sábado, janeiro 31, 2004
Faz um ano neste dia 3 de Fevereiro que João César Monteiro morreu. Praticamente um ano após a sua morte, eis que se lamenta profundamente a morte de outro magnífico realizador português: José Alvaro Morais desapareceu ontem, e deixou-nos como seu último filme 'Quaresma'. Apenas posso falar deste, porque do realizador, foi o único que vi e desde logo a sua beleza intensa despertou-me para um realizador pouco conhecido e com uma obra que fica irremediavelmente incompleta e de que se podia esperar ainda muito. Pela mão de José Alvaro Morais assiste-se em 'Quaresma' a um filme de grande sensibilidade estética, tendo como cenários a Serra da Estrela e a raia interior, bem como mais à frente no filme, a Dinamarca. Através de Alvaro Morais ficamos a conhecer a actriz Beatriz Batarda que encarna um papel desconcertante e corajoso de defesa de si própria quebrando as amarras do sentimento de pertença que apenas a corrói. A procura desenfreada dos elementos por parte de uma excelente interpretação de Beatriz Batarda leva a que no apuro da sua busca, ela nao perca tempo com a 'paisagem humanizada' que se ergue insubstancialmente à sua volta. A força que brota da natureza revela-se essencial no retorno a um 'Eu' ambivalente que procura e reconcilia com o amor de um modo permanente. Ou pelo menos enquanto houver uma brisa gelada a sentir, ou uma paisagem a perder de vista diante do olhar. Portugal, este país de gente sofrivel, deve lamentar abundantemente a chegada ao fim de vidas que acrescentavam como poucas. José Alvaro Morais foi hoje a enterrar na Covilha e a terra serrana que ele com tanta mestria filmou, vai recebê-lo e chorá-lo cada vez que o vento soprar mais forte no granito, que fortifica os penhascos rudes e sinceros.
Hanibbal
Na Alemanha foi condenado a oito anos e meio de prisao o canibal que comeu literalmente uma outra pessoa (com autorizacao desta). Depois do julgamento celere que durou "dois meses" da-se entao o desfecho.
Musica
Relativamente a concertos temos a noticia de que os grupos Linkin Park e Korn vao actuar no festival Super Bock Super Rock. Quanto aos primeiros conheco o trabalho(gosto) mas nunca os vi ao vivo, dos segundos ja gostei e ja os vi em concerto (como podem ver sobrevivi) embora actualmente nao esteja muito a par. Em suma, duas bandas potentes para um festival deste calibre.
quinta-feira, janeiro 29, 2004
"Na mira do gordo"
Infelizmente e com muita pena minha nao poderei assistir ao espectaculo de Jo Soares, humorista brasileiro que se encontra agora em Portugal e com um espectaculo no CCB. No entanto aqui fica a recomendacao para quem puder passar por la a ver o gordo.
O jantar de Cortes.
Miguel Cadilhe disse num jantar em Cortes (julgo que na fundação Mário Soares) que Portugal com o actual nível de desenvolvimento não devia investir em eventos do tipo Expo-98 e Euro2004 ou mesmo como o Porto Capital Europeia da Cultura. As prioridades deviam ser outras, bem mais urgentes. Trata-se, segundo Miguel Cadilhe, de uma injustiça para o sem numero de famílias que em Portugal vivem ‘remediadamente’. Um pais onde acontecem desastres gravíssimos como a queda da ponte Entre-os-Rios, deveria ter por exemplo como prioridade a conservação e reabilitação de obras publicas já existentes. Quanto ‘a Expo-98 ate’ nem descordei da sua realização, mas para graça uma vez basta... Ficou provada a nossa capacidade de levar um grande projecto avante e com muita qualidade, e a auto-estima ficou nos píncaros. Mas também se provou o despesismo que nos assiste quando se trata deste tipo de eventos. Estas declarações, onde Miguel Cadilhe também criticou o Ministério de Finanças e a questão orçamental, surgem num jantar onde pelos vistos calhou estar um único jornalista, no caso da TSF. E’ bom que os homens públicos de relevo e que já’ tiveram o poder nas mãos sejam honestos e digam o que pensam com clareza, principalmente quando a a opiniao vem contra as ideias megalómanas instaladas e que poucos contestam. E’ que Portugal que ainda nem concretizou este monumental desperdício de dinheiro publico que e’ o Euro2004, já’ se queria meter noutra: a Taça América. Mas seria melhor ainda se o fizessem frontalmente e nas alturas apropriadas, ou seja quando as discussoes surgem e em tempo útil, e não apenas em jantares ‘familiares’ pouco mediatizados. Sob pena de chegarmos ‘a conclusão que as verdadeiras elites que já’ tiveram a capacidade de decisão nas mãos são no fundo temerárias e não melhores que tudo o resto.
quarta-feira, janeiro 28, 2004
Cultura
Gosto sempre de aqui fazer destaque a noticias de portugueses que estao envolvidos nas mais diferentes areas. Para verem que tambem temos muita gente de talento aqui fica mais uma chamada de atencao para este artigo que fala da Exposicao da artista Helena Almeida.
terça-feira, janeiro 27, 2004
Sexlisbon
Com licenca, mas nao podia deixar de aqui mencionar o diario do Sebastiao e da Sofia, dois amigos que falam das suas "aventuras" em Lisboa. Muito interessante. Va, vao saber mais seus depravados.
Oscares.
Eis os nomeados. Nada de grandes surpresas. 'Lost in Translation' e' mesmo o filme mais serio que por la' mora, fui ver ontem e merece tudo o que ganhar. Gostei tanto deste segundo filme de Sofia Coppola como do primeiro 'As Virgens Suicidas'. Ou seja, muito. O argumento e' muito bom e os actores caem que nem uma luva. Temos realizadora. 'Mystic River' com o qual embirro e nao vi ('as vezes tenho destas coisas) espero que perca tudo. Uma referencia tambem para 'Cidade de Deus' que merece ganhar a categoria de melhor realizador, no caso Fernando Meirelles. Entre 'Lost in Translation' e 'Cidade de Deus' meu coracao balanca... O Senhor dos Aneis escusa de ganhar a categoria de melhor realizador, porque ja' vai ganhar muitas outras, e bem. Nao falo dos 'Piratas', do 'Nemo', e do 'Master and Comander' porque este post e' so' sobre coisas serias.
I don’t feel alright
in spite of these comforting sounds
you make
I don’t feel alright
because you make promises
that you break
Into your house
why don’t we share our solitude?
Nothing is pure anymore but solitude
It’s hard to make sense
feels as if I’m sensing you
through a lens
If someone else comes
I’ll just sit here listening to the drums
Previously I never called it solitude
And probably you know
all the dirty shows I’ve put on
Blunted and exhausted like anyone
Honestly I tried to avoid it
Honestly
Back when we were kids, we would always know when to stop
And now all the good kids are
messing up
Nobody has gained or
accomplished anything
Comforting Sounds, Mew.
in spite of these comforting sounds
you make
I don’t feel alright
because you make promises
that you break
Into your house
why don’t we share our solitude?
Nothing is pure anymore but solitude
It’s hard to make sense
feels as if I’m sensing you
through a lens
If someone else comes
I’ll just sit here listening to the drums
Previously I never called it solitude
And probably you know
all the dirty shows I’ve put on
Blunted and exhausted like anyone
Honestly I tried to avoid it
Honestly
Back when we were kids, we would always know when to stop
And now all the good kids are
messing up
Nobody has gained or
accomplished anything
Comforting Sounds, Mew.
Modas.
Portugal, que é uma pilha de más noticias, um país a tender para o desgraçado, tem neste Inverno um motivo de largo regozijo: A mini-saia ressuscitou com tecidos ainda mais curtos e veio para se instalar no corpinho das meninas e, vamos lá, no das senhoras mais cuidadas. Se for acompanhado de umas meias a condizer e de uns saltos nos pézinhos, temos por essas pobres ruas causa de sobra para encher o olho e cultivar o gracejo. Isto por si só devia ser causa para se aligeirar no nosso espirito a inflação, o desemprego, a incompetência, o Santana, e esperar por dias melhores, uma vez que ‘não há desgraça que sempre dure’. Esta verdadeiramente desopilante e abençoada moda relembra a urgência de não passar o tempo todo com uma vida feia ou a rabujar como o velho zangado. Alguma coisa apesar de tudo tem que ser feita e, se for a satisfação da ânsia de sentir a alma toda de uma só vez, tanto melhor. Procure-se para isso o remédio que se ache mais eficaz. Como as ondas de um mar revolto, a flagelar, a castigar vez após vez as rochas, assim também a minha mão já vermelha imola o cúzinho airoso da menina que levianamente ignorava a frescura da alma.
