Os novos líderes: talvez Sócrates.
A propósito da vitória de José Sócrates como secretário geral do PS têem existido algumas opiniões que sentenciam o regresso do Guterrismo, ou pelo menos uma nova era com velhos costumes. Apesar dos apoiantes de primeira linha de Sócrates serem na generalidade os mesmos do guterrismo, o modo e o caractér do líder agora presente situa-se a grande distância da vincada inacção que constituía o fundo da gestão guterrista. Não é de prever que volte a máscara da constante busca do diálogo e do consenso, com muito marketing e auréola cristã, para no fim resultar um passo à frente e outro atrás e tudo ficar inalterado, sem mudança, procurando minimizar a perca de simpatias. A ausência de decisão, ou mesmo a incapacidade de decidir, não caracteriza Sócrates que dentre o leque ministerial frouxo que Guterres escolheu como espelho, sobressaía como alguém com desejo de mudança, que queria fazer, que identificava problemas e tentava soluções, originava rupturas e criava conflitos. E isto, note-se, na pasta do Ambiente que tradicionalmente (e quase sempre por duvidosas razões) não traz dores de cabeça de maior. Curioso é verificar que falando de Guterrismo aponta-se para uma certa forma de governar. Ora Sócrates no imediato vai ser líder da oposição. Mas é natural que ninguém tenha grandes dúvidas, mesmo de forma não consciente e não o querendo aceitar, que Sócrates saia vencedor das próximas legislativas...
Carpir a ausência dos líderes políticos de antigamente ou lamentar a inexistência de um conjunto de valores, ou características carismáticas, tidas como essenciais no exercício da actividade política desvalorizando e relegando os actuais líderes para polidos vendedores de sabonetes é uma análise estafada e que por si só não favorece a democracia e acaba por não alertar o cidadão para nada de relevante. Isto porque se esgota numa desvalorização da actividade política em vez de extravasar esses limites e perguntar à sociedade que politicos gera e como os gera. É da ordem das coisas que as transformações sociais se façam sentir em todos os campos da vida pública e privada. A crescente importância da imagem é um facto que entra de forma determinante também no ciclo político actual como gerador de sinergias. É provável que o velho e esforçado carisma do passado tenha sido substituído pela imagem. Saber se Sócrates lê o teleponto enquanto discursa ou acusar Santana Lopes de ter uma imagem como se esse fosse o seu maior pecado resulta de uma intelectualidade ingénua, talvez cinzenta, que precisa de se actualizar. Tendo a sorte de se ter a tal imagem de a saber projectar e mesmo instrumentalizar para daí tirar benefícios é um facto aceitável com que é necessário saber conviver. A fixação na imagem por deslumbramento (o que acontece ao eleitor comum) não é pior que a fixação na imagem por preconceito (o que acontece a alguns comentadores ). Claro que o problema não deixa de ser o de sempre. O desenvolvimento de um país não passa pela afirmação de uma imagem e portanto é necessário em primeiro lugar a prioridade fulcral de se ter ideias, de as planear e de as levar a cabo. Mas o constante sublinhado de que fulano tem uma imagem (quase dizendo: fica bem no ecrã, logo é volátil) em vez de se denunciar da forma que se pense mais apoiada de que primeiro que tudo o que não existe, o que falha, são as ideias, construíndo a declaração pela negativa, é o modo mais acertado de se recentrar a questão no essencial.
2 Comments:
Cool blog, interesting information... Keep it UP »
That's a great story. Waiting for more. dodge stealth Top supplements Kirkland high potency multi vitamin Country line dancing in naples florida Soccer com Zip her pants Daniel cheng financial planning association or Bookmakers bookmakers freemoneyloophole.com cgi bin c.cgi gate openers Crane movie equipment rentals nyc Therma lift diet pills air purifier review Black hawk colorado casinos concerta er Palomar insurance con ferr roof rack Paxil dosage availability
Enviar um comentário
<< Home