segunda-feira, outubro 31, 2005

A época de ciclones foi farta...

...e os 21 nomes previstos não chegaram, foi preciso recorrer ao alfabeto grego. Aqui a listagem dos nomes. «Sam» só lá para 2009...

Sem comentários


O AMOR AO CANTO DO BAR VESTIDO DE NEGRO
Co-Produção Companhia Olga Roriz / CCB / Teatro Municipal de Faro
Companhia Olga Roriz
28 e 29 de Outubro 2005
às 21h Grande Auditório
Duração:1h50 com intervalo de 15/20 minutos
As flores e os presentes confessados que se afastam num palpitar curioso de um pulso de mulher. Os príncipes protegidos pela música que estremece contra as paredes inquietas da infância. E esse veludo carmesim, que se desfaz, colado ao espelho do baton que gira à volta das nossas loucuras.

A volúpia de um repouso total no odor da menina que coleccionou beijos, lábios, dentes, de mamilos ao vento e saltos altos cheios de sorrisos e suspiros. A luta sublime – touché direito ao coração, direito ao pé esquerdo. Conversas sem fim sobre as palmas das mãos embriagadas de cartas de amor. A recordação dos homens que apalpam o batimento das ondas com o desejo excessivo das manhãs adormecidas sem segredos. A casualidade de um vestido de noite maquiado de ciúme que brinda ao tempo a passar com o seu olhar cego e perfumado.
Olga Roriz
2 de Março de 2005

Como eu dizia, neste blogue consensual só a Scarlett

É muito engraçado parodiar Cavaco Silva e é muito difícil dizer três ou quatro coisas acerca de Mário Soares que não estejam relacionadas com diminuição das capacidades cognitivas, assistência social ou elogio veemente do emplastro Joana Amaral Dias. Eu percebo-te Rui.

Mário Soares julga ter a influência e o peso político que não tem. Balanceado apenas por mero orgulho pessoal, tenta perpetuar-se na memória colectiva como um D. Sebastião regressado de facto, não tendo na verdade saído da vida pública, embora enquanto tal fosse quase invisível. Predispõe-se a culminar a carreira política de forma desastrada contra o seu arqui-rival Cavaco Silva. Desastrada não tanto por perder, mas por colocar em xeque de livre e demente vontade as ideias que não pode aprofundar por manifesta falta de ligação com a realidade actual. O motivo é simples. Se é curioso ler Mário Soares sobre temas internacionais ninguém perde um minuto a escutar as opiniões da figura histórica acerca de Portugal. Mário Soares deixou o ar bonacheirão de senador e deslumbra-se com o tempo de antena dado, aparece numa de «repita lá outra vez», «eu gosto muito de si mas não seja impertinente», mexendo-se muito à frente das cameras, aziago, atacando gratuitamente o amigo (?) Manuel Alegre como fez de novo este fim de semana, colocando em prática o tipo de política demagógica e linguareira que o país não precisa («se não é político porque é que recebe reforma política?») e que ele tão bem maneja, bem ao contrário de Cavaco. Para o PS Mário Soares é um entretém inócuo com utilidade passageira. Não percebo o voto em Soares. Até entendo a simpatia gerontológica que suscita mas não é razão convincente para preferência enquanto - repare-se - Presidente da República. Como se diz, a velhice é por vezes uma segunda infância. Pena que Soares não tenha ao menos um tutor.


Cavaco, o próximo Presidente da República, é tão-só o homem confiável que durante os cinco anos de mandato, a cada tempo, mesmo no limite de todos os calendários, vai fazer a escolha certa sem custos de monta, percas de tempo ou espectáculo adicional . Dá uma certa tranquilidade. Porque eu no fundo queria votar Cavaco. Mas talvez me permita votar Alegre cidadão. É um camarada que admiro (ler aqui se faz favor). Nunca mais perco não sei se o romantismo não sei se esta «irreverência juvenil».

sexta-feira, outubro 28, 2005

O Super Cavaco, o Bolo Rei e as Bananas

O Prof. Cavaco Silva (que saudades que eu tinha de ouvir dizer "pugresso", faz-me lembrar a minha adolescência) diz que não é um político.
Dizem que é um técnico. Até dizem que é muito bom lá no que ele faz, as finanças ou lá o que é. Deve ser, já que é, indiscutivelmente para quem conheça o mínimo de história, o pai do défice.
O problema é que o cargo de Presidente da República é eminentemente político. Técnico, técnico pode ser o Ministro das Finanças. Ou um director Geral das Contribuições e Impostos.
Agora o homem que decide da promulgação das leis, que faz os discursos com as grandes linhas (necessariamente gerais) da direcção política da República tem que ser um político.
Tem.
Lamento, mas tem.
O que é que fará quando tiver que decidir uma questão política como uma eventual dissolução da Assembleia da República ou a recepção de um Chefe de Estado estrangeiro? Dizer “Pois, política... eu é mais bolos... Casamentos, baptizados... Agora por altura do Natal o que sai muito é Bolo Rei... O que eu gosto de Bolo Rei... E economia. Bolo Rei e economia. E Finanças Públicas, também gosto de Finanças Públicas. Negócios Estrangeiros, nem tanto... Mas bolo Rei, isso é que eu gosto de Bolo Rei...”
Eu sei que a afirmação era demagógica para agradar os que dizem mal dos políticos, mas mesmo assim...