Esotérico, hem? Nem por sombras. Afinal todos precisamos de um pouco de seriedade na vida. O que se passa é que estava eu sentado num café, quase doente de tanto cismar no pão que aumentou 20% na pastelaria onde me sirvo, quando reparo nuns joelhinhos bem torneados pertencentes a uma menina com uma generosa mini-saia insistindo em mante-los cruzados e exibindo fartamente os seus tornozelos e coxas. Quando me desloquei e agachei junto de tão belos joelhos, julgando-os solidários com a minha dor permiti-me declarar: ‘Vou acariciar suavemente’, recebi de pronto um estalo e um ‘ai Jesus’ que eu era tarado e estava a tentar uma ‘relação sexual forçada’, segundo ela ouvira recentemente num estudo de uma improvável psicóloga gorda. Segundo conselho do Edgar eu rapidamente me defendi: ‘Mas tu não percebes, eu tenho problemas...’ Eu que já estava a entrar em pânico por me aperceber que comparado com a tristeza dos espíritos a inflação era nada, recebi conforto e ela decidiu castigar-se pelo estalo que me deu. O resto da história vocês já sabem, são estas histórias que escasseiam mas que deviam antes abundar, este sim o verdadeiro amor ao proximo.
Esotérico, hem? Nem por sombras. Afinal todos precisamos de um pouco de seriedade na vida. O que se passa é que estava eu sentado num café, quase doente de tanto cismar no pão que aumentou 20% na pastelaria onde me sirvo, quando reparo nuns joelhinhos bem torneados pertencentes a uma menina com uma generosa mini-saia insistindo em mante-los cruzados e exibindo fartamente os seus tornozelos e coxas. Quando me desloquei e agachei junto de tão belos joelhos, julgando-os solidários com a minha dor permiti-me declarar: ‘Vou acariciar suavemente’, recebi de pronto um estalo e um ‘ai Jesus’ que eu era tarado e estava a tentar uma ‘relação sexual forçada’, segundo ela ouvira recentemente num estudo de uma improvável psicóloga gorda. Segundo conselho do Edgar eu rapidamente me defendi: ‘Mas tu não percebes, eu tenho problemas...’ Eu que já estava a entrar em pânico por me aperceber que comparado com a tristeza dos espíritos a inflação era nada, recebi conforto e ela decidiu castigar-se pelo estalo que me deu. O resto da história vocês já sabem, são estas histórias que escasseiam mas que deviam antes abundar, este sim o verdadeiro amor ao proximo.
Com a televisao por perto.
- A morte é silenciosa com mil diabos!
- Enganas-te. Eu morrerei em silêncio, tu também. Mas em relação àquele que se constitui como um outro há sempre os abutres que transformam a morte num espectáculo e com ela se deleitam. Manipulam os medos e fantasmas, a dor aparentemente mais bem guardada, e apresentam-no sob a forma de ‘bons sentimentos’. A turba rapidamente se compadece com o sofrimento, como se aquele rosto fosse um espelho. Por uma vez a turba vive feliz, naquele dia houve alguém mais triste e desgraçado. Depois o que interessa é prolongar esse deleite. E que o próximo não demore, porque a turba precisa disso como pão para a boca.
- Enganas-te. Eu morrerei em silêncio, tu também. Mas em relação àquele que se constitui como um outro há sempre os abutres que transformam a morte num espectáculo e com ela se deleitam. Manipulam os medos e fantasmas, a dor aparentemente mais bem guardada, e apresentam-no sob a forma de ‘bons sentimentos’. A turba rapidamente se compadece com o sofrimento, como se aquele rosto fosse um espelho. Por uma vez a turba vive feliz, naquele dia houve alguém mais triste e desgraçado. Depois o que interessa é prolongar esse deleite. E que o próximo não demore, porque a turba precisa disso como pão para a boca.
segunda-feira, janeiro 26, 2004
Jorge Silva Melo no pais dos idiotas.
Os Artistas Unidos completam amanha quatro anos de existencia. A companhia de teatro mais brilhante e vanguardista de Lisboa, com um vasto leque de actores bastante heterogeneo, vive contudo tempos dificeis. Por um lado presenteia a cultura e o teatro portugues com contributos de altissima qualidade e sempre com varias ideias e projectos a concretizar, por outro veem-se toldados, uma vez que os poderes instituidos, no caso particular a Camara de Lisboa, tem no topo da sua agenda cultural outras prioridades. Quais? Nao se sabe muito bem. Suspeita-se. Portugal e' este pais. Este pais idiota que se embobrece nao por falta de valor humano (embora essa ausencia tambem se faca sentir), mas porque nao providencia as condicoes necessarias para que quem tem ideias as possa levar a cabo e nos enriqueca a todos. O problema neste caso ate' e' de resolucao simples: Os Artistas Unidos apenas querem um espaco condigno para desenvolverem e apresentarem o seu trabalho. Ao que parece a proposta do Centro das Artes d'A Capital apresentado 'a Camara e ao Ministerio da Cultura, nao tem tido resposta e o processo arrasta-se sem fim 'a vista pondo em risco o futuro de uma companhia de Teatro exemplar em Portugal. Entretanto va' ver a imprescindivel peca 'Terrorismo' no teatro Taborda e diga de sua justica.
domingo, janeiro 25, 2004
Encontro de culturas.
Ha algo de indescritivel numa festa de minorias etnicas vindas por exemplo, sei la', de paises do Leste. Eu sempre tive gosto em conhecer pessoas de outros pontos do Mundo, por conhecer novas culturas e ficar a saber mais sobre as suas tradicoes, no fundo pela chamada confraternizacao entre povos. Devo confessar que neste capitulo tenho tido sorte pois nestes ultimos anos tenho tido a oportunidade de o fazer e assim espero que continue a acontecer, ainda ha' muito para descobrir. Aprecio bastante este convivio das comunidades, e` algo que se tem de presenciar para se ter um olhar diferente das proprias. Mas voltando ao assunto, compartilho aqui convosco a minha experiencia de tal situacao. Geralmente o ambiente e`sempre de muita festa, especialmente depois de alguns shots de Vodka puro (nao aconselhavel aos mais fracos) o que ate e` bom para se conseguir tolerar a musica, a musica ao vivo, sempre a bombar, parece ate que as musicas nunca mais acabam e por alguma razao parece, porque duram e duram. Temos tambem o animador de servico, alegre, sempre a cantar? bem a um ponto e`mais a arranhar, nao que me faca diferenca, para mim e`tudo igual, nao percebo nada, mas verdade seja dita depois de repetirem as mesmas cancoes umas quantas vezes ate eu ja canto numa lingua nova. Mas nao interessa, todos participam, cantam, todos sabem a letra, pelos vistos devem ser grandes classicos la do pais deles. E muito se danca tambem: facto que me surpreendeu foi a resistencia fisica por parte da terceira idade (a chamada brigada do reumatico) especialmente as senhoras; como ja referi aquilo nunca mais acaba e eu depois de duas ou tres musicas ja nao me aguento mas elas la nos vem puxar para dancar ate nao mais poder, onde e` que vao buscar forcas? pergunto eu, provavelmente aos shots... ficam desde ja a saber que num acontecimento destes e`preciso beber shots a "saude" de cinco em cinco minutos e que nunca mas nunca podem ter o copo vazio pois vao precisar dele constantemente para fazer um brinde, nao se preocupem pois ate o tipo da mesa ao fundo vos vai fazer sinal e pronto, la tem que fazer um brinde. "Em representacao da nacao portuguesa devo dizer que ainda nao deixei mal o pais". Claro que com isto no final da noite vao sempre haver alguns atritos, seja porque razao for, festa que e` festa tem que os ter nao e` verdade? mas depois acaba tudo bem, com sorte ate vemos alguem a chorar, geralmente e`o tipo com ar de mau, voces sabem, aquele que quando o vemos pela primeira vez dizemos para connosco "Epa, calma ai, nao quero problemas com aquele" e depois, pronto, e` ve-lo reduzido a um grande bebe chorao, mas compreende-se, e` a emocao.
