sexta-feira, setembro 30, 2005

Post 944

Acabei de ver o françês «De Tanto Bater o Meu Coração Parou» pelos olhos do Ivan. Admito o mau início. O título soou-me bem. E não seria motivo de lamento caso não tivesse as Memórias Póstumas de Brás Cubas na cada vez mais derreada mesa de cabeçeira. Há coisas que são incompativeís e um gajo nem se dá conta. Para depois simpatizar com títulos coninhas mais valia ter gasto os 16€20 do livro a comprar toalhetes de casa de banho porque embiam melhor o óleo que derramei no porta-bagagens do carro. Depois li a sinopse. Fui a tempo de emendar o senso ofuscado pelo senso bom de ignorar o filme. Já não há paciência para filmes assépticos. Não sei a que lacunas e em que tipo de consciências estes filmes se vêem associar. Mas encontro o denominado sintoma «oriental». Nos tempos que correm o norte-americano é a cavalgadura e um chinês ou um tailandês são a pureza de sentimentos. É comum agora dizer-se «eu não vim à procura de nada» o que parece querer conferir uma certa independência e superioridade a quem o diz. Movimenta-se mas não procura nada. Age mas não procura nada. Vai ver um filme e não encontra nada. A repetição de lugares comuns é ideal para quem não quer nada, mas gosta apesar de tudo, de não se apresentar totalmente morto em reuniões sociais e deveres paralelos. E até parece que a namorada do rapaz que --surpresa-- tem um coração que bate, é bonita e mesmo assim recusada. Entre uma que dei e outra que dou, é a uma foda bem bombada que eu me prefiro dedicar. Isto se percebem a natureza da coisa.

quinta-feira, setembro 29, 2005

Notícias fresquinhas

«Os portugueses trouxeram o chá da China»

Titulo do Jornal Metro de 3ª feira.
Sim, o de distribuição gratuita, tem de se ler alguma coisa enquanto se espera pelo transporte.

E sim, trata-se de algo que se passou à mais de 500 anos.

Não sei o que me espanta mais: alguém pensar que isto é uma novidade (o que demonstra desconhecimento criminoso da história do seu país) ou alguém pensar que não há mais nenhuma notícia mais recente que mereça ser publicada (o que demonstra preguiça ou estupidez).

Respeitáveis minorias

Primeiro talvez existisse tanto como os outros. Depois procurou a sua pequena diferença e explorou-a. Abandonou-se ao estereótipo. Viveu à sua sombra. Manifestou-se. Incompleto. Âncora que a sociedade mediática amplificou com o assentimento do próprio.

quarta-feira, setembro 28, 2005

Dar sempre a mesma face

Gosto muito de quem simpatiza comigo e também gosto muito de quem antipatiza comigo. Têm todos boas razões.

segunda-feira, setembro 26, 2005

Índice

As sandálias antes das pernas e os artigos antes dos substantivos. Ex.: «A Causa foi modificada» devia estar no «C» e não no «A». Os artigos definem o nome. As sandálias definem muito mais que as pernas.

Sol.

sábado, setembro 24, 2005

Por um fio

Um disparo de pólvora seca e já não sabia de coisa alguma. A repetição esgotara-se no primeiro momento de tomada de consciência. Um tiro falso e nem havia espaço para a incerteza.

quinta-feira, setembro 22, 2005

Fétiche quase

«A minha idéia, depois de tantas cabriolas, constituíra-se idéia fixa. Deus te livre, leitor, de uma idéia fixa; antes um argueiro, antes uma trave no olho.»


[Memórias Póstumas de Brás Cubas: Machado de Assis]


Locomoção para descalçar devagar.

quarta-feira, setembro 21, 2005

As Invasões Bárbaras

Na citação ali de cima percorre-se de Peter Handke a Clarice Lispector. Atravessa-se milhares de quilómetros e chega-se sensivelmente ao mesmo lugar. O leitor é sempre o usurpador. Assim devia ser.