O que também me irrita solenemente é fazerem tanto alarido por o homem dizer que vai respeitar os limites dos seus poderes constitucionais... É claro que ele tem de respeitar os limites dos seus poderes constitucionais . O que é que queriam? Que alguém se propusesse a uma eleição afirmando que ia extravasar esses poderes? Isso teria um nome: Golpe de Estado.
Desde quando é que a Constituição pode ser revista por mera vontade do PR?
Será que os seus poderes são elásticos?
Será um super poder do super cavaco?
Se isso acontecesse, se o homem se candidatasse a dizer que queria mais poderes do que os constitucionalmente previstos, como alguns dos seus apoiantes queriam e ainda, encapotadamente defendem, então estávamos na América Latina, na República das Bananas.
O que resolvia um problema: se os portugueses gostam tanto de ir ao Brasil, trazíamos o Brasil a Portugal. Ou pelos menos a sua política... O que levantaria a questão: e quando começar a ser moda ir para Moçambique?
Bem, mas ainda não chegamos à Madeira, por isso ainda parece existir algum respeito pela legalidade constitucional. Depois a sua actuação enquanto PR é que pode ser outra coisa.Mas agora o homem dizer que vai respeitar os seus poderes constitucionais, isso não é notícia. Era só o que faltava se não cumprisse...
Era mesmo só o que faltava...
Mas como não é político, se calhar não sabe...

quinta-feira, outubro 27, 2005


“olhem em redor pois para captar o esplendor da natureza não é necessário ir a África ou a qualquer lugar selvagem (...) deveis manter o olhar aberto para a vida selvagem no umbral da vossa casa.”


Manuel Presti o italiano que ganhou o prémio Fotógrafo para a Vida Selvagem, com esta foto de falcão e estorninhos, sob o céu de Roma.

Bom caminho



Saída: Coração, Espanha e Sul.

A ponte mais bonita.

quarta-feira, outubro 26, 2005

Afectos afectados

Associa-se a A ou B um certo tipo de imaginário. É raro que uma mistura de desejos tenha correspondência com o real valor facial. É sabido que dos poucos mergulhos no inconsciente emergem muitos conteúdos insignificantes. Quando é necessário completar alguém com abundante imaginário próprio o resultado fica à partida datado. Há pessoas que gostam apenas porque estão apaixonadas pela suas próprias ideias de transformação do outro a uma imagem ideal, que pode e deve existir numa relação, mas em doses residuais. É a diferença entre gostar de ti «como és», e gostar de ti «como eu gostava que fosses». Declaro já ter experimentado as duas.

É muito verdade, não me posso deitar sem antes dizer que o Edgar colocou aqui uma das músicas (Ederlezi) que mais gosto...

...tema que faz parte de um dos filmes mais bonitos de sempre, de humanidade em estado despoluído, que é o Tempo dos Ciganos, onde o drama se reveste de comédia satírica, que é como convém para ninguém enlouquecer devagarinho, ou pior, principiar a chatear os cornos a meio-mundo. Gosto de filmes que desenganem. As pessoas pensam que beleza são os peixes a saltar no rio com a montanha atrás enquanto dão beijinhos à cara metade num dia de sol sobre a relva, nem se dão conta que isso são tretas de fim de vida, ou no máximo, um dia de férias para recordar. Como diria o Nélson, que costumava usar t-shirts brancas do DN por baixo do seu omnipresente e mal-cheiroso blusão Duffy, o Nélson que vivia num beco de saída única ali para os lados de São Vicente de Fora e que trabalhava na ortopedia, isto é, fazia próteses de gesso, dizia e passo a citar que só de me lembrar o meu maxilar treme: «bonito, bonito, bonito, são os colhões a bater no pito».

«É óbvio que se nesses últimos dias estou escrevendo mais é justamente porque estou transando menos.»

Porque é que na adolescência toda a gente adorava o miserável?

Cada um deve tirar as devidas consequências da sua particular vinda ao mundo. As ilações devem ser ponderadas e ajustadas caso a caso. Alguns fazem-no com bastante rapidez e brilhantismo. Veja-se o caso prático de Kurt Cobain.

segunda-feira, outubro 24, 2005




A única matéria irrefutável e consensual deste blogue.

sexta-feira, outubro 21, 2005

Sim, gosto do que faço

Não percebo as pessoas que, tendo escolhido livremente um determinado curso superior, depois passam a vida a dizer mal desse curso. Mas estará, porventura, alguém a obrigá-los a lá ficar? Na minha área até há gente a mais... se não gostam, por favor, mudem de curso. A sério. Estão a tirar o curso e não se calam a fazer queixinhas, a chatear, a dizer mal. Eu, francamente, gostei muito do meu curso. Aliás, não teria sido capaz de o fazer se não gostasse muito das matérias que estudava. Bem, umas mais que outras, mas convenhamos, tem de se gostar de alguma coisa... senão, a sério, mudem de curso e não chateiem mais. Qual é a vossa desculpa? Os vossos pais? Vocês já têm pelo menos 18 anos, porra, acordem para a vida. E depois, quando acabam o curso, começa a lamúria com o trabalho que têm de fazer e não se sentem vocacionados. A sério? Que surpresa! Se não gostavam do curso, estava-se mesmo à espera que fossem gostar do emprego na área do curso...
E, pelo amor de um Deus no qual não acredito, parem de me chatear.

Isto é capaz de explicar alguma coisa...

O Chapitô é o único sítio na Europa onde há um curso de palhaço (sim é este o nome) que dá equivalência ao 12.º ano.