O que eu posso dizer e` que e` atraves destes contactos que podemos ver que afinal de contas nao somos assim tao diferentes uns dos outros, recomendo vivamente este encontro de culturas, se tiveram a oportunidade de conhecer uma cultura de mais perto facam-no vao ver que nao se arrependem. Como tudo na vida ha pessoas que vale a pena conhecer e outras de quem nos devemos afastar, coisas boas, coisas mas, seja em que cultura for, mas tentem saber mais sobre o Mundo e sobre as pessoas que nele habitam, que vos rodeiam, nem que nao seja para terem a certeza daquilo que vos proprios sao e de como podem conviver com aquilo que e`diferente.
Divirtam-se no processo e Botka abaixo.
O que eu posso dizer e` que e` atraves destes contactos que podemos ver que afinal de contas nao somos assim tao diferentes uns dos outros, recomendo vivamente este encontro de culturas, se tiveram a oportunidade de conhecer uma cultura de mais perto facam-no vao ver que nao se arrependem. Como tudo na vida ha pessoas que vale a pena conhecer e outras de quem nos devemos afastar, coisas boas, coisas mas, seja em que cultura for, mas tentem saber mais sobre o Mundo e sobre as pessoas que nele habitam, que vos rodeiam, nem que nao seja para terem a certeza daquilo que vos proprios sao e de como podem conviver com aquilo que e`diferente.
Divirtam-se no processo e Botka abaixo.
sábado, janeiro 24, 2004
A liberalizacao das drogas leves.
O Dr. Manuel Pinto Coelho (MPC) tem tido varias intervencoes dignas de registo no que diz respeito ao combate da visao permissiva que paulatinamente se vai instalando em Portugal em relacao ao consumo de drogas leves. Hoje pode-se encontrar mais um artigo nessa linha, desta vez no DN. A proposito das ultimas noticias que apontam para a possibilidade da prescricao medica da 'cannabis', MPC diz que se trata de mais uma manobra para aligeirar as opinioes e promover uma aceitacao generalizada da liberalizacao das drogas leves, porque o que devia ser posto em pratica, nessa circunstancia, era a prescricao do principio activo da cannabis. MPC, que me parece pessoa avisada e com conhecimentos cientificos fundados , tem levado a que eu nao seja tao perentorio em relacao 'a liberalizacao das drogas leves. De que vale parecer que se tem umas ideias bastante modernas e desafogadas se isso nao resolve absolutamente nada? No entanto continuo a pensar que o consumo das drogas leves nao e' de todo uma 'porta de entrada', na esmagadora maioria dos casos, para drogas mais nocivas e perigosas. Se admitirmos que as drogas leves sao um problema por si so' e nao um mero apendice das drogas realmente nefastas recentramos com mais eficacia a problematica. Nao sei se a liberalizacao resultaria numa diminuicao da atraccao que as drogas leves provocam, se as tornaria menos aliciantes. Julgo que numa primeira frase a liberalizacao originaria um 'boom' de consumo quase certo, mas numa segunda fase talvez o consumo estabilizasse e quem sabe se nao diminuiria. De qualquer forma apenas concebo a liberalizacao das drogas leves num quadro de previa e continuada divulgacao dos maleficios dos 'cannabinoides', principalmente no que 'as estruturas cognitivas concerne. Divulgacao que pode ser feita com ou sem liberalizacao! Embora a esse respeito apenas subsista o vazio... Devia-se tambem ter presente e de modo bastante claro que para alem do 'consumo recreativo' de drogas leves, que diga-se nao constitui perigo grave, existem muitos outros consumidores, jovens na sua maioria, que passaram a consumir 'charros' por forma a aligeirar estados de progressiva perca do 'eu' proximos do depressivo, que concorrem para uma ausencia de estados de escolha resultado de um certo tipo de vida que o presente moldou. Desta forma, uma associacao mais vincada entre o consumo frequente de drogas leves (sem entrarmos ainda na necessidade fisica que a 'cannabis' nao provoca a priori) e problemas de ordem social ou psicologica e' cada vez mais um facto que tem que ser encarado. O 'cool' das drogas leves devia ser ripostado com uma associacao a fraqueza e pouca autonomia. O problema e' que ha' certas dependencias contemporaneas que sao demasiado toleradas... Era uma maneira de se combater o consumo frequente e nocivo, por fazer o que seria uma verdadeira desmistificacao.
Se na questao do aborto e' bastante evidente que a descriminalizacao ate' 'as dez semanas concorre para limpar a hipocrisia que existe, constituindo-se como uma medida justa e que resolve um grave problema de saude publica, a descriminalizacao das drogas leves pode mostrar uma sociedade menos hipocrita mas que de resto nao resolve praticamente mais nada. Acima de tudo devia, como em tudo, haver informacao e divulgacao com bases cientificas junto dos jovens. Saber-se por exemplo que o nosso proprio organismo produz 'drogas' em quantidades controladas indispensaveis ao nosso funcionamento biologico. Porque e' que so' se fala em Educacao Sexual? (A realidade e' que so' se fala mesmo...)
A terminar apenas dizer que 'erradicar' o consumo de drogas e' uma tarefa impossivel e talvez mesmo desnecessaria, as drogas nao sao exclusivas do presente podem ser estudadas e explicadas como uma realidade antropologica.
Se na questao do aborto e' bastante evidente que a descriminalizacao ate' 'as dez semanas concorre para limpar a hipocrisia que existe, constituindo-se como uma medida justa e que resolve um grave problema de saude publica, a descriminalizacao das drogas leves pode mostrar uma sociedade menos hipocrita mas que de resto nao resolve praticamente mais nada. Acima de tudo devia, como em tudo, haver informacao e divulgacao com bases cientificas junto dos jovens. Saber-se por exemplo que o nosso proprio organismo produz 'drogas' em quantidades controladas indispensaveis ao nosso funcionamento biologico. Porque e' que so' se fala em Educacao Sexual? (A realidade e' que so' se fala mesmo...)
A terminar apenas dizer que 'erradicar' o consumo de drogas e' uma tarefa impossivel e talvez mesmo desnecessaria, as drogas nao sao exclusivas do presente podem ser estudadas e explicadas como uma realidade antropologica.
AMR II
Pronto, e eu a dar-lhe na mesma tecla mais vai ter de ser, tenho de fazer aqui um link a uma entrevista (Maio 2001) feita a Anabela Mota Ribeiro, apesar de podermos ver que ja foi a algum tempo ainda e` relativamente recente e penso que nos ajuda a compreender melhor essa figura, visto assim ja nao me surpreendo tanto se o blog for da autora.
sexta-feira, janeiro 23, 2004
Teremos sempre Toquio
Muito se tem ouvido falar do filme "Lost in Translation" pela blogosfera, como por exemplo aqui. Parece-me interessante, fico entao `a espera de oportunidade para o ver.
AMR
Ainda sobre o aparecimento do Possibilidade do Sentir, aparentemente de Anabela Mota Ribeiro o JPH escreve uma carta aberta e temos a resposta de Carlos Vaz Marques, ou seja, parece que anda por ai alguma confusao. Na minha opiniao ate que gostava que o Blog fosse mesmo dela, tal como o Edgar ja disse porque e` bastante gira e faz umas coisas interessantes. Mas temos que ver que realmente parece suspeito se tivermos em conta o conteudo dos seus posts, nao esperava nada que uma pessoa como a AMR viesse a "entrar" assim na blogosfera, e dai ate pode ser uma brincadeira sua. Ca aguardamos.
quarta-feira, janeiro 21, 2004
Servico publico
Ao dar uma vista de olhos no Bde, sim so uma vista de olhos, porque muito tempo no Dark Side e`passivel de danos psicologicos e visto o aborto ser tema recorrente quero aqui deixar o link da peticao para um novo referendo sobre a descriminalização do aborto até às dez semanas.
Atencao, pois nao estou aqui a fazer campanha nehuma (alias nao tenho opiniao totalmente formada) somente penso que aqui podemos informarmo-nos um pouco melhor sobre o assunto, depois quem quiser que assine.
