domingo, outubro 31, 2004

Estamos naquele dia que para os americanos se designa por Halloween. É mais ou menos a versão deles do Carnaval, uma vez que a nossa tradição meio católica, meio pagã do Carnaval é-lhes totalmente desconhecida culturalmente (menos as minorias latinas). A existência de uma altura como esta, em que as regras de convivência social são alteradas temporariamente, remonta às raízes mais profundas da história humana (as Saturninas romanas, as orgias dionisíacas gregas, etc). Tudo isto está muito bem. Na américa é também reflexo de antigas tradições dos indigenas (existe mesmo uma festa parecida no Peru que se chama Festa dos Mortos). Tudo bem. Para os americanos é uma altura de se mascararem, de se encharcarem em doces, de verem filmes de terror, de fazerem aqueles episódios especiais das séries que depois passam cá numa altura que não tem nada a ver, de fazerem merda, etc. Tudo isto está muito bem.
Mas agora porque raio é que certas pessoas insistem em trazer esta tradição para cá? Nós já temos que levar com um Carnaval por ano. E há pessoas, entre as quais eu me incluo, que já o suportam dificilmente. Nós já temos, mal comparado, os Santos Populares. Precisamos mesmo de mais esta pseudo festa? Uma tradição que não é nossa, importada, copiada e na maioria das vezes mal copiada. O apelo do famoso estrangeiro é assim tão forte? Aquilo que temos por esta altura remotamente parecido é o dia dos finados. É isso que eles estão a comemorar? É que não parece.
Talvez seja só o meu mau feitio.