Desabafo

As ordens profissionais são um resto do corporativismo e deviam ser extintas da face da terra.

quinta-feira, outubro 20, 2005

"...poderá haver aqui ou ali alguma negligência, errar humano est..."



Ricardo Salgado, que sabe viver num país excessivamente dependente da banca, em pose de empresário anos 80 também deve admirar muito, tal como eu, o puto estrela que é agora suspeito de «violar» duas jovens francesas.

Apologia da careta (e do sorriso)

Gente que ao caminhar a envolvência de uma rua não se sente mínimamente tentada a alterar a expressão do rosto.

quarta-feira, outubro 19, 2005

“Morte aos feios”, brincou Boris Vian

Vão ler isto e pensam «aqui está um gajo que se importa com a sua semelhante». Pois bem, toda a gente já reparou na existência pela cidade de umas raparigas muito mal vestidas e no entanto contentes da vidita. Ora isto é um contra-senso. Conheço meninas que demoram o precioso tempo de mulher a vestir-se e no entanto acham que não estão totalmente bem. Isto sim tem toda a lógica e faz bem à saúde feminina e ao entusiasmo masculino. Mas há umas meninas que saem para a rua enroladas em trapos e mesmo assim comportam-se como se nada de anormal escondessem nas suas alminhas deslavadas. Elas acham que aquilo é ter muito estilo. São as adeptas da ausência de côr. Estão identificadas: freaks comunas, as anarcas e algumas do Bloco. São também as que ficaram no século passado, as «roqueiras». São algumas suburbanas, sentido lato, desenraízadas. E outras – as piores - que julgam ser «alternativas», culturalmente superiores. Uma ova. São é feias como aquelas locomotivas laranja que antigamente roncavam a díesel até Castelo Branco. Na maioria dos casos ajuda ao terror a altura incipiente e a gordura em demasia. Como não há remédio para o incidente genético, procuram colocar em prática a velha máxima «abraçar o erro». Sabendo que não há retrocesso na coisa preocupam-se em ficar ainda mais feias, visto que é a única forma de disfarçar o horror que prestam às avenidas cada vez que saem para fazer não sei o quê. Bom, isto pode acontecer mais na cabeça delas que ao espelho. Qualquer tentativa de embelezamento talvez se revelasse infrutífera. Mas nem todos os casos estariam condenados. Segundo é aceite, o Centro Comercial é bem mais milagreiro que a Feira da Ladra ou o baú da avó. O fenómeno não se reduz ao péssimo gosto pronto-a-enfarpelar. Mas quis deter-me apenas no que vejo com os olhos físicos, como uma criança de pátio de escola.

terça-feira, outubro 18, 2005



Peseiro demitiu-se.

Compostagem

Existem posts que desembocam em pessoas imaginárias e outros são escritos sobretudo para «pessoas reais». Os primeiros, posts, são sobre as segundas, pessoas reais. Fico muito feliz sempre que uma boa hipótese de intersecção não termina em enviesamento.

Post 975

Se ouço música e conduzo muitos quilómetros tenho ideias a mais. Quero dizer, não as aproveito directamente. Talvez sejam recuperáveis. Ou quando vou ver filmes só porque a companhia é boa. Menos ideias, sim. Ou se amanhã me vão fazer perguntas sobre política interna alemã. Tenho poucas ideias, antes. Ou quando leio blogues de merda, admito, escapam-me certas associações. Por vezes distraio-me e escrevo muito perto do monitor. Fui o que aconteceu ainda agora.

segunda-feira, outubro 17, 2005

Seu Peseiro

Quando alguém se porta mal deve ser logo tratado pelo mínimo denominador comum. Desta forma a chamada à razão é mais célere porque a causa do problema é colocada desde logo em evidência.

Sadomaso

Após a apresentação inicial estipulou utilizar umas tantas charadas. Conseguia com isto colocar em acção três ou quatro despistes em simultâneo. Na primeira vez nunca encontrava ninguém de jeito.

Coisas complicadas

A rua era ampla e transversal. Mas virou na primeira travessa. Na sua escala mental os passos alongavam-se e no fim de contas preferia ziguezagues.

[nota: consequentemente este post também foi renomeado]

Coisas simples



QFN em festa. Isto ainda não é agricultura biológica.

[nota: por uma questão de clareza este post foi renomeado]

Peito firme

As nossas feridas narcísicas são comichão passageira comparadas com os golpes profundos desta distinta língua feminina.

sexta-feira, outubro 14, 2005

Onde

Aqui. Nem longe nem perto.

Vegetar

Nem é carne nem é peixe.

Egosexual

Tentava orgasmos com umas e depois com outros. Só se tinha sozinho.