E depois nao digam que nao contribuo para o servico civico.
PS- Agora quanto a ideia, alimentada por alguns proponentes da petição, de que esta bastaria para impor a realização de um novo referendo nao confundamos as coisas.
Atencao, pois nao estou aqui a fazer campanha nehuma (alias nao tenho opiniao totalmente formada) somente penso que aqui podemos informarmo-nos um pouco melhor sobre o assunto, depois quem quiser que assine.
E depois nao digam que nao contribuo para o servico civico.
PS- Agora quanto a ideia, alimentada por alguns proponentes da petição, de que esta bastaria para impor a realização de um novo referendo nao confundamos as coisas.
terça-feira, janeiro 20, 2004
Serei Lixo Genético?
De forma a tornar este post plausível vou ser forçado a revelar uma coisa sobre a minha pessoa: sou míope. “E o que é que isso me interessa?” pergunta o ansioso leitor. Calma. Passo a explicar. Um dos meus progenitores, depois de um contacto mais próximo com um dos nossos hospitais públicos (poupo-vos os adjectivos) andou a investigar a possibilidade de efectuar um seguro de saúde para a familia nuclear cá do sitío (antes que o governo acabe com o Serviço Nacional de Saúde, ou acabe de acabar, com ele, sabem é que dá muita despesa...). Vim a descobrir o seguinte, como sou miúpe não me será concedido seguro. Justificação? Não há... O pior é que se eu fosse alcoólico, toxicodependente ou fumador podia mentir, mas assim... posso dizer que está na cara quee sou míupe. Resultado: nada feito, continuamos no serviço público. Sou um jovem, considero-me saudável, mas... sou miúpe. Será que sou lixo genético? E será que as pessoas que defendem uma crescente privatização da saúde em vez de maiores investimentos no sector público são todas seres perfeitos e imaculados pela doença? É que haviam de ver o questionário... Mas enfim eu compreendo, afinal de contas... sou míupe...
Inacio em Belem
Entao Augusto Inacio e` a nova contratacao do Belenenses. E promete ele muito trabalho, muito trabalho, num clube "que é um dos grandes de Portugal, como a manifestação da massa associativa o comprova".
Grandes? certamente nao pela totalidade (uma centena) de socios do clube que compareceram a apresentacao. OK , Ok, eu sei que sao 103.
Grandes? certamente nao pela totalidade (uma centena) de socios do clube que compareceram a apresentacao. OK , Ok, eu sei que sao 103.
MIBEL
E vamos passar a ter a livre comercializacao de electricidade, acho bem, so temos a ganhar com esta liberalizacao, eles que concorram pelo mercado. E la veem os sindicatos, mas cada vez mais ficamos dependentes de Espanha.
Y despues, es la vida.
Y despues, es la vida.
Clown
Atencao que os palhacos vem ai, sim eu sei que hoje em dia o que nao falta sao palhacos por ai mas estou a referir-me a estes. Alias pensando melhor, nao sei muito bem o que e` que ca vem fazer.
segunda-feira, janeiro 19, 2004
Leitura
Aproveitando o post do Samuel sobre a leitura dos seus cinco melhores livros de 2003 tambem eu queria aqui deixar a lista daqueles que eu li por prazer proprio.
5) Karate-Do My Way of Life, de Gichin Funakoshi, apesar da controversia que possa existir sobre a posicao que teve no envolvimento do Japao na 2a Guerra Mundial sempre e` considerado o pai do Karate-Do moderno.
4) A trilogia do Senhor dos Aneis, juntamente com o Hobbit e o Silmarillion, de J.R.R. Tolkien (como podem ver considerei estes livros como um todo) grande obra prima esta sobre a epica luta entre o bem e o mal.
3) Entrevista com o Vampiro, O Vampiro Lestat , A Rainha dos Malditos, de Anne Rice
(novamente considerei como um todo) considerada a segunda novela deste genero mais significativa de todos os tempos.
2) Pela Estrada Fora, de Jack Kerouac, a viagem em direccao ao nada onde nao interessa chegar mas sim caminhar, deslocar-se.
1) Diario de Um Killer Sentimental, de Luis Sepulveda, a angustia sentimental de um profissional do assassinio.
5) Karate-Do My Way of Life, de Gichin Funakoshi, apesar da controversia que possa existir sobre a posicao que teve no envolvimento do Japao na 2a Guerra Mundial sempre e` considerado o pai do Karate-Do moderno.
4) A trilogia do Senhor dos Aneis, juntamente com o Hobbit e o Silmarillion, de J.R.R. Tolkien (como podem ver considerei estes livros como um todo) grande obra prima esta sobre a epica luta entre o bem e o mal.
3) Entrevista com o Vampiro, O Vampiro Lestat , A Rainha dos Malditos, de Anne Rice
(novamente considerei como um todo) considerada a segunda novela deste genero mais significativa de todos os tempos.
2) Pela Estrada Fora, de Jack Kerouac, a viagem em direccao ao nada onde nao interessa chegar mas sim caminhar, deslocar-se.
1) Diario de Um Killer Sentimental, de Luis Sepulveda, a angustia sentimental de um profissional do assassinio.
Que farei quando o estomago arde?
Cheguei de la' ontem, mas pareceram varios dias. Os rostos ignoravam-me muito embora eu olhasse como quem aguarda uma resposta. Por vezes tive medo, fazia toda uma rua rente 'as montras apressado e de maos enterradas nos bolsos. Nao havia nada para ver, nada para sentir. Uma infinita sequencia de contratos, a cada um a sua tarefa. A motivacao da posse era augurio de abandono. De um vago abandono pressentido no outro e que obrigava a um trato cuidadoso e distante que persistia como uma inevitabilidade, nao fosse um avanco da mais pura essencia abrir feridas, so' apressadamente saradas. Agora que olho este ceu a perder de vista sinto-me progressivamente mais leve, mais solto, pertenco-me de novo. Respiro. Sou apenas eu e quem amo. Nao basta para ser feliz? Tenho todo o mundo reunido naquelas estantes e o que resta, talvez o mais importante, naqueles cumes pedregosos. Como e' possivel viver naquele infinito jogo de dependencias? Cada um necessita do outro na exacta medida da troca. Meros objectos sem rosto .
Fui nao tive outro remedio, perca de tempo a minha preocupacao mesmo conhecendo a sua predisposicao para se constituir como um espelho que apenas reflecte o inominavel mundo que ele tanto ambiciona abarcar. Ele, um reflexo enganadoramente voluvel que se tranforma avancando num caminho unico. O caminho do bem.
- Dizes tu?
- Diz ele.
- Nao acreditas?
- Antes de decidirmos o objectivo ha' que perceber com que instrumentos realmente contamos. Depois de estar feita essa enumeracao, podemos rever-nos ou continuar com a farsa.
Feliz a hora em que, antes de encetar viagem, caminhei ate' onde a terra me pareceu mais pura e fertil, ali junto ao rio, e cavando o solo com os dedos apertei um punhado de terra e depositei-o humido e virgem nos bolsos que me ladeiam. Foi essa forca que me permitiu enfrentar o espectaculo da morte.
- Como vais? Admirado? Julgavas que vinhas para o meu funeral, hem? Estou mais vivo que nunca! Sai' do hospital ontem 'a noite! Foi preciso muita coragem para ter feito o que fiz, percebes?
Foi uma coisa que me passou pelos olhos! Maus momentos! Mas eu sou de boa fibra o estomago nao quis nada com o herbicida que la' enfiei!
- Vim porque vives. Nao viria se o pior tivesse acontecido. Folgo muito em ver-te com essa energia toda (Tudo bem Maria Joao?) mas o que te levou a tomar semelhante atitude desesperada?
- Qual desespero! Achas que um homem como eu desespera? Que um homem que ate' tem coragem para enfiar pelas goelas dois frascos de herbicida, desespera?
- Andas cansado, com problemas? Vem ate' a' Vila! Passamos la' uns dias e...
- Foi um mau momento pronto! Amanha estou de volta ao trabalho, tenho um encontro com um cliente logo pela manha e 'a tarde tenho uma reuniao numa multinacional, deve ser importante! Vou levar o Adolfo comigo, ja' esta' em estagio e tem que aprender como se trabalha a 200 'a hora! Tu la' pela serra e' mais calmo, nao? Tens mais paz e 'as vezes eu... eu...
