domingo, outubro 31, 2004
segunda-feira, outubro 25, 2004
Um para a noite
A mim, ninguém me cala
Entretanto esse bastião da liberdade de informação e do contraditório que é a política do nosso governo para os media continua imparável. Primeiro um ministro deste governo do PPD/PSD-CDS/PP (já repararam na simetria? acho que vou passar a escrever governo CDS/PPD/PSD, sempre se poupa nos espaços) que acha a, passo a citar: independência, fim de citação, da RTP excessiva. Diz-se que o DN vai sofrer alterações na direcção... o que é que será a seguir: a TSF?
Aguardam-se as cenas dos próximos episódios com a certeza desconfortante que ninguém na sociedade civil que não alguns críticos parecer preocupar-se muito com isso.
domingo, outubro 24, 2004
O pior momento (2)
quinta-feira, outubro 21, 2004
O pior momento
"[O actual Governo] não está em diferentes condições do que outros no que respeita à sua apreciação (...) não se padece de nenhuma predisposição para ser dissolvido, nem mais nem menos do que qualquer outro com que trabalhei."
Vai ser penoso de assistir a todo este circo se assim continuar até ao final da legislatura. Um governo a arrastar-se, continuamente assombrado, na medida em que não querem ter outra função, por inúmeras carpideiras.
P.S. Outras grandes faltas de vergonha vão acompanhando o clima de histeria que se foi instalando como aproveitável, reveste-se de marcas especialmente arrepiantes quando se juntam dependência e irracionalidade, como no futebol: a conferência de imprensa de Luís Filipe Vieira depois do Benfica-Porto foi de um mau gosto atroz.
segunda-feira, outubro 18, 2004
Diários da América do Sul
sábado, outubro 16, 2004
A velha tradição
sexta-feira, outubro 15, 2004
Que preceito, mesmo?
[Em Busca Do Tempo Perdido Vol. I: Do Lado de Swann, Marcel Proust]
segunda-feira, outubro 11, 2004
Dentro do Mundo
domingo, outubro 10, 2004
O lápis azul
O que francamente me aflige é o facto de quase ninguém se afligir com isto. O governo silenciou uma das suas maiores vozes criticas através de pressões económicas e nada... nem um suspiro, nem do Ministério Público, o defensor da legalidade democrática, nem do Provedor de Justiça, nem do nosso auto nomeado "sempre vigilante" PR. Até pode ser que não tenham sido pressões económicas directas mas a ideia de que um grupo de accionistas acha que é preciso mandar amaciar um comentador de uma das suas estações por medo de os seus negócios começarem a correr mal por sua própria recreação é arrepiante. E pessoas até acham que foi o Professor que fez de propósito, que se está a auto-promover... Mesmo que assim seja, o governo então agiu mal por lhe dar a oportunidade de o fazer. O governo mais uma vez revelou a sua incompetência.
O tecido da democracia é muito fino, rompe-se com muita facilidade e não é fácil de concertar.
quinta-feira, outubro 07, 2004
Está viva.
Atravessa a rapariga, que ao pisar a proximidade do respirador 1x1 do metro sugere:
Queres-me ver fazer como a Marilyn Monroe?
[Pôr-do-sol, baixa pombalina, feriado.
Não passa nada, não mora ninguém.]
O kamikaze Marcelo
terça-feira, outubro 05, 2004
Os novos líderes: talvez Sócrates.
A propósito da vitória de José Sócrates como secretário geral do PS têem existido algumas opiniões que sentenciam o regresso do Guterrismo, ou pelo menos uma nova era com velhos costumes. Apesar dos apoiantes de primeira linha de Sócrates serem na generalidade os mesmos do guterrismo, o modo e o caractér do líder agora presente situa-se a grande distância da vincada inacção que constituía o fundo da gestão guterrista. Não é de prever que volte a máscara da constante busca do diálogo e do consenso, com muito marketing e auréola cristã, para no fim resultar um passo à frente e outro atrás e tudo ficar inalterado, sem mudança, procurando minimizar a perca de simpatias. A ausência de decisão, ou mesmo a incapacidade de decidir, não caracteriza Sócrates que dentre o leque ministerial frouxo que Guterres escolheu como espelho, sobressaía como alguém com desejo de mudança, que queria fazer, que identificava problemas e tentava soluções, originava rupturas e criava conflitos. E isto, note-se, na pasta do Ambiente que tradicionalmente (e quase sempre por duvidosas razões) não traz dores de cabeça de maior. Curioso é verificar que falando de Guterrismo aponta-se para uma certa forma de governar. Ora Sócrates no imediato vai ser líder da oposição. Mas é natural que ninguém tenha grandes dúvidas, mesmo de forma não consciente e não o querendo aceitar, que Sócrates saia vencedor das próximas legislativas...
Carpir a ausência dos líderes políticos de antigamente ou lamentar a inexistência de um conjunto de valores, ou características carismáticas, tidas como essenciais no exercício da actividade política desvalorizando e relegando os actuais líderes para polidos vendedores de sabonetes é uma análise estafada e que por si só não favorece a democracia e acaba por não alertar o cidadão para nada de relevante. Isto porque se esgota numa desvalorização da actividade política em vez de extravasar esses limites e perguntar à sociedade que politicos gera e como os gera. É da ordem das coisas que as transformações sociais se façam sentir em todos os campos da vida pública e privada. A crescente importância da imagem é um facto que entra de forma determinante também no ciclo político actual como gerador de sinergias. É provável que o velho e esforçado carisma do passado tenha sido substituído pela imagem. Saber se Sócrates lê o teleponto enquanto discursa ou acusar Santana Lopes de ter uma imagem como se esse fosse o seu maior pecado resulta de uma intelectualidade ingénua, talvez cinzenta, que precisa de se actualizar. Tendo a sorte de se ter a tal imagem de a saber projectar e mesmo instrumentalizar para daí tirar benefícios é um facto aceitável com que é necessário saber conviver. A fixação na imagem por deslumbramento (o que acontece ao eleitor comum) não é pior que a fixação na imagem por preconceito (o que acontece a alguns comentadores ). Claro que o problema não deixa de ser o de sempre. O desenvolvimento de um país não passa pela afirmação de uma imagem e portanto é necessário em primeiro lugar a prioridade fulcral de se ter ideias, de as planear e de as levar a cabo. Mas o constante sublinhado de que fulano tem uma imagem (quase dizendo: fica bem no ecrã, logo é volátil) em vez de se denunciar da forma que se pense mais apoiada de que primeiro que tudo o que não existe, o que falha, são as ideias, construíndo a declaração pela negativa, é o modo mais acertado de se recentrar a questão no essencial.
segunda-feira, outubro 04, 2004
E normalmente esses jovens amantes da medicina, por eles designada como “natural”. Portanto o raciocínio parece ser: medicamentos autorizados e controlados pelo Infarmed feitos em laboratórios autorizados e em condições controladas: não. Medicamentos, ou melhor “medicamentos”, feitos a partir de folhas de chá da Índia, bagas da Tailândia, soja, de preferência chinesa (“Ya man, a China...”) ou bosta de elefante enrolada pelo escaravelho dos desertos africanos. Ou tratamentos com agulhas. Isto, sem qualquer controlo pelas entidades oficiais: sim.
Claro, isto parece totalmente lógico. E dizem-me isto enquanto fumam um charro. Fumam charros e dizem-me que não tomam medicamentos porque não gostam de ingerir “substâncias artificiais”. Claro, o haxixe marroquino deve ser 100% natural.
Tudo isto faz todo o sentido...