Suplente

Nem na bancada nem a titular.

quinta-feira, outubro 13, 2005

«Bué d'alternativo»

“O Bloco é energia alternativa”. Alternativa? Alternativa a quê? Energia alternativa? Será que querem dizer que como passam muito tempo ao sol, podem aproveitar a energia solar? Ou que, como têm a cabeça vazia, pode entrar vento e produzir energia eólica? Ou são tão quentes que produzem energia geotérmica? Nem vou explorar a piada fácil da bio-massa...
Tudo isto para dizer que me irrita esta ideia do “alternativo”. Vamos pensar um bocadinho todos juntos: se uma coisa é “alternativa” é porque, necessariamente existe uma outra coisa, não necessariamente o seu oposto, mas apenas uma outra hipótese, pela qual é possível optar. Ou seja, se existe uma coisa “alternativa”, tem que existir uma outra coisa de que esta é “alternativa”. Ora, se assim é, tanto é alternativa uma como a outra. Para uma ser alternativa, a outra tem, forçosamente, também de o ser.
Ao qualificar determinada realidade como alternativa, nada mais estão a afirmar que esta é uma hipótese que se pode escolher entre outras. Absolutamente mais nada. “Alternativa” não pode ser uma corrente política, uma forma de vestir, de falar, de se comportar, um género de música, uma forma de se armar ao intelectual, uma qualidade, enfim. Isto pura e simplesmente porque todas as correntes políticas, formas de vestir, de falar, de se comportar, correntes músicais e formas de se armar ao intelectual, todas as qualidades, enfim, são “alternativas” umas às outras. É isto que significa ser alternativo. Só.
Portanto, se querem dizer que isto ou aquilo são “fora do comum”, ou “não convencionais”, ou “contra-corrente”, ou mesmo “contra-sistema”, digam-no, por favor. Não vamos começar a inventar coisas parvas.
Vamos todos poupar a língua portuguesa, está bem?

P.S.: um dia hei-de falar sobre a palavra “radical”...

Autárquicas...

Em Lisboa, ganhou a especulação imobiliária e a revista à portuguesa... depois não se queixem.

quarta-feira, outubro 12, 2005



Em Ela Odeia-me Spike Lee cruza família, política, dinheiro e sexo na vida de um afro-americano (reduzido somente a preto, quando é preso) talhado para sucesso e lençóis mas afinal com algumas preocupações aflitivas que injectar esperma por dinheiro acarreta. O rapaz charmoso interpreta bem e o filme é bom. Mas interpreta melhor quando se despe do que quando responde perante um júri da CMVM. É por isso que secalhar sou mau actor, eu acho que faria melhor figura perante um júri da Comissão de Mercado de Valores Mobiliários, uma seca, do que a despir-me, um gozo. Se este também for o seu caso e não for aspirante a actor, não se queixe do insucesso amoroso e vá aprender despindo-se. O realizador desconstrói algumas concepções adquiridas, desconstrói se já as tiver o espectador, mas constrói se a fase ainda for a da apreciação. Nada de muito denso, algumas vezes até fantasista. Só lamento a escassez nas nossas ruas de mulatas ou latinas com estilo, neste particular o filme dá ideias. Que digo, às vezes nem portuguesas. O título do filme é muito bom. Espero que uma «she» algum dia me odeie, é uma situação que sugere bons antecedentes. Se ela me odeia alguma coisa hei-de ter feito. Spike Lee fez a coisa certa, a ver.

Existem generalizações de quem escorrega por ser apressado ou porque interferem com um nó cego interior

existem outras que tanto faz serem verdade ou mentira. As geólogas são todas desinteressantes. Exemplo: Só conheci uma.

terça-feira, outubro 11, 2005

Mas é o sapal de Corroios, note-se, a zona húmida mais importante do país

É por estas que eu vou planando no scroll contínuo do albatroz. Embora prefira o Neophron Percnopterus ou mesmo o Aegypius Monachus. São Abutres, ok, mas não se trata de nenhuma deriva genética recente, como de vez em quando se encontra e bem longe dos lados do Rosmaninhal e de Malpica.


Agora só falta encontrar a zona húmida mais importante da minha vida. Mas não deve ficar no Seixal.

Apanha-se a A1, sai-se em Torres Novas entra-se logo de seguida na A23 (SCUT), nem chega a duas horas

A juntar ao blogue sobre o património das Idanhas, três outros blogues desta feita a partir da cidade de Castelo Branco: Do Cerro da Cardosa, O Albicastrense e O Blog do Morcego. Vida longa e que contem muitos posts sempre atentos à vida na Beira Baixa.

domingo, outubro 09, 2005

Autárquicas (3)

Não é bonito de se ver Fátima Felgueiras em tom triunfante a mandar José Sócrates «tirar ilações». Mas não se culpe o povo. Os julgamentos apressados resultaram neste caso como simpatia suplementar para com a candidata.

João Soares o candidato derrotado com a melhor atitude.

Face à inexistência de dados oficias do Secretariado Técnico de Apuramento do Processo Eleitoral os partidos transformam-se em fontes oficiais.

Mais uma frase de Pacheco Pereira para o maradona citar: «O menino da bolha é como eu me sinto nestes momentos. Estou aqui numa bolha, a ver o mundo passar.»

Valentim Loureiro eufórico chama Zé Ninguém a Marques Mendes. Tempo de antena e mais tempo de antena. Ainda bem que Ferreira Torres perdeu. Um descanso.

Esta não precisa do STAPE: em Castelo Branco Joaquim Morão (PS) ganha. E confirma-se a maioria absoluta.

Isabel Damasceno, Leiria, o coração que bateu mais depressa ao longo da noite. Mas ganhou.

O CDS não existe nas autárquicas. Mas espero que Mizé Nogueira Pinto se imponha na vereação.

Ruben Carvalho é alheio a qualquer resultado, positivo ou negativo, pela CDU.

"Lisboa é gente decente", frase da campanha dos últimos dias de Sá Fernandes. Mais uma pérola bloquista, decerto silabada por Deus ao profeta Louçã.