- Fico feliz por teres sido socorrido a tempo.
- Ele proprio telefonou para o 112, assim que ingeriu os frascos... Chorava... Foram-lhe feitas varias lavagens ao estomago...
- Maria Joao! chega de conversas ja' estamos atrasados! E tu, queres boleia ate' 'a estacao?
Fui nao tive outro remedio, perca de tempo a minha preocupacao mesmo conhecendo a sua predisposicao para se constituir como um espelho que apenas reflecte o inominavel mundo que ele tanto ambiciona abarcar. Ele, um reflexo enganadoramente voluvel que se tranforma avancando num caminho unico. O caminho do bem.
- Dizes tu?
- Diz ele.
- Nao acreditas?
- Antes de decidirmos o objectivo ha' que perceber com que instrumentos realmente contamos. Depois de estar feita essa enumeracao, podemos rever-nos ou continuar com a farsa.
Feliz a hora em que, antes de encetar viagem, caminhei ate' onde a terra me pareceu mais pura e fertil, ali junto ao rio, e cavando o solo com os dedos apertei um punhado de terra e depositei-o humido e virgem nos bolsos que me ladeiam. Foi essa forca que me permitiu enfrentar o espectaculo da morte.
- Como vais? Admirado? Julgavas que vinhas para o meu funeral, hem? Estou mais vivo que nunca! Sai' do hospital ontem 'a noite! Foi preciso muita coragem para ter feito o que fiz, percebes?
Foi uma coisa que me passou pelos olhos! Maus momentos! Mas eu sou de boa fibra o estomago nao quis nada com o herbicida que la' enfiei!
- Vim porque vives. Nao viria se o pior tivesse acontecido. Folgo muito em ver-te com essa energia toda (Tudo bem Maria Joao?) mas o que te levou a tomar semelhante atitude desesperada?
- Qual desespero! Achas que um homem como eu desespera? Que um homem que ate' tem coragem para enfiar pelas goelas dois frascos de herbicida, desespera?
- Andas cansado, com problemas? Vem ate' a' Vila! Passamos la' uns dias e...
- Foi um mau momento pronto! Amanha estou de volta ao trabalho, tenho um encontro com um cliente logo pela manha e 'a tarde tenho uma reuniao numa multinacional, deve ser importante! Vou levar o Adolfo comigo, ja' esta' em estagio e tem que aprender como se trabalha a 200 'a hora! Tu la' pela serra e' mais calmo, nao? Tens mais paz e 'as vezes eu... eu...
- Fico feliz por teres sido socorrido a tempo.
- Ele proprio telefonou para o 112, assim que ingeriu os frascos... Chorava... Foram-lhe feitas varias lavagens ao estomago...
- Maria Joao! chega de conversas ja' estamos atrasados! E tu, queres boleia ate' 'a estacao?
Educacao Inclusiva.
Quase me passava ao lado uma troca de posts entre o Barnabe e o Liberdade de Expressao (que cumprimento) acerca de uma sondagem de opiniao em que num site da Porto Editora 44% dos 801 votantes (naturalmente a esmagadora maioria ligados 'a educacao, senao mesmo professores) responderam que os alunos com necessidades educativas especiais (NEE) devem ser mandados para escolas especiais. Note-se que a sondagem sendo 'apenas' a oscultacao de opiniao, nao perde importancia na medida em que ganha espontaneidade e revela o que muitos actores educativos pensa de uma questao de magna importancia na educacao actual e de sempre. Daniel Oliveira nao deixou - e bem- passar em claro o facto (sem acrescentar grande coisa) e Joao Miranda ( a ter em consideracao em outras areas) talvez perdido no meio dos calhamacos de Direito, quando se trata de materias de cariz social mete agua. Ja' quando ha' uns meses aqui se falou de migracao notei que meteu alguma, mas desta vez o barco afundou mesmo. As seguintes frases sao imperdoaveis: E se, o apartheid educativo for mesmo a melhor solução ? O Daniel não sabe, porque a melhor solução para cada circunstância depende de características particulares que ninguém conhece.
Em primeiro lugar parece-me que JM prefere relativizar questoes de ordem social, suspeito que seja mais absoluto em materias de outra grandeza e importancia... Este e' desde logo o pior caminho. Depois nao conhece o significado de NEE. Estas nao sao atribuidas apenas a 'deficientes', mas sim a todos os alunos 'normais' que tenham insucesso escolar simples, adandono escolar, problemas comportamentais e/ou disciplinares bem como sociais. Serao estes alunos que vamos excluir? Que 'caracteristicas particulares' serao essas? Em paralelo enquadram-se tambem nas NEE os alunos (que aconselho JM a nao temer) com deficiencia motora, sensorial, mental ou com doenca grave. Todos estes grupos de alunos devem ser integrados com naturalidade nas escolas publicas uma vez que a sua inclusao significa melhores resultados ao nivel do seu desenvolvimento cognitivo, social e motor. Os estudos indicam-no, a pratica demontra-o.
Premente nao e' criar 'escolas especiais', mas sim procurar que o aluno com NEE quando chega 'a escola tenha que lutar apenas contra o seu problema (seja ele qual for) e nao tenha que enfrentar um professor sem preparacao e que cede ao facilitismo, conteudos curriculares sem flexibilidade e sem capacidade de adaptacao nao promovendo a construcao continua, a ausencia de psicologos educacionais, uma organizacao escolar inexistente (talvez o maior problema do ensino obrigatorio) e uma legislacao que nao o contempla.
E ja' agora aqui fica para melhor conhecimento os pontos cruciais da Conferência Mundial sobre Necessidades Educativas Especiais, organizada pela UNESCO, na cidade espanhola de Salamanca em Junho de 1994:
a) O direito à educação é independente das diferenças individuais;
b) As necessidades educativas especiais não abrangem apenas algumas crianças com problemas, mas todas as que possuem dificuldades escolares;
c) A escola é que deve adaptar–se às especifícidades dos alunos, e não o contrário;
d) O ensino deve ser diversificado e realizado num espaço comum a todas as crianças.
Para mais informacoes existe tambem este livro. (Repare-se bem no nome.)
Bem como todas as publicacoes seguintes do Professor David Rodrigues, que lecciona na Faculdade de Motricidade Humana.
Rodrigues D. (2001) (Org.) "Educação e Diferença", Porto Editora, Porto
Rodrigues, D. (2001) "A Educação e a Diferença" in, David Rodrgues "Educação e Diferença", Porto Editora, Porto.
Rodrigues, D. (2000) Paradigma da Educação Inclusiva: Reflexões sobre uma agenda possível, Inclusão, 3-7.
Rodrigues, D. (1999) "Corpo, Espaço e Movimento", INIC, Lisboa.
Costa AM, Rodrigues D. (1999) "Special Education in Portugal" European Journal of Special Needs Education, vol 14 (1), pg. 70-89.
(Nota: Nao sou aluno de David Rodrigues nem da F.M.H.)
Em primeiro lugar parece-me que JM prefere relativizar questoes de ordem social, suspeito que seja mais absoluto em materias de outra grandeza e importancia... Este e' desde logo o pior caminho. Depois nao conhece o significado de NEE. Estas nao sao atribuidas apenas a 'deficientes', mas sim a todos os alunos 'normais' que tenham insucesso escolar simples, adandono escolar, problemas comportamentais e/ou disciplinares bem como sociais. Serao estes alunos que vamos excluir? Que 'caracteristicas particulares' serao essas? Em paralelo enquadram-se tambem nas NEE os alunos (que aconselho JM a nao temer) com deficiencia motora, sensorial, mental ou com doenca grave. Todos estes grupos de alunos devem ser integrados com naturalidade nas escolas publicas uma vez que a sua inclusao significa melhores resultados ao nivel do seu desenvolvimento cognitivo, social e motor. Os estudos indicam-no, a pratica demontra-o.
Premente nao e' criar 'escolas especiais', mas sim procurar que o aluno com NEE quando chega 'a escola tenha que lutar apenas contra o seu problema (seja ele qual for) e nao tenha que enfrentar um professor sem preparacao e que cede ao facilitismo, conteudos curriculares sem flexibilidade e sem capacidade de adaptacao nao promovendo a construcao continua, a ausencia de psicologos educacionais, uma organizacao escolar inexistente (talvez o maior problema do ensino obrigatorio) e uma legislacao que nao o contempla.
