terça-feira, outubro 04, 2005

QFN, dois anos de blogue (1)

Desta forma seria o estilo o cartão de visita da substância, o seu prenúncio.

O mundo é generoso com os sinais que transmite, saber lê-los é um desafio e uma necessidade.

Opine-se com prazer, marquem-se posicões e galhofe-se sem discricão.

O amor não é compaixao, antes, deve ser vivido com paixão.

Quem não se predispõe a conhecer não existe estímulo que lhe valha. Pode passar o tempo todo a mudar de rumo e a alterar caminhos, pode hoje estar aqui e amanhã no seu contrário.

Uma solucão de compromisso entre mim e o mundo é preciso. Pensarei nisso amanhã.

A turba rapidamente se compadece com o sofrimento, como se aquele rosto fosse um espelho. Por uma vez a turba vive feliz, naquele dia houve alguém mais triste e desgraçado.

Não havia nada para ver, nada para sentir. Uma infinita sequência de contratos, a cada um a sua tarefa. A motivação da posse era augúrio de abandono.

Dediquemo-nos pois às coisas telúricas.

Chega de Namoras e Granjas, peças 'jornalísticas' com caras tapadas e vozes deturpadas, chega de editoriais, chega de posts. Calem-se os advogados, o Guerra, o procurador, o bastonário, o Teixeira. E trabalhem em silêncio.

...o diálogo com os homens – sabia-o - apenas era alheamento, servia para os entendimentos fugazes ao balcão da taberna com muitas cervejas à mistura.

...nestes dias de verdades casuais o que sobra é sempre o essencial.

Como mostra o poeta, um exagerado sentimento de si pode originar uma bala na cabeça...

O Mia Couto tem um novo livro que se chama, ora foda-se, «O Fio das Missangas». Aguardam-se um pouco por todo o lado interessantes tertúlias acerca do mesmo.

Pois comigo não se Mia. Parva.

Resta-nos a persistência da democracia e a paisagem.

Evolução. Com o Bloco de Esquerda, a utopia passou a fantasia.

Quem cresceu à sombra dos anos finais do cavaquismo e, principalmente, dos anos iniciais do guterrismo não joga de igual para igual. Não há justiça em campo. Give me a break.

O fogacho da identidade soçobra perante a sofreguidão dos estados de espírito.

O tipo, referenciado desde já como o bandalho, ria a olhar de lado como que a esconder uma fórmula de que não se podia conhecer a prática.

Expedientes de bolso. Se em questões de substância me rebatem com críticas de estilo eu dou-me de imediato como vencedor.

Por fim decidimos que a personagem Miranda, asséptica, ficava para quem não gosta da vida e papagueia a beleza interior. Bom proveito.

Este post era para ser sobre 'Coldplay' e a paneleiragem às três da manha. Mas isso era politicamente incorrecto.

Declarações de um jovem que há vários dias tenta derrubar uma árvore centenária, soprando-lhe para as folhas: "Estou sem fôlego."

Paulo Coelho em entrevista à Veja: «Que rio, pô?»

E o que fica da Páscoa? Cada um que carregue a sua cruz.

Fiquei mais impressionado com esta atribuição da Palma de Ouro do que com a cena do enterro da ‘Black Mamba’ viva no Kill Bill 2. Tarantino: vai-te deitar.

Apeteceu-me chamar-lhe «punhetas» mas mantive a minha altivez sapiente.

Aquele plural «somos», soava-me muito a culpa partilhada. A discurso padreco. Prefiro dividir que englobar. Uma questão de distinção.

As conversas de soleira são conformes ao espírito humano. Em Portugal sabemo-lo melhor que muitos.

Corpo. Tento libertá-lo mas ele diz-se reticente a materializar movimento que consiga comunicar alguma coisa que não seja concepções vazias ou maneirismos.

Testar. Percorrer firme sem espaço para respostas ambíguas. Saber se sim, se não.

Imagina o sol a desaparecer atrás do horizonte. Sim, se isso te ajuda, eu posso ser esse sol que desaparece.

É bom aprender o requinte. Sei que preciso conhecê-lo. Deixo que seja uma variação consistente daquilo que me oferecem constantemente com uma piscadela de olho.

Procurava vivamente englobar-te na circularidade imparável tentando construir e desconstruir verdade e aparência. Solucionar desejo com novidade acrescentada.

O lógico aconselha fingir que de vez em quando não se vê. Com uma frequência residual não só ouço o que me dizem como também sigo a posologia recomendada.

sms que clarifica o dia seguinte. Estás arrependida ou queres mais?

Outra noite sonhei que fodia delicadamente um rabo de matéria consistente.

Nunca mais me deixarei escrever «cumplicidade cósmica».

Há pessoas com que só se chega a simpatizar se com ela trilharmos o seu caminho feio.

Às vezes é necessário juntar muitas coisas para colmatar a ausência de uma só.

Mas esperam no fundo dos seus medos que alguém um dia próximo lhes venda a bisnaga do talento e a espete na testa. Depois falam em felicidade. Para desenjoar.

Quando se está solteiro o estilo é sempre mais importante que a substância. Primeiro a aventura. Depois o luxo.

Assaltei através de ti a riqueza de enfiar a mão na massa. Arroz devidamente malandrinho. Pintelhos à lupa. Freiras forretas. Meninas dadas. Mel pelos beiços. Vinde abelhinhas.

Avançam os dois muito cautelosamente com medo de amar e com medo de sofrer. Cuidadosos. Sentir é uma coisa muito forte. Melhor não.

Natasha Bedingfield. Mas isto não é agricultura biológica.

O lado positivo. Feitas as contas só preciso de mais dois desgostos amorosos para conseguir acabar de ler os sete volumes do Em Busca do Tempo Perdido. Proust espera.

Jorge Perestrelo morreu aos 57 anos. De coração. Homem apaixonado.

A escrita sair-me muitas vezes na primeira pessoa é mera coincidência de factos. Sem relação com o que como ou com o que bebo. Típico desleixo. Um verdadeiro atentado à minha reputação.

É bom aprender cedo. Escrevi. Agradeço muito. Quantos sorrisos me libertam.


[Posted by Samuel],

em breve memorable quotes do Rui, do Edgar e do Edu (que já cá não escreve).

3 Comments:

Blogger Carlos said...

Parabéns!!!

O meu comemora apenas um ano. Ainda mal gatinha, mas tem, acho eu, pernas para andar!

10/06/2005 12:52:00 da tarde  
Anonymous Anónimo said...

Parabéns

10/11/2005 10:03:00 da tarde  
Anonymous Anónimo said...

best regards, nice info »

3/06/2007 04:22:00 da tarde  

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