Educacao Inclusiva.
Quase me passava ao lado uma troca de posts entre o Barnabe e o Liberdade de Expressao (que cumprimento) acerca de uma sondagem de opiniao em que num site da Porto Editora 44% dos 801 votantes (naturalmente a esmagadora maioria ligados 'a educacao, senao mesmo professores) responderam que os alunos com necessidades educativas especiais (NEE) devem ser mandados para escolas especiais. Note-se que a sondagem sendo 'apenas' a oscultacao de opiniao, nao perde importancia na medida em que ganha espontaneidade e revela o que muitos actores educativos pensa de uma questao de magna importancia na educacao actual e de sempre. Daniel Oliveira nao deixou - e bem- passar em claro o facto (sem acrescentar grande coisa) e Joao Miranda ( a ter em consideracao em outras areas) talvez perdido no meio dos calhamacos de Direito, quando se trata de materias de cariz social mete agua. Ja' quando ha' uns meses aqui se falou de migracao notei que meteu alguma, mas desta vez o barco afundou mesmo. As seguintes frases sao imperdoaveis: E se, o apartheid educativo for mesmo a melhor solução ? O Daniel não sabe, porque a melhor solução para cada circunstância depende de características particulares que ninguém conhece.
Em primeiro lugar parece-me que JM prefere relativizar questoes de ordem social, suspeito que seja mais absoluto em materias de outra grandeza e importancia... Este e' desde logo o pior caminho. Depois nao conhece o significado de NEE. Estas nao sao atribuidas apenas a 'deficientes', mas sim a todos os alunos 'normais' que tenham insucesso escolar simples, adandono escolar, problemas comportamentais e/ou disciplinares bem como sociais. Serao estes alunos que vamos excluir? Que 'caracteristicas particulares' serao essas? Em paralelo enquadram-se tambem nas NEE os alunos (que aconselho JM a nao temer) com deficiencia motora, sensorial, mental ou com doenca grave. Todos estes grupos de alunos devem ser integrados com naturalidade nas escolas publicas uma vez que a sua inclusao significa melhores resultados ao nivel do seu desenvolvimento cognitivo, social e motor. Os estudos indicam-no, a pratica demontra-o.
Premente nao e' criar 'escolas especiais', mas sim procurar que o aluno com NEE quando chega 'a escola tenha que lutar apenas contra o seu problema (seja ele qual for) e nao tenha que enfrentar um professor sem preparacao e que cede ao facilitismo, conteudos curriculares sem flexibilidade e sem capacidade de adaptacao nao promovendo a construcao continua, a ausencia de psicologos educacionais, uma organizacao escolar inexistente (talvez o maior problema do ensino obrigatorio) e uma legislacao que nao o contempla.
E ja' agora aqui fica para melhor conhecimento os pontos cruciais da Conferência Mundial sobre Necessidades Educativas Especiais, organizada pela UNESCO, na cidade espanhola de Salamanca em Junho de 1994:
a) O direito à educação é independente das diferenças individuais;
b) As necessidades educativas especiais não abrangem apenas algumas crianças com problemas, mas todas as que possuem dificuldades escolares;
c) A escola é que deve adaptar–se às especifícidades dos alunos, e não o contrário;
d) O ensino deve ser diversificado e realizado num espaço comum a todas as crianças.
Para mais informacoes existe tambem este livro. (Repare-se bem no nome.)
Bem como todas as publicacoes seguintes do Professor David Rodrigues, que lecciona na Faculdade de Motricidade Humana.
Rodrigues D. (2001) (Org.) "Educação e Diferença", Porto Editora, Porto
Rodrigues, D. (2001) "A Educação e a Diferença" in, David Rodrgues "Educação e Diferença", Porto Editora, Porto.
Rodrigues, D. (2000) Paradigma da Educação Inclusiva: Reflexões sobre uma agenda possível, Inclusão, 3-7.
Rodrigues, D. (1999) "Corpo, Espaço e Movimento", INIC, Lisboa.
Costa AM, Rodrigues D. (1999) "Special Education in Portugal" European Journal of Special Needs Education, vol 14 (1), pg. 70-89.
(Nota: Nao sou aluno de David Rodrigues nem da F.M.H.)
Em primeiro lugar parece-me que JM prefere relativizar questoes de ordem social, suspeito que seja mais absoluto em materias de outra grandeza e importancia... Este e' desde logo o pior caminho. Depois nao conhece o significado de NEE. Estas nao sao atribuidas apenas a 'deficientes', mas sim a todos os alunos 'normais' que tenham insucesso escolar simples, adandono escolar, problemas comportamentais e/ou disciplinares bem como sociais. Serao estes alunos que vamos excluir? Que 'caracteristicas particulares' serao essas? Em paralelo enquadram-se tambem nas NEE os alunos (que aconselho JM a nao temer) com deficiencia motora, sensorial, mental ou com doenca grave. Todos estes grupos de alunos devem ser integrados com naturalidade nas escolas publicas uma vez que a sua inclusao significa melhores resultados ao nivel do seu desenvolvimento cognitivo, social e motor. Os estudos indicam-no, a pratica demontra-o.
Premente nao e' criar 'escolas especiais', mas sim procurar que o aluno com NEE quando chega 'a escola tenha que lutar apenas contra o seu problema (seja ele qual for) e nao tenha que enfrentar um professor sem preparacao e que cede ao facilitismo, conteudos curriculares sem flexibilidade e sem capacidade de adaptacao nao promovendo a construcao continua, a ausencia de psicologos educacionais, uma organizacao escolar inexistente (talvez o maior problema do ensino obrigatorio) e uma legislacao que nao o contempla.
E ja' agora aqui fica para melhor conhecimento os pontos cruciais da Conferência Mundial sobre Necessidades Educativas Especiais, organizada pela UNESCO, na cidade espanhola de Salamanca em Junho de 1994:
a) O direito à educação é independente das diferenças individuais;
b) As necessidades educativas especiais não abrangem apenas algumas crianças com problemas, mas todas as que possuem dificuldades escolares;
c) A escola é que deve adaptar–se às especifícidades dos alunos, e não o contrário;
d) O ensino deve ser diversificado e realizado num espaço comum a todas as crianças.
Para mais informacoes existe tambem este livro. (Repare-se bem no nome.)
Bem como todas as publicacoes seguintes do Professor David Rodrigues, que lecciona na Faculdade de Motricidade Humana.
Rodrigues D. (2001) (Org.) "Educação e Diferença", Porto Editora, Porto
Rodrigues, D. (2001) "A Educação e a Diferença" in, David Rodrgues "Educação e Diferença", Porto Editora, Porto.
Rodrigues, D. (2000) Paradigma da Educação Inclusiva: Reflexões sobre uma agenda possível, Inclusão, 3-7.
Rodrigues, D. (1999) "Corpo, Espaço e Movimento", INIC, Lisboa.
Costa AM, Rodrigues D. (1999) "Special Education in Portugal" European Journal of Special Needs Education, vol 14 (1), pg. 70-89.
(Nota: Nao sou aluno de David Rodrigues nem da F.M.H.)
1 Comments:
Bom dia contribuidires!
Sobre a Educação Inclusiva.
Estamos em 2011, e a única mudança que vi até agora, foi o aumento de pessoas com NEE, nas Escolas Públicas, porém, os Professores os mesmos!
Isto é, aqueles que ainda estão vivos, ou que estão afastados com vários tipos de doenças, associadas ao exercicio da profissão...
Pois as salas continuam com uma quantidade de alunos enorme (35 até 40), qual professor sobrevive a isso?
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