segunda-feira, outubro 31, 2005

Como eu dizia, neste blogue consensual só a Scarlett

É muito engraçado parodiar Cavaco Silva e é muito difícil dizer três ou quatro coisas acerca de Mário Soares que não estejam relacionadas com diminuição das capacidades cognitivas, assistência social ou elogio veemente do emplastro Joana Amaral Dias. Eu percebo-te Rui.

Mário Soares julga ter a influência e o peso político que não tem. Balanceado apenas por mero orgulho pessoal, tenta perpetuar-se na memória colectiva como um D. Sebastião regressado de facto, não tendo na verdade saído da vida pública, embora enquanto tal fosse quase invisível. Predispõe-se a culminar a carreira política de forma desastrada contra o seu arqui-rival Cavaco Silva. Desastrada não tanto por perder, mas por colocar em xeque de livre e demente vontade as ideias que não pode aprofundar por manifesta falta de ligação com a realidade actual. O motivo é simples. Se é curioso ler Mário Soares sobre temas internacionais ninguém perde um minuto a escutar as opiniões da figura histórica acerca de Portugal. Mário Soares deixou o ar bonacheirão de senador e deslumbra-se com o tempo de antena dado, aparece numa de «repita lá outra vez», «eu gosto muito de si mas não seja impertinente», mexendo-se muito à frente das cameras, aziago, atacando gratuitamente o amigo (?) Manuel Alegre como fez de novo este fim de semana, colocando em prática o tipo de política demagógica e linguareira que o país não precisa («se não é político porque é que recebe reforma política?») e que ele tão bem maneja, bem ao contrário de Cavaco. Para o PS Mário Soares é um entretém inócuo com utilidade passageira. Não percebo o voto em Soares. Até entendo a simpatia gerontológica que suscita mas não é razão convincente para preferência enquanto - repare-se - Presidente da República. Como se diz, a velhice é por vezes uma segunda infância. Pena que Soares não tenha ao menos um tutor.


Cavaco, o próximo Presidente da República, é tão-só o homem confiável que durante os cinco anos de mandato, a cada tempo, mesmo no limite de todos os calendários, vai fazer a escolha certa sem custos de monta, percas de tempo ou espectáculo adicional . Dá uma certa tranquilidade. Porque eu no fundo queria votar Cavaco. Mas talvez me permita votar Alegre cidadão. É um camarada que admiro (ler aqui se faz favor). Nunca mais perco não sei se o romantismo não sei se esta «irreverência juvenil».