E ja' agora aqui fica para melhor conhecimento os pontos cruciais da Conferência Mundial sobre Necessidades Educativas Especiais, organizada pela UNESCO, na cidade espanhola de Salamanca em Junho de 1994:
a) O direito à educação é independente das diferenças individuais;
b) As necessidades educativas especiais não abrangem apenas algumas crianças com problemas, mas todas as que possuem dificuldades escolares;
c) A escola é que deve adaptar–se às especifícidades dos alunos, e não o contrário;
d) O ensino deve ser diversificado e realizado num espaço comum a todas as crianças.
Para mais informacoes existe tambem este livro. (Repare-se bem no nome.)
Bem como todas as publicacoes seguintes do Professor David Rodrigues, que lecciona na Faculdade de Motricidade Humana.
Rodrigues D. (2001) (Org.) "Educação e Diferença", Porto Editora, Porto
Rodrigues, D. (2001) "A Educação e a Diferença" in, David Rodrgues "Educação e Diferença", Porto Editora, Porto.
Rodrigues, D. (2000) Paradigma da Educação Inclusiva: Reflexões sobre uma agenda possível, Inclusão, 3-7.
Rodrigues, D. (1999) "Corpo, Espaço e Movimento", INIC, Lisboa.
Costa AM, Rodrigues D. (1999) "Special Education in Portugal" European Journal of Special Needs Education, vol 14 (1), pg. 70-89.
(Nota: Nao sou aluno de David Rodrigues nem da F.M.H.)
domingo, janeiro 18, 2004
No desporto
Quem diz que as mulheres nao sabem conduzir. Parabens a esta senhora por ter completado o rali de Dakar em camioes.
Por mim uma mulher pode conduzir-me onde ela quiser.
Por mim uma mulher pode conduzir-me onde ela quiser.
Como prometido
eis os cinco melhores livros que li o ano passado (a verdade e' que acho que ja' tive melhores anos...):
5º: O Retrato de Dorian Gray, de Oscar Wild, a cupidez da beleza e a descricao ironica da alta-sociedade inglesa;
4º: Os Jardins de Luz, de Amin Maalaouf, o romance historico que se le com avidez e onde se percebe o significado da palavra 'maniqueismo'. Muito bom;
3º: O Assassinio do Sabado de Manha, de Batya Gur, uma psicanalista e' assassinada em Israel. Para amantes dos policiais e da psicologia. Com muita classe.
2º: Lituma nos Andes, de Mario Vargas Llosa, o cabo Lituma foi desterrado e nunca se viu em tao maus lencoes, vale-lhe as historias do Tomasito...
De um escritor com o melhor estilo latino-americano.
1º: 1984, de George Orwell, obviamente obrigatorio.
And the special guest star is: Murphy, de Samuel Becket.
Murphy parece louco apenas por um momento, a menos que o leitor seja muito distraido...
5º: O Retrato de Dorian Gray, de Oscar Wild, a cupidez da beleza e a descricao ironica da alta-sociedade inglesa;
4º: Os Jardins de Luz, de Amin Maalaouf, o romance historico que se le com avidez e onde se percebe o significado da palavra 'maniqueismo'. Muito bom;
3º: O Assassinio do Sabado de Manha, de Batya Gur, uma psicanalista e' assassinada em Israel. Para amantes dos policiais e da psicologia. Com muita classe.
2º: Lituma nos Andes, de Mario Vargas Llosa, o cabo Lituma foi desterrado e nunca se viu em tao maus lencoes, vale-lhe as historias do Tomasito...
De um escritor com o melhor estilo latino-americano.
1º: 1984, de George Orwell, obviamente obrigatorio.
And the special guest star is: Murphy, de Samuel Becket.
Murphy parece louco apenas por um momento, a menos que o leitor seja muito distraido...
sábado, janeiro 17, 2004
Maldito espelho devolveu a imagem dela sem reflectir
É um vicio danado aspirar o ar ao ela passar,
Vem o hábito ficar sentado e, deixa-la fugir
Fingir que passou ao lado, e vê-la farpar...
Ai, lá vem ela sabendo que é linda
Por onde passa a relva cresce,
Lá vem ela mostrando interesse
Essa palavra nesse Popless
Lá vem ela sabendo que mexe
Um peito acima, outro desce
Lá vem ela mostrando interesse
No que, no que cresce
É uma pena ter ficado sentado e deixa-la jantar
Foi um erro declarado e culpado por ela sorrir
Ai, lá vem ela sabendo que é bela
Que me escuta à janela
Lá vem ela sabendo que é linda
Por onde passa tudo mexe
(Ai) Lá vem ela sabendo que é boa,
Que a nossa cabeça fica á toa
Lá vem ela sabendo que o interesse
De tudo isto é palavra Popless
Lá vem ela sabendo que é linda
Por onde passa a relva cresce
Lá vem ela mostrando interesse
De resolver este (T)Popless
(Ai) Lá vem ela sabendo que é boa
E que esta cabeça ficou à toa
Lá vem ela sabendo que mexe
Um peito assim até mais cresce
Lá vem ela mostrando interesse
E lá vem ela sabendo que é bela
E que à janela eu fico à espera
Á espera de vê-la ...
Popless, GNR.
Dediquemo-nos pois 'as coisas teluricas.
É um vicio danado aspirar o ar ao ela passar,
Vem o hábito ficar sentado e, deixa-la fugir
Fingir que passou ao lado, e vê-la farpar...
Ai, lá vem ela sabendo que é linda
Por onde passa a relva cresce,
Lá vem ela mostrando interesse
Essa palavra nesse Popless
Lá vem ela sabendo que mexe
Um peito acima, outro desce
Lá vem ela mostrando interesse
No que, no que cresce
É uma pena ter ficado sentado e deixa-la jantar
Foi um erro declarado e culpado por ela sorrir
Ai, lá vem ela sabendo que é bela
Que me escuta à janela
Lá vem ela sabendo que é linda
Por onde passa tudo mexe
(Ai) Lá vem ela sabendo que é boa,
Que a nossa cabeça fica á toa
Lá vem ela sabendo que o interesse
De tudo isto é palavra Popless
Lá vem ela sabendo que é linda
Por onde passa a relva cresce
Lá vem ela mostrando interesse
De resolver este (T)Popless
(Ai) Lá vem ela sabendo que é boa
E que esta cabeça ficou à toa
Lá vem ela sabendo que mexe
Um peito assim até mais cresce
Lá vem ela mostrando interesse
E lá vem ela sabendo que é bela
E que à janela eu fico à espera
Á espera de vê-la ...
Popless, GNR.
Dediquemo-nos pois 'as coisas teluricas.
E se eu fosse o contrario do que sou?
- Nao escrevia em blogs ( mas talvez vez fosse para o Damaia, 'grafittar' muros dizendo: 'Nao somos uma ceita mas somos mais k 80...)
- (Sendo assim) Era preto;
- Ria baixinho;
- So' ia ao cinema ver os 'Blockbusters';
- Ainda me perguntava se Lisboa seria mais provinciana ou mais cosmopolita;
- Era muito simpatico e so' dizia banalidades;
- Tinha mais iniciativa e vontade propria e estava agora em Montalegre na XIII Feira do Fumeiro e do Presunto, todo contente da vida;
- Era mais humilde, e tambem mais irrelevante;
- Tinha-me em pior consideracao (como se pode notar);
- Nao tinha votado em Santana Lopes;
Alias, parem tudo! Chega de silencio. Sera' sempre verdade que PSL quer fazer uma catedral nas antigas fabricas da Matinha sendo o projecto de Oscar Niemeyer? Mas ele so' se lembra de obras desnecessarias e dispendiosas? Nao se identificam maiores necessidades em Lisboa para alem de um tunel, uns arranha-ceus, um casino, uma catedral?