Peçam-me para indicar um post

E eu indico o último do desfazedor de rebanhos.

Uma Questão de Educação

Vou dizer um lugar comum: Aquilo que se passa em certas Câmaras neste país é uma vergonha. Outra coisa, esta relativamente nova é afirmar a responsabilidade dos eleitores. São eles que elegem as bestas que presidem a algumas Câmaras e que habitam o poder local no geral. E o problema é que, sabendo que eles praticaram crimes, tendo sido condenados por tribunal judicial (peculato de uso, no caso de Marco de Canavezes. Como o se presidente foi impedido, pela sentença de continuar a exercer o cargo nesse Município, decidiu mudar-se para Amarante) ou são suspeitos de crimes gravíssimos (Oeiras, Felgueiras, Gondomar). E há forte hipótese de serem reeleitos. Isto só é possível porque os munícipes acham que o dinheiro que foi roubado não é deles, é do “Estado”. Newflash: O Estado somos todos nós... somos nós que estamos a ser roubados, enquanto colectividade e são os eleitores desses municípios que permitem a continuação da actividade criminosa. Nesse sentido podem ser considerados cúmplices...
Soluções possíveis: se forem reeleitos, só restam duas soluções. A primeira é o Estado dever recusar-se a financiar fosse o que fosse naqueles Municípios. Diria algo como: “não confio na vossa gerência, arranjem-se sozinhos”. Se esses eleitores confiarem realmente nas pessoas que elegem não devem ter problemas em entregar-lhes, directamente, o seu dinheiro para gerir. Ou não? Nesse caso não os deviam ter eleito, não?
A outra é a minha favorita. Seria abolir a autonomia local nesses Municípios. Esses eleitores já provaram que não saem utilizar bem os votos. E estão a lesar, conscientemente, o Erário público. Então declarava-se Estado de Sítio, nomeava-se um governador, enviava-se o Exército (se não estivesse muito ocupado em manifestações ou reuniões sindicais e não exigisse ordem judicial para cumprir ordem superiores) e essas câmaras deixariam de existir. Os eleitores frequentariam cursos sobre educação cívica. Quando se provassem maturos o suficiente, então voltava a autonomia.
Depois havia a questão da Madeira...

terça-feira, setembro 20, 2005

Lost in translation

O homem sabe do que fala. Vou quebrar a tábua. As francesas são infernais. Aquelas do nariz a direito, as nadas e educadas por Paris que como atractivo antropológico passam férias, enquanto jovens, aqui na Europa do fim. Cruéis. Vestem-se pior que uma freak do BE, diferença, são giras de morrer. Irritadinhas. Coisinhas frias. São mais recalcadas que a portuguesa com casca, diferença, teêm já o dobro do estilo. Daqui a uns anos estão em Saint-Tropez a passear alta costura muito esquecidas de uma capital perdida na Ibéria. Respiram pose inata, metidas com elas, amigas de amigas, emancipadas. Julgam que o ponto mais distante da evolução da mulher é o desprezo pelo homem. Somos aqui serenas. Sentadinhas. Com as nossas pequenas histórias. Entretidas com o dedinho indicador em círculos de tempo todo contado. Foder uma parisiense é triunfo do homem de espírito. Não vos fiqueis pelas vossas primas de Agosto. Estancai a vossa tortura e dizei: Dá-me uns minutos de atenção segue-se uma fase do ciclo que, surpresa, não é previsível como as outras, a tua cona em estado líquido.

segunda-feira, setembro 19, 2005

80's

Pois é... De um lado a paisagem política é dominada por Cavaco e Soares. A Câmara de Lisboa é dominada pela direita. A consciência de como as pessoas se devem vestir está-se a perder. A Alemanha é governada pela direita. Nos EUA é um Bush que está no poder. A RTP 1 tem um programa foleiro em que as pessoas de sempre cantam as cantigas de sempre. E dá a «Escrava Isaura». Já ouviram a rádio ultimamente? Será que caímos num buraco no espaço-tempo e fomos parar aos anos oitenta? Para quando os Jogos sem Fronteiras, apresentados, obviamente, por Eládio Clímaco?