Foi muito mau assistir a um discurso de Carrilho que quase deu pena. Vá Manuel Maria, regressa ao útero e curte a conquista que tu gostas tanto de alardear.

Autárquicas (2)

Comissão Nacional de Eleições a esta hora: res:///http_404.htm

Ainda Pacheco Pereira: começa no populismo de chouriço dos candidatos/arguidos para chegar onde quer o "populismo justicialista" do Bloco.

Manuel Maria Carilho: perde sozinho. Que lhe valha Santa Bárbara. Já troveja.

A CDU recupera o Barreiro. Espera-se não se ter baseado em campanhas terroristas de caudilhos e caciques fundadas em pequenas manobras de ilegalidade (em autárquicas passadas) como no concelho ao lado. Parece que o voto livre incomoda a CDU.
A vitória na Moita (PC desde o 25 de Abril) ainda está em dúvida.
Exemplos: "Coligação PSD/CDS/PPM a Sobral Monte Agraço queixa-se da CDU à CNE. Segundo Carlos Amaro, candidato da coligação PSD/CDS-PP/PPM, António Bogalho, actual presidente da Câmara, e outros candidatos da CDU «andaram a entrar e a sair das mesas de voto» e a «abordar os eleitores a menos de 50 metros», fazendo «claramente campanha eleitoral»", conforme noticiado pela Lusa há momentos.

A Ana Sofia Vinhas é agora jornalista da SIC. Bem aproveitada.

Autárquicas (alguns comentários)

A surpresa: João Soares não ganha no concelho mais exigente de Portugal, Sintra, em confronto com um candidato com incapacidade demonstrada. Mário Soares, o pai-galinha, perdeu simbolicamente com as declarações infelizes que prestou, ilegalmente, no decorrer do acto eleitoral. Talvez um sinal para as Presidencias. É a derrota (parte 1) da instrumentalização da família como imagem. Mário Soares dá-se a si próprio o peso político que cada vez tem menos na política real.Parte 2: Manuel Maria Carilho em Lisboa com uma estrondosa derrota onde até já se questiona a pertinência da sua escolha como candidato...

Uma boa vitória de Carmona em Lisboa e uma vitória de grande expressão de Rio no Porto.

As televisões abrem com resultados de Felgueiras, Gondomar, Amarante, Oeiras. É a dimensão fraca de um país. Setúbal, Braga, Coimbra, Faro são relegadas para segundo plano.

José Pacheco Pereira da SIC para o Abrupto: "Estou a ouvir Miguel Portas a fazer a análise mais sectária de todos os representantes partidários. Criticar o PSD por ter perdido Oeiras e Gondomar, vindo de alguém do BE, é politicamente pouco aceitável. Vou dizer-lhe no intervalo."

QFN, dois anos de blogue (4º e último)

[Posted by Edu, o nosso homem em Londres que já contribuíu para a nossa história com a sua originalidade bem-humorada.]

Para todos um bem haja e vemo-nos por aqui (para álem dos outros meios de contacto, vocês sabem ao que me refiro).

Batem leve levemente. Como quem chama por mim, mas neste caso é mesmo a chuva. Viva o Inverno.

Desta forma ao subagrupamento Alfa deixo aqui os meus sinceros votos de boa sorte, que desempenhem funcões ao melhor das suas possibilidades e que tenham cuidado.

No meu caso calhou-me este gajo, é um tipo um bocado chato, às vezes, mas é boa pessoa.

Quem sabe do que estou a falar certamente que reconhece o gozo de um First Person Shooter onde podemos acabar (diga-se exterminar) totalmente com os nossos adversários (pessoas reais) e ainda gozar (ou ser gozado) com eles. Quem sabe não nos encontramos por aí e podem ter a oportunidade de serem massacrados by yours truly. Fiquem bem e joguem muito.

Mas o mais importante é continuar porque enquanto houver força há sempre um dia para vir, situacões para viver, um Mundo para conhecer (seja qual for o teu mundo) e descobrir, parece cliché mas acredito que seja verdade.

E é assim, este desaparecido já anda com muitas saudades de Lisboa e mal pode esperar por voltar a percorrer as velhas esquinas.

Primeiro que tudo, senhor Daniel Oliveira, o post que refere aqui representa a minha posicão pessoal, nós aqui no 4a ferida sabemos diferenciar posições pelo que agradecia que não se referisse a "este blogue", caso tivesse dedicado mais algum tempo poderia ter chegado a essa conclusão, poderia também ter concluído que englobamos posições díspares em termos de ideologia; há quem possa tomar decisões mais de dita "esquerda" e outros de dita "direita". Relativamente à azia não se preocupe pois se há coisa que aprendi com o meu avôzinho é que uma Rennie cura tudo. -in comentários a um post no blogue Barnabé.

Confirma-se a captura de Saddam: "We got him" foram as palavras iniciais da conferência de há pouco proferidas pelo senhor Paul Bremen, administrador dos E.U.A para o Iraque.

Encontro de culturas. Há algo de indescrítivel numa festa de minorias étnicas vindas por exemplo, sei lá, de países do Leste. Divirtam-se no processo e Botka abaixo.

Ao dar uma vista de olhos no BDE, sim só uma vista de olhos, porque muito tempo no Dark Side é passivel de danos psicológicos.

E lá veem os sindicatos, mas cada vez mais ficamos dependentes de Espanha. Y despues, es la vida.

Quem diz que as mulheres não sabem conduzir. Por mim uma mulher pode conduzir-me onde ela quiser.

