e se estao apreensivos quanto a correlacao entre aumento de propinas/aumento de qualidade, forcem-no! Exigam reunioes periodicas com quem e responsavel e discutam falhas, necessidades, gastos superfulos, deem opinioes, discordem, concordem, queixem-se, elogiem, proponham, certifiquem-se que a accao social funciona. Queiram participar na vida da vossa instituicao de modo a que ela se modernize e se prestigie dado que voces estao a ser agentes directos dessa modernizacao com o vosso dinheiro. Procurem que o vosso envolvimento, ja que aumenta a nivel economico, tambem aumente a nivel das decisoes tomadas em conjunto, procurem ser ouvidos. Tenham especial atencao ao funcionamento da accao social, principalmente em universidades do interior como a UBI e a UTAD. Sucede que ser exigente com o Estado nao e querer que ele pague tudo, se cada um passa a investir mais no seu futuro isso tera que ser gerador de mais-valias para o proprio em particular, mas tambem para todos em geral, agora e no futuro. Voces devem obviamente esperar um maior retorno e a vossa legitimidade aumenta, a capacidade reivindicativa consolida-se. Se nao vos for dada oportunidade para serem ouvidos ou todas estas accoes nao surtirem efeito positivo a prazo a vossa voz reivindicativa sera substancialmente diferente e a sociedade civil nao vos olhara como meros arruaceiros e mandrioes mas sim como estudantes atentos, despertos e racionais. Uma verdadeira elite pronta a no futuro conduzir o pais.
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