Eu sempre disse que a história se repetia, mas isto... isto é ridículo.


Iniciativa de um conjunto de internautas do Brasil que alertam para a generalização do erro propositado em vez da escrita correcta.

Este é um caso óbvio. Mas aprovo as iniciativas que evidenciem como o erro escolhido ou o exagero de uma lacuna é uma forma de desvalorizar ou mesmo de tentar esconder. Muitas vezes resulta em farsa. Numa situação ou outra acaba por ser um bom caminho. No caso presente é apenas estupidez.

Paulo Coelho, Mia Couto, Ondjaki. E cheguem-se as gajas

Pretendesse o Edgar aumentar o número de gestos com que sabe ocupar o espaço e poderia ser um Machado de Assis, o Rui com uma língua ainda maior seria uma possibilidade de Camilo José Cela, e eu se vivesse vinte e quatro horas com pessoas talvez conseguisse um Robert Walser embora menos descarado.

Isto para lembrar que o QFN é constituído por três gajos.

sexta-feira, setembro 16, 2005

Capital

Não vou em cantigas de deslumbrado. O olhar muitas vezes repetido e comparado. O Chiado porque tem bom comércio e um vago toque cosmopolita, o Saldanha que no fim de contas não é mais que uma passadeira entre duas torres espelhadas onde se pode fazer alguma vida, Santa Apolónia e gare do Oriente só porque gosto de estações. Algumas quelhas em Alfama. Talvez a Morais Soares. Depois todas as vistas sobre o Tejo, que não compensa, a cidade não pode ser reduzida a miradouro. O Parque aquando da feira do livro. O Bairro Alto de noite. Os mesmos lugares para morar e o Parque das Nações, a ponte Vasco da Gama para sair. O resto é formigueiro, cidade de tecto. O mais das ruas e avenidas são como fotos de putas mostradas a preto e branco, instantes fixados para serem ambíguos. Não vou em cantigas de deslumbrado. A diferença se existe nivela-se por baixo. A beleza existe como absoluto. O que fica aquém precisa de boa vontade.

quinta-feira, setembro 15, 2005

Bom dia, que é coisa que não digo muitas vezes

Pérolas a porcos. Não existe facto ou acontecimento, sabedoria popular ou provada, que consiga refutar o pequeno momento pessoal. Parece que é um grande sinónimo viver com o mesmo ponto de vista através dos tempos. A aprendizagem iniciática vale tudo, mesmo que seja refutada várias vezes ao dia.

quarta-feira, setembro 14, 2005

Coisas que se ouvem...

Os críticos dizem que o último álbum dos Rolling Stones é o seu melhor dos últimos 20 anos... Também não há grande concorrência.
A propósito, quando dizem último...

O furacão e o aquecimento blogal

João Miranda, homem inteligente, entretém finalmente uma obscura troca de citações com Joana Amaral Dias, mulher inteligente. Acredito que João Miranda, homem, coloque um entusiasmo suplementar no esforço.

Postagem

Foi sumiço estival. O Esplanar está de volta acompanhado de zurze a Manuel Maria mais leitura do Equador e promessas de Margarida Rebelo Pinto e su Obra.

Dada a ausência do Código, de regresso podemos falar quando esta senhora usar de gentileza e voltar a escrever.

terça-feira, setembro 13, 2005

Será que isto só acontece comigo?

A pessoa humana nos bons e maus momentos gosta sempre de se sentir acompanhada. Nos bons faz convites à participação, nos maus é sobretudo «terapêutico».