Não sei o que se passa mas ando mais calmo, melódico, quiçá sensivel, será por causa da Dido?

Temática do Limão. Há uma expressão em inglês que eu acho bastante interessante, e que diz assim "If life gives you lemons you make lemonade". P.S. houver por aí algum especialista em limões que possa exlicar como é que se distinguem os melhores diga qualquer coisa.

...aliás o cartaz para esse dia parece-me bastante interessante, pelo menos enquadra-se mais no espírito do acontecimento ao contrário de outras actuações como a Britney, tá mal, as Sugababes ainda se comem, e esse tal de Alejandro, tá mal também.

Diz-me em que posição dormes e dirte-ei quem és.

Interlúdio musical. Para descontrairem um pouco, sigam o [link] é só. Eu, sempre a revelar o panorama musical.

Bem, quem me vir com tanta conversa sobre solidariedade, ajudar os mais pobres, etc, até pensa que virei à esquerda. A partir daqui o regresso ao capitalismo puro e duro.

Hoje levei com uma multa de estacionamento, não que estivesse mal estacionado mas porque a permanência na zona só era permitida até o máximo de uma hora. Olha obrigado, claro que eu sabia isso, não sou cego, já tinha visto a tabuletazinha com a informação, mas é exactamente isso, um sinal tao medíocre que nem mete respeito, dá vontade de ignorar, coisa que geralmente todos os condutores fazem, ainda para mais porque é numa zona residencial, fica fora das grandes vias e nem incomoda ninguém, pelo menos nunca presenciei grandes problemas de tráfego.

Desfecho. Confirma-se a situação, a causa do problema do veículo era efectivamente a bateria, depois de tentar em vão reanimá-la decidiu-se a substituição da mesma. Foi então confirmado o óbito e uma outra bateria instalada. A operação foi um sucesso, ontem à noite consegui trazer o carro para casa e o mesmo encontra-se já estabilizado. Resultado: objectivo alcançado.

De notar que poderá haver Mulheres Menos boas, estas poderão não ser das mais atractivas fisicamente mas muitas vezes acabam por ser das raparigas mais interessantes (e das mais acessíveis).

QFN, dois anos de blogue (3)

Um post do Edgar que em resultado do «copia/cola» passou a integrar os mails em cadeia...


Aviso: Esta historia não aconteceu, é uma descarada imitação do “Homem a quem aconteceu não se sabe bem o quê” do Gato Fedorento. O autor do post não é nenhum cómico, é simplesmente um tipo com a mania que é engraçadinho. Ler com o devido desconto.

Isto o que aconteceu foi muito simples caros leitores! O que aconteceu foi que eu estava em Belém na inauguração da maior árvore de Natal da Europa, sim repito da Europa, porque nós quando fazemos as coisas é em grande, e virei-me para um turista que lá estava e disse-lhe: - Lá na tua terra não tens disto pois não? A maior da Europa, a MAIOR! E o gajo vem com uma conversa do género: Não sei quê, no meu país preferimos gastar dinheiro em outras coisas, por exemplo a evitar que rebentem condutas de água, que levam ao abatimento do solo, e dessa forma prejudiquem milhares de pessoas... mais não sei quê e o camandro! E eu, que até sou um gajo que é pá, tenho uma facilidade na exposição de argumentos, não me fiquei e disse-lhe logo: - A maior da Europa! Toma! Embrulha! E o gajo começa a falar que não sei quê, lá no país dele quando começa a chover as zonas ribeirinhas não ficam inundadas, e que talvez fosse melhor que, em vez da árvore, o dinheiro fosse canalizado para evitar essas situações. Eu comecei a enervar-me e disse-lhe logo: -Mau, tu queres ver que nos temos que chatear! Eu estou aqui a expor argumentos que é pá sim senhor, e tu vens com essa conversa de não sei quê. Eu nem quero começar a falar na feijoada em cima da ponte, nem no desfile de “pais natais”, porque senão nem sabias onde te meteres pá. O gajo começa a falar de uma coisa qualquer, tipo túneis que são construídos e ficam a meio, e não sei que mais, e eu virei logo costas. Porque quando eu vejo estes gajos que não conseguem aceitar a superioridade de um país sobre o outro, e ainda falam, falam, falam, e não dizem nada de jeito, eu fico chateado, claro que fico chateado!!

Posted by Edgar

sexta-feira, outubro 07, 2005

QFN, dois anos de blogue (2)

Conclusão: As primeiras vezes são sempre difíceis.

É interessante este sentimento que se abate sobre uma pessoa e que provoca a declaração: "É a vida".

Geórgia (não, não é um estado americano).

Toda a gente inteligente que eu conheço, foge à visão de uma câmara, quanto mais deixar que um jornalista lhe faça perguntas do género: "Então como é que se sente neste momento?"

Não se previu nem uma, nem duas, nem três, mas sim quatro, minhas senhoras e meus senhores, quatro ligações de TGV a Espanha. Porque não seis? Pode ser que à meia dúzia saia mais barato, ou que nos deêm um conjunto de atoalhados e um balde de plástico...

Desculpem lá não fazer posts muito bonitos cheios de poesia, mas o meu curso prepara-me para ser prático e ir direito ao assunto, sem rodeios. Eu também sou um bocado assim.

"Desce daí Marquês, há incompetentes na Câmara outra vez".

Eu sou benfiquista. Tendo dito isto tenho de desabafar: Um estádio não é uma catedral.

