segunda-feira, outubro 04, 2004

Há hoje em dia uma corrente de opinião (modas...) entre a malta jovem mais ou menos alternativa que torce o nariz a tomar medicamentos da, por eles denominada, medicina “convencional”. Eu também não morro de amores por comprimidos, mas quando me dói a cabeça não desprezo uma boa aspirina (obrigado Sr. Bayer, pelo ácido acetilsalicílico). Um desses jovens diria: “Eu não gosto muito de tomar comprimidos”. Mas quer dizer, eu não te estou a oferecer ecstasy, é uma aspirina... A minha opinião sincera é: das duas uma, ou essa gente toma os seus medicamentos como todos nós e depois tem esses discursos de falso moralista (“ que bem que prega Frei Tomás...”), ou nunca teve uma dor de cabeça ou de dentes a sério. É que eu já.
E normalmente esses jovens amantes da medicina, por eles designada como “natural”. Portanto o raciocínio parece ser: medicamentos autorizados e controlados pelo Infarmed feitos em laboratórios autorizados e em condições controladas: não. Medicamentos, ou melhor “medicamentos”, feitos a partir de folhas de chá da Índia, bagas da Tailândia, soja, de preferência chinesa (“Ya man, a China...”) ou bosta de elefante enrolada pelo escaravelho dos desertos africanos. Ou tratamentos com agulhas. Isto, sem qualquer controlo pelas entidades oficiais: sim.
Claro, isto parece totalmente lógico. E dizem-me isto enquanto fumam um charro. Fumam charros e dizem-me que não tomam medicamentos porque não gostam de ingerir “substâncias artificiais”. Claro, o haxixe marroquino deve ser 100% natural.
Tudo isto faz todo o sentido...