(Continuando)
- Ia mais ao teatro;
- Olhava primeiro para a cara das meninas em vez de olhar primeiro para as pernas;
- Era mais responsavel e mais enfadonho (bom, e tinha mais sucesso);
- Nao gostava do ultimo single de Nelly Furtado 'Powerless', nem adorava o video-clip, nem me babava com ela. (Ter filhos transforma as mulheres...);
- Andava sempre 'stressado', porque nao lia, nao ouvia musica alto e nao bebia (embora sempre pudesse fazer yoga, yooooooooooooooooooooooga!);
- Ja' tinha violado violentamente a protagonista dos 'Morangos com Acucar' (que so' recebe 13 contos por episodio) para ver se lhe provocava umas recordacoes traumaticas e obriga-la assim a procurar ajuda psicologica com urgencia;
Mas nao.
- (Sendo assim) Era preto;
- Ria baixinho;
- So' ia ao cinema ver os 'Blockbusters';
- Ainda me perguntava se Lisboa seria mais provinciana ou mais cosmopolita;
- Era muito simpatico e so' dizia banalidades;
- Tinha mais iniciativa e vontade propria e estava agora em Montalegre na XIII Feira do Fumeiro e do Presunto, todo contente da vida;
- Era mais humilde, e tambem mais irrelevante;
- Tinha-me em pior consideracao (como se pode notar);
- Nao tinha votado em Santana Lopes;
Alias, parem tudo! Chega de silencio. Sera' sempre verdade que PSL quer fazer uma catedral nas antigas fabricas da Matinha sendo o projecto de Oscar Niemeyer? Mas ele so' se lembra de obras desnecessarias e dispendiosas? Nao se identificam maiores necessidades em Lisboa para alem de um tunel, uns arranha-ceus, um casino, uma catedral?
(Continuando)
- Ia mais ao teatro;
- Olhava primeiro para a cara das meninas em vez de olhar primeiro para as pernas;
- Era mais responsavel e mais enfadonho (bom, e tinha mais sucesso);
- Nao gostava do ultimo single de Nelly Furtado 'Powerless', nem adorava o video-clip, nem me babava com ela. (Ter filhos transforma as mulheres...);
- Andava sempre 'stressado', porque nao lia, nao ouvia musica alto e nao bebia (embora sempre pudesse fazer yoga, yooooooooooooooooooooooga!);
- Ja' tinha violado violentamente a protagonista dos 'Morangos com Acucar' (que so' recebe 13 contos por episodio) para ver se lhe provocava umas recordacoes traumaticas e obriga-la assim a procurar ajuda psicologica com urgencia;
Mas nao.
Uma aula de Zodiaco no ensino publico portugues.
Os manuais escolares portugueses continuam a padecer da mesma doenca que os seus autores: idiotice e mediocridade. Primeiro foi a inclusao do regulamento dessa perola da contemporaneidade que e' o 'Big Brother', agora enfiaram a previsao dos signos a reboque do estudo dos 'Lusiadas'. Em Portugal podiam subsistir problemas de desenvolvimento em muitos sectores, mas bastava que acualmente houvesse uma cultura educativa que formasse adequadamente a pessoa a um nivel etico, cultural e cientifico para que o futuro fosse vislumbrado com olhos de sincera e confiante esperanca. Porem os proprios professores, que por vezes nem meros transmissores de conhecimento sao, perdem o pe' inumeras vezes e deixam-nos o futuro mais cinzento.
quinta-feira, janeiro 15, 2004
Chama-se a atencao
ao senhor Manula para nao deixar de fora um sistema de comentarios, ou mail. Entao como e`? Nao queres que digamos nada...!
Concordo
com o que o Macguffin diz sobre o Amazon e subscrevo o seu obrigado. Ja a algum tempo que venho a fazer varias encomendas a tal majestoso servico e nao tenho razao de queixa, tudo tem chegado a tempo e horas. Realmente e` um servico cinco estrelas e o facto de me encontrar em Inglaterra contribui para que receba em minha casa e em pouquissimo tempo aquele embrulho tao esperado.
Falando em comentarios
Curioso o comment de Derek Brown, jornalista do Guardian sobre o que e` que os Arabes alguma vez fizeram por nos, para quem pensava que a resposta era simplesmente zero pensem bem, nao e` so isso, ora leiam la. Os links tambem sao uteis.
segunda-feira, janeiro 12, 2004
Ja agora
aproveito para mencionar aqui o amigo Manula que comeca a dar os seus primeiros passos no mundo da blogosfera, como se diz que gostos nao se discutem vamos la ver no que e` que isto vai dar, forca ai.
Senhores e Senhoras,
eis os cinco melhores filmes que vi o ano passado, na minha garbosa opiniao:
5º: O Senhor dos Aneis - O Regresso do Rei, de Peter Jackson, ou a fantasia e a aventura;
4º: O Sabor da Cereja, de Abbas Kiarostami, ou o humanismo e a substancia;
3º: Vai e Vem, de Joao Cesar Monteiro, ou a liberdade.
2º: Baraka, de Ron Fricke, ou a imensa beleza.
1º: Dogville, de Lars von Trier, ou a perscrutacao do homem.
Em breve, os cinco melhores livros. (Tambem, de todos os que li em 2003.)
5º: O Senhor dos Aneis - O Regresso do Rei, de Peter Jackson, ou a fantasia e a aventura;
4º: O Sabor da Cereja, de Abbas Kiarostami, ou o humanismo e a substancia;
3º: Vai e Vem, de Joao Cesar Monteiro, ou a liberdade.
2º: Baraka, de Ron Fricke, ou a imensa beleza.
1º: Dogville, de Lars von Trier, ou a perscrutacao do homem.
Em breve, os cinco melhores livros. (Tambem, de todos os que li em 2003.)
Nao sei o que se passa
mas ando mais calmo, melodico, quica sensivel, sera por causa da Dido? essa grande senhora, nao sei, mas aqui fica a recomendacao do seu CD, Life for Rent, de que esperam, va, vao, vao comprar. Aposto que neste momento ja estou a ser alvo de chacota, que diabos, isso e` musica de miuda dizem alguns, a esses digo eu vao a` mer...
De volta
ao blog depois de umas mini-ferias e aproveitando para desejar a todos um Bom Ano de 2004. Queria tambem dizer que tive oportunidade de passar por Lx e de conviver com alguns bons amigos e de passar bons momentos, enfim, que se viva a diversao, conviva-se socialmente pois esses sao momentos importantes, especialmente quando nao vivemos essas amizades regularmente. Mas apesar de tal situacao e na minha opiniao considero importante manter estes lacos de amizade quer nos encontremos diariamente, semanalmente, mensalmente ou quando o rei faz anos. Posso dizer que dou muito valor a`amizade, que aprecio o prazer proporcionado por uma tertulia entre amigos e considero que a falta desta torna a vida de alguem muito mais pobre, considerem-me amigo do amigo. A vida, as situacoes mudam e as pessoas tambem, e` um facto, nao faco juizos de valor nessa materia, quem sou eu para tal, cada qual toma as suas decisoes e faz aquilo que tem de fazer, se isso as torna feliz, forca, optimo, e` so o que desejo, afinal a vida e` tao curta para melodramas, aproveite-se aquilo que se aproveita, e` o que aprendi a fazer. Nao me quero alongar mais nesta materia, penso que nao vale a pena, o essencial esta dito, a mensagem transmitida e no fundo e` algo simples, com este post queria so reconhecer os instantes da vida, que e` disso que ela e` feita, pensem nisso.
E depois deste instante mais emocional, de volta, de volta ao trabalho.
E depois deste instante mais emocional, de volta, de volta ao trabalho.
domingo, janeiro 11, 2004
Quem não quer sê-lo, não lhe vista a pele.
Queria apenas chamar à atenção para os cartazes que anunciam um curso de clown no espaço Évoe (um sítio, como todos sabemos "bué alternativo"). A razão para a minha chamada d atenção é muito simples: esttamos em Portugal, falamos (pelo menos eu falo) português. Ninguém diz que está a cursar "Law", "History", "Psychology", "Journalism", etc. Então porque é que este curso se chama de "clown"? Será que os organizadores tiveram medo de o chamar de curso de palhaço? Ou será que a melhor tradução seria curso de palhaçada? Mas não é isso que ensinam? E se é porque o medo de tratar os bois pelos nomes? Ou será que só somos alternativos para algumas coisas e noutras somos retrógrados como qualquer outro?
Uma explicação possivel seria a de o curso se dirigir para a comunidade estranjeira... deve ser isso! Mas se é então porque é que o folheto que anuncia as disciplinas (aconselho a leitura...) está em português?
