O Super Cavaco, o Bolo Rei e as Bananas
O Prof. Cavaco Silva (que saudades que eu tinha de ouvir dizer "pugresso", faz-me lembrar a minha adolescência) diz que não é um político.
Dizem que é um técnico. Até dizem que é muito bom lá no que ele faz, as finanças ou lá o que é. Deve ser, já que é, indiscutivelmente para quem conheça o mínimo de história, o pai do défice.
O problema é que o cargo de Presidente da República é eminentemente político. Técnico, técnico pode ser o Ministro das Finanças. Ou um director Geral das Contribuições e Impostos.
Agora o homem que decide da promulgação das leis, que faz os discursos com as grandes linhas (necessariamente gerais) da direcção política da República tem que ser um político.
Tem.
Lamento, mas tem.
O que é que fará quando tiver que decidir uma questão política como uma eventual dissolução da Assembleia da República ou a recepção de um Chefe de Estado estrangeiro? Dizer “Pois, política... eu é mais bolos... Casamentos, baptizados... Agora por altura do Natal o que sai muito é Bolo Rei... O que eu gosto de Bolo Rei... E economia. Bolo Rei e economia. E Finanças Públicas, também gosto de Finanças Públicas. Negócios Estrangeiros, nem tanto... Mas bolo Rei, isso é que eu gosto de Bolo Rei...”
Eu sei que a afirmação era demagógica para agradar os que dizem mal dos políticos, mas mesmo assim...
O que também me irrita solenemente é fazerem tanto alarido por o homem dizer que vai respeitar os limites dos seus poderes constitucionais... É claro que ele tem de respeitar os limites dos seus poderes constitucionais . O que é que queriam? Que alguém se propusesse a uma eleição afirmando que ia extravasar esses poderes? Isso teria um nome: Golpe de Estado.
Desde quando é que a Constituição pode ser revista por mera vontade do PR?
Será que os seus poderes são elásticos?
Será um super poder do super cavaco?
Se isso acontecesse, se o homem se candidatasse a dizer que queria mais poderes do que os constitucionalmente previstos, como alguns dos seus apoiantes queriam e ainda, encapotadamente defendem, então estávamos na América Latina, na República das Bananas.
O que resolvia um problema: se os portugueses gostam tanto de ir ao Brasil, trazíamos o Brasil a Portugal. Ou pelos menos a sua política... O que levantaria a questão: e quando começar a ser moda ir para Moçambique?
Bem, mas ainda não chegamos à Madeira, por isso ainda parece existir algum respeito pela legalidade constitucional. Depois a sua actuação enquanto PR é que pode ser outra coisa.Mas agora o homem dizer que vai respeitar os seus poderes constitucionais, isso não é notícia. Era só o que faltava se não cumprisse...
Era mesmo só o que faltava...
Mas como não é político, se calhar não sabe...
Dizem que é um técnico. Até dizem que é muito bom lá no que ele faz, as finanças ou lá o que é. Deve ser, já que é, indiscutivelmente para quem conheça o mínimo de história, o pai do défice.
O problema é que o cargo de Presidente da República é eminentemente político. Técnico, técnico pode ser o Ministro das Finanças. Ou um director Geral das Contribuições e Impostos.
Agora o homem que decide da promulgação das leis, que faz os discursos com as grandes linhas (necessariamente gerais) da direcção política da República tem que ser um político.
Tem.
Lamento, mas tem.
O que é que fará quando tiver que decidir uma questão política como uma eventual dissolução da Assembleia da República ou a recepção de um Chefe de Estado estrangeiro? Dizer “Pois, política... eu é mais bolos... Casamentos, baptizados... Agora por altura do Natal o que sai muito é Bolo Rei... O que eu gosto de Bolo Rei... E economia. Bolo Rei e economia. E Finanças Públicas, também gosto de Finanças Públicas. Negócios Estrangeiros, nem tanto... Mas bolo Rei, isso é que eu gosto de Bolo Rei...”
Eu sei que a afirmação era demagógica para agradar os que dizem mal dos políticos, mas mesmo assim...
O que também me irrita solenemente é fazerem tanto alarido por o homem dizer que vai respeitar os limites dos seus poderes constitucionais... É claro que ele tem de respeitar os limites dos seus poderes constitucionais . O que é que queriam? Que alguém se propusesse a uma eleição afirmando que ia extravasar esses poderes? Isso teria um nome: Golpe de Estado.
Desde quando é que a Constituição pode ser revista por mera vontade do PR?
Será que os seus poderes são elásticos?
Será um super poder do super cavaco?
Se isso acontecesse, se o homem se candidatasse a dizer que queria mais poderes do que os constitucionalmente previstos, como alguns dos seus apoiantes queriam e ainda, encapotadamente defendem, então estávamos na América Latina, na República das Bananas.
O que resolvia um problema: se os portugueses gostam tanto de ir ao Brasil, trazíamos o Brasil a Portugal. Ou pelos menos a sua política... O que levantaria a questão: e quando começar a ser moda ir para Moçambique?
Bem, mas ainda não chegamos à Madeira, por isso ainda parece existir algum respeito pela legalidade constitucional. Depois a sua actuação enquanto PR é que pode ser outra coisa.Mas agora o homem dizer que vai respeitar os seus poderes constitucionais, isso não é notícia. Era só o que faltava se não cumprisse...
Era mesmo só o que faltava...
Mas como não é político, se calhar não sabe...
3 Comments:
Este comentário foi removido por um gestor do blogue.
Grande post , com ironia q.b... Gostei :P
taiasno
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