Estava à bocado a ouvir uma entrevista de um artista português a uma televisão portuguesa em que se queixava duramente do nosso paí­s: que nao havia cultura, que há 20 anos que não evoluímos, etc, culminando com a minha favorita: não há "apoios"... Apoios? Mas ao que é que ele se refere? A si­tios onde por os copos? A sutias? Bancos altos?

Sou um jovem, considero-me saudável, mas... sou míope. Serei lixo genético?

Só tenho pena que mais uma vez o título tenha sido mal traduzido, será que ainda não perceberam que antes de dar nome ao filme convém vê-lo e ver se tem alguma coisa a ver?

Muito gostam as pessoas de contar histórias, de dizer coisas. Num autocarro, numa repartição, numa bicha para qualquer coisa, lá está alguém a contar uma história das suas vidas.

A imagem de Alberto João I Rei da Madeira, vestido de guerreiro zulu, a cantar "I can't get no satisfaction" invade-me a mente...

Mas porquê tratar todas as pessoas pelo diminutivo? Será que nos conhecemos desde os 4 anos? Mas acham o quê, que se tornam mais simpáticas?

Ver cinema alternativo, género afegão ou palestiniano (já não basta ser europeu... como até à uns anos atrás); ouvir o último projecto de trash-metal-funk-rock-goth-gang'sta reagge-martelada (pop é que não, tudo menos pop) a vir directamente das caves de Nova Iorque ou Nuremberga, ou melhor, a denominada "musica do mundo" (género ranchos foclóricos, mas como é feito por uma ganesa, filipina ou tibetana torna-se o supra sumo dos supra sumos).

Senhores passajeiros, estamos agora a entrar numa zona de turbulência. Por favor apertem os cintos, vamos entrar no país controlado pelo carrocel das decisões do Santana.

Quando a minha mãe andava na universidade, não havia praxes. Ora a tradição é suposto ser uma coisa que se baseia no facto de ser uma prática imemorial.

Será que "bom dia" tem de ser seguido por um ponto de exclamação?

Canas! Caniços! Caniçal! Bambú!
E ouvir aquela gente a dizer que "isto está pior que no tempo do Salazar"... a desfaçatez, a falta de pudor em afirmar isso. No tempo desse senhor já eles tinham levado com a GNR montada a cavalo em cima.

É Natal. A boa noticia: é só até Domingo.

«Concorda com a votação por maioria qualificada, a carta dos direitos fundamentais, a concessão da personalidade jurídica, judiciária e fiscal da União Europeia, a fusão dos três tratados fundadores num só visando a simplicidade e transparencia do funcionamento da União (e não conseguindo), com a fusão do átomo, a PAC, a anti-matéria, a cooperação judiciária entre as entidades policiais dos países membros, o anatocismo, o uso de carros a hidrogéneo, o principio do primado, o Benfica é o maior, Rato love Káthia V@nessa amor sem fim, a entrada da Turquia, a invasão do Iraque, a diminuição do limite das águas territoriais, a integração na Espanha, Canas a concelho porque isto aqui, isto aqui é outro Timor, é outra Bósnia, outro Iraque, e tudo, e tudo, e tudo, a inclusão de uma referência a Deus e à Santa Madre Igreja no Tratado, e já agora de Nossa Senhora que salvou as nossas costas do petróleo do Prestige (porque se estivessemos à espera do Paulinho.... bem tinhamos ficado lixados, nem sei se na altura já era Ministro do Mar e da prevenção dos Barcos do Aborto ou ainda não), da instituição de um imposto europeu, de todos os Durões passarem a Barrosos, o Pacto de Estabilidade e Desenvolvimento (que disso só tem o nome) e enfim queres que Portugal continue a ganhar o dinheirinho das europas ou queres que voltemos a ser um país do terceiro mundo (o que, no fundo, no fundo, ainda não deixamos de ser...)?»

Detesto quando alguma rapariga me classifica como “querido”. Isso é a sentença de morte de qualquer esperança minha de um relacionamento amoroso futuro.

Será que passou por aí um memorando a dizer que agora era socialmente aceitável usar chinelos de meter o dedo em todas as situações e em todos os lugares e ninguém me disse?

Notícias fresquinhas. «Os portugueses trouxeram o chá da China».

Vivemos na alegre apatia lusa. Não façam barulho, ainda acordam alguém.


[Posted by Rui]

terça-feira, outubro 04, 2005

QFN, dois anos de blogue (1)

Desta forma seria o estilo o cartão de visita da substância, o seu prenúncio.

O mundo é generoso com os sinais que transmite, saber lê-los é um desafio e uma necessidade.

Opine-se com prazer, marquem-se posicões e galhofe-se sem discricão.

O amor não é compaixao, antes, deve ser vivido com paixão.

Quem não se predispõe a conhecer não existe estímulo que lhe valha. Pode passar o tempo todo a mudar de rumo e a alterar caminhos, pode hoje estar aqui e amanhã no seu contrário.

Uma solucão de compromisso entre mim e o mundo é preciso. Pensarei nisso amanhã.

A turba rapidamente se compadece com o sofrimento, como se aquele rosto fosse um espelho. Por uma vez a turba vive feliz, naquele dia houve alguém mais triste e desgraçado.

Não havia nada para ver, nada para sentir. Uma infinita sequência de contratos, a cada um a sua tarefa. A motivação da posse era augúrio de abandono.

Dediquemo-nos pois às coisas telúricas.