Deixo-vos com uma ultima questão: Quem é que eles pensam que estão a enganar?
Uma explicação possivel seria a de o curso se dirigir para a comunidade estranjeira... deve ser isso! Mas se é então porque é que o folheto que anuncia as disciplinas (aconselho a leitura...) está em português?
Deixo-vos com uma ultima questão: Quem é que eles pensam que estão a enganar?
sábado, janeiro 10, 2004
(Rapaziada, vai uma peticao???)
Vejam la' se o template deste blog (sim e' brasileiro, alias so' podia ser brasileiro...) nao e' um belo exemplo a seguir pelas meninas portuguesas da blogosfera... Quem sabe com bastante melhores resultados esteticos! Sem preconceitos. Um estilo muito, digamos.... 'a flor da pele. E a pouca substancia da escrita e' compensada com a... frescura das carnes?
A Denuncia!
Para que conste, VHS, vulgo Vitor Hugo Salgado, Presidente da Associacao Academica de Coimbra, por demais conhecido pela sua luta criminosa anti-propinas, julga injusto o pagamento das mesmas, na medida em que retiram ao seu bolso margem de manobra cada vez que se quer refastelar nos repastos do restaurante Constituinte ali na Rua de S. Bento! Como por exemplo fez ontem!
sexta-feira, janeiro 09, 2004
Uma no cravo outra na ferradura...
Normalmente quando o carro fica 'a porta e ando nos autocarros da carris entro sem picar o modulo. Para tal, utilizo alguns expedientes que resultam sempre e que nao carecem de grande imaginacao. Na arte de nao pagar no autocarro sou um orgulhoso chico-esperto seguindo a velha tradicao portuguesa...
Ultimamente tenho entrado nos autocarros com as maos nos bolsos e com a maior descontraccao, como forma de protesto, ja' que as bestas dos motoristas devem julgar que sao a unica classe de profissionais desfavorecida pelo patronato, uma vez que usam e abusam do poder relativo que tem, ao realizar sucessivas greves de varias horas sem a minima consciencia dos enormes transtornos que causam a milhares de humildes trabalhadores por contra de outrem dependentes do transporte publico, que nao tem carro nem isencao de horario, tendo que cumprir as horas de entrada escrupulosamente, sob, entre outras penas, de ver o seu salario reduzido.
No entanto hoje utilizei um expediente de ocasiao para entrar no bus. Uma cega estava a sair e como quase me ia atropelando resolvi ajuda-la a descer, ao mesmo tempo que entrava e me 'esquecia' de picar o modulo. Qual nao e' o meu espanto quando a cega comeca a esbracejar e a repetir: 'Nao me toque!', 'Nao me toque!' Estive mesmo para lhe responder: 'Entao nao va' contra as pessoas e abra os olhos que e' de dia!!!
La' entrei sem picar o modulo...
Ultimamente tenho entrado nos autocarros com as maos nos bolsos e com a maior descontraccao, como forma de protesto, ja' que as bestas dos motoristas devem julgar que sao a unica classe de profissionais desfavorecida pelo patronato, uma vez que usam e abusam do poder relativo que tem, ao realizar sucessivas greves de varias horas sem a minima consciencia dos enormes transtornos que causam a milhares de humildes trabalhadores por contra de outrem dependentes do transporte publico, que nao tem carro nem isencao de horario, tendo que cumprir as horas de entrada escrupulosamente, sob, entre outras penas, de ver o seu salario reduzido.
No entanto hoje utilizei um expediente de ocasiao para entrar no bus. Uma cega estava a sair e como quase me ia atropelando resolvi ajuda-la a descer, ao mesmo tempo que entrava e me 'esquecia' de picar o modulo. Qual nao e' o meu espanto quando a cega comeca a esbracejar e a repetir: 'Nao me toque!', 'Nao me toque!' Estive mesmo para lhe responder: 'Entao nao va' contra as pessoas e abra os olhos que e' de dia!!!
La' entrei sem picar o modulo...
quarta-feira, janeiro 07, 2004
Bom senso precisa-se na Feira Popular.
Estou farto da avalanche de noticias relacionadas com a Casa Pia. Ha meses que isto e' assim. De doidos. Portugal parece um minusculo quintal onde um sem numero de luminarias luta para subir a um banco. Unica maneira de estar 'a altura. Ate algumas pessoas sensatas parecem estupidas. Cada vez que ouco alguma noticia relacionada com a Casa Pia fico mal-disposto. Eu que ate tinha prisao de ventre, desde que comecou a merda do processo sento-me na sanita e ate' cago melhor so de me lembrar do assunto. Tentem fazer silencio. Todos. Nao escrevam sobre o assunto. Irra! confiem apenas no decorrer da investigacao judicial! Chega de Namoras e Granjas, pecas 'jornalisticas' com caras tapadas e vozes deturpadas, chega de editoriais, chega de posts. Calem-se os advogados, o Guerra, o procurador, o bastonario, o Teixeira. E trabalhem, em silencio. Chega da velha gordurosa provedora que mais parece uma piromana. Chega de conferencias de imprensa 'a hora dos telejornais. Deixem-se de invencoes. Quero la' saber se o Carlos Cruz emagreceu 20 kgs! Basta de acusacoes ridiculas de cabala, e saiam da porta do EPL e da Judiciaria. Eu nao quero ser informado sobre o Processo Casa Pia, tenho esse direito nao? Sobretudo nao se indignem, nao opinem. Ignorem-se. Ha' um trabalho a decorrer. Avaliem a sanidade mental dos putos. Avaliem a sanidade mental de todos. Os acusados que apodrecam na prisao ou que voltem para casa. Mas que haja justica. Em silencio.
segunda-feira, janeiro 05, 2004
Comeca com Sol.
Este blog tem andado pouco actualizado, resultado de nao se ter tido computadores por perto. O novo ano entrou e vamos nos tambem entrar no quarto mes de blog.
Aos gajos que apenas viveram pouco mais que um quarto da esperanca media de vida portuguesa o exercicio de 'escrever sobre' afigura-se trabalho de imensa atraccao, embora saiba-se relativo. Daqui a 10 anos, 20, pensarei o mesmo que agora? Nao importa. Sei, que continuarei a pensar. E tambem sei que a cada momento julgo pensar o mais correcto, qual ser iluminado, ao mesmo tempo que quando tenho duvidas vou 'a procura.
Uma pista: nao adianta saber o que se quer, basta que se saiba por antecipacao o que nao se quer. Tenho fortes suspeitas que ha' 20 anos a formacao do individuo, digamos a um nivel etico estava mais facilitada, para quem o procurasse e' claro. Se falarmos em escolhas politicas as minhas certezas sao muito maiores. Hoje em dia a adesao a um partido politico e' feita com muito mais reservas de principio que em nenhum outro tempo. Por outro lado, as ameacas 'a democracia sao outras, bem mais subtis, e tambem se podem combater de fora.
Nos intervalos da vida prazenteira (muitos? poucos?), cerre-se os dentes e cara de mau se apresente.
Depois das festarolas, Janeiro e' sempre um longo mes. Comeca com Sol.
Aos gajos que apenas viveram pouco mais que um quarto da esperanca media de vida portuguesa o exercicio de 'escrever sobre' afigura-se trabalho de imensa atraccao, embora saiba-se relativo. Daqui a 10 anos, 20, pensarei o mesmo que agora? Nao importa. Sei, que continuarei a pensar. E tambem sei que a cada momento julgo pensar o mais correcto, qual ser iluminado, ao mesmo tempo que quando tenho duvidas vou 'a procura.
Uma pista: nao adianta saber o que se quer, basta que se saiba por antecipacao o que nao se quer. Tenho fortes suspeitas que ha' 20 anos a formacao do individuo, digamos a um nivel etico estava mais facilitada, para quem o procurasse e' claro. Se falarmos em escolhas politicas as minhas certezas sao muito maiores. Hoje em dia a adesao a um partido politico e' feita com muito mais reservas de principio que em nenhum outro tempo. Por outro lado, as ameacas 'a democracia sao outras, bem mais subtis, e tambem se podem combater de fora.
Nos intervalos da vida prazenteira (muitos? poucos?), cerre-se os dentes e cara de mau se apresente.
Depois das festarolas, Janeiro e' sempre um longo mes. Comeca com Sol.