Chega de Namoras e Granjas, peças 'jornalísticas' com caras tapadas e vozes deturpadas, chega de editoriais, chega de posts. Calem-se os advogados, o Guerra, o procurador, o bastonário, o Teixeira. E trabalhem em silêncio.

...o diálogo com os homens – sabia-o - apenas era alheamento, servia para os entendimentos fugazes ao balcão da taberna com muitas cervejas à mistura.

...nestes dias de verdades casuais o que sobra é sempre o essencial.

Como mostra o poeta, um exagerado sentimento de si pode originar uma bala na cabeça...

O Mia Couto tem um novo livro que se chama, ora foda-se, «O Fio das Missangas». Aguardam-se um pouco por todo o lado interessantes tertúlias acerca do mesmo.

Pois comigo não se Mia. Parva.

Resta-nos a persistência da democracia e a paisagem.

Evolução. Com o Bloco de Esquerda, a utopia passou a fantasia.

Quem cresceu à sombra dos anos finais do cavaquismo e, principalmente, dos anos iniciais do guterrismo não joga de igual para igual. Não há justiça em campo. Give me a break.

O fogacho da identidade soçobra perante a sofreguidão dos estados de espírito.

O tipo, referenciado desde já como o bandalho, ria a olhar de lado como que a esconder uma fórmula de que não se podia conhecer a prática.

Expedientes de bolso. Se em questões de substância me rebatem com críticas de estilo eu dou-me de imediato como vencedor.

Por fim decidimos que a personagem Miranda, asséptica, ficava para quem não gosta da vida e papagueia a beleza interior. Bom proveito.

Este post era para ser sobre 'Coldplay' e a paneleiragem às três da manha. Mas isso era politicamente incorrecto.

Declarações de um jovem que há vários dias tenta derrubar uma árvore centenária, soprando-lhe para as folhas: "Estou sem fôlego."

Paulo Coelho em entrevista à Veja: «Que rio, pô?»

E o que fica da Páscoa? Cada um que carregue a sua cruz.

Fiquei mais impressionado com esta atribuição da Palma de Ouro do que com a cena do enterro da ‘Black Mamba’ viva no Kill Bill 2. Tarantino: vai-te deitar.

Apeteceu-me chamar-lhe «punhetas» mas mantive a minha altivez sapiente.

Aquele plural «somos», soava-me muito a culpa partilhada. A discurso padreco. Prefiro dividir que englobar. Uma questão de distinção.

As conversas de soleira são conformes ao espírito humano. Em Portugal sabemo-lo melhor que muitos.

Corpo. Tento libertá-lo mas ele diz-se reticente a materializar movimento que consiga comunicar alguma coisa que não seja concepções vazias ou maneirismos.

Testar. Percorrer firme sem espaço para respostas ambíguas. Saber se sim, se não.

Imagina o sol a desaparecer atrás do horizonte. Sim, se isso te ajuda, eu posso ser esse sol que desaparece.

É bom aprender o requinte. Sei que preciso conhecê-lo. Deixo que seja uma variação consistente daquilo que me oferecem constantemente com uma piscadela de olho.

Procurava vivamente englobar-te na circularidade imparável tentando construir e desconstruir verdade e aparência. Solucionar desejo com novidade acrescentada.

O lógico aconselha fingir que de vez em quando não se vê. Com uma frequência residual não só ouço o que me dizem como também sigo a posologia recomendada.

sms que clarifica o dia seguinte. Estás arrependida ou queres mais?

Outra noite sonhei que fodia delicadamente um rabo de matéria consistente.

Nunca mais me deixarei escrever «cumplicidade cósmica».

Há pessoas com que só se chega a simpatizar se com ela trilharmos o seu caminho feio.

Às vezes é necessário juntar muitas coisas para colmatar a ausência de uma só.

Mas esperam no fundo dos seus medos que alguém um dia próximo lhes venda a bisnaga do talento e a espete na testa. Depois falam em felicidade. Para desenjoar.

Quando se está solteiro o estilo é sempre mais importante que a substância. Primeiro a aventura. Depois o luxo.

Assaltei através de ti a riqueza de enfiar a mão na massa. Arroz devidamente malandrinho. Pintelhos à lupa. Freiras forretas. Meninas dadas. Mel pelos beiços. Vinde abelhinhas.

Avançam os dois muito cautelosamente com medo de amar e com medo de sofrer. Cuidadosos. Sentir é uma coisa muito forte. Melhor não.

Natasha Bedingfield. Mas isto não é agricultura biológica.

O lado positivo. Feitas as contas só preciso de mais dois desgostos amorosos para conseguir acabar de ler os sete volumes do Em Busca do Tempo Perdido. Proust espera.

Jorge Perestrelo morreu aos 57 anos. De coração. Homem apaixonado.

A escrita sair-me muitas vezes na primeira pessoa é mera coincidência de factos. Sem relação com o que como ou com o que bebo. Típico desleixo. Um verdadeiro atentado à minha reputação.

É bom aprender cedo. Escrevi. Agradeço muito. Quantos sorrisos me libertam.


[Posted by Samuel],

em breve memorable quotes do Rui, do Edgar e do Edu (que já cá não escreve).

sábado, outubro 01, 2005


Scarlett Johansson em The Island.

Divertissement, uma palavra que na sua tradução para português quase não é utilizada. Ou somos muito estúpidos ou queremos parecer afectados. Mais a Scarlett, só bons motivos.