Fiel foste, nomeado serás

E com proposta de revisão de Pacheco Pereira:

"Faria uma sugestão diferente: uma lista das estruturas partidárias nacionais e regionais dos grandes partidos do poder – Distritais do PSD e Federações do PS – com identificação dos cargos de nomeação partidária dos seus membros, agora e no passado. Depois, se houver condições, pode-se vir por ai abaixo até às secções, para se ver o peso da partidarização do estado e da falta de independência das estruturas partidárias dos “empregos” políticos. Esta lista fornece dados que são imediatamente relevantes para conhecer as teias de clientelismo e partidarismo do estado, onde o critério editorial está presente no critério de escolha à partida."

Ministro sou, deputado serás

Via Bloguitica, com pedido de divulgação:

"Lanço aqui um desafio, que peço a outros blogues a gentileza de divulgar se assim entenderem: num discurso recente, Manuel Alegre fez algumas alusões à transformação do regime em função da suposta adulteração dos mecanismos de transmissão do poder. Regime democrático ou dinástico? O desafio que proponho aos leitores consiste em identificar os casos de laços de parentesco na política. Por exemplo, um líder de uma distrital cujo filho seja deputado. Um governador civil cujo filho faça parte dos órgãos de um partido. Um presidente da câmara cuja mulher seja ministra. E assim sucessivamente. Os dados deverão ser enviados para o email: paulogorjao@gmail.com. Daqui a oito dias tornarei pública uma primeira listagem."

segunda-feira, setembro 12, 2005

Dia de descanso na Vuelta (II)

Admito. A Bush pouco lhe importava a crueldade da ditadura de Saddam se nunca se cruzasse com a sua débil pessoa texana, não lhe interessava o povo oprimido. O doido mata para esqueçer que vai morrer, para não olhar para dentro de si. Mas ao pacifista de centro comercial também não o comove a repressão em modo intensivo, move-o ter um objecto de luta, alguma coisa para onde precisa canalizar o desprezo, uma vaidade, uma pequena condenação da liberdade a ilustrar medos sociais que apertam o self, vai desaguar no moralismo que vemos à tona. No processo da coisa, existe menos um ditador e um povo com possibilidades em aberto. Antes era uma morte muda sem espectadores, agora é uma arena com apostas onde até desatres naturais servem de argumento.

Dia de descanso na Vuelta

Continuo a ser simpatizante do olhar prévio e da conclusão precipitada, no início dava asneira e gozo, agora dá certeza e tédio.

Terei sempre a biblioteca Visão

Stendhal (dois volumes), Goethe, Tomasi di Lampedusa (nunca lido), uma feira em Sintra: Emprestas-me cinco euros?
Tempo, tempo, tempo.
Guy de Maupassant, Graham Greene, Manuel Vásquez Montalbán (um policial de ano a ano), Henry Miller, uma feira na Moita do Ribatejo: Emprestas-me cinco euros?

Maria Sharapova

Perdeu um jogo de ténis no Open dos Estados Unidos.
Como se alguma vez pudesse ser derrotada.


Roberto Heras, e foi na Estação de Ski Valgrande/Pajares.
Onde é que ficou a concorrência.


Um belo símbolo.

sexta-feira, setembro 09, 2005

Aquilo não foi chuva

Torrencial, água do céu a escorrer ladeira abaixo, a encharcar roupa e entopir sargetas que inundam, copiosa, a humedecer cabelos leves fléxiveis nos ombros, pingas grossas, chuva de lavar. Água que volta rápida nos rios, matéria-prima a engrossar a quota das albufeiras, a infiltrar o solo que é feito de terra e raízes e não de alcatrão preto ou pedra branca de passeio. Pisar preto e branco nunca deu arco-íris.

Editoras boas

Podiam ser a Relógio d'Água e a Cotovia mas são a Mafalda Lopes da Costa e a Isabel Coutinho, respectivamente editoras da revista Ler e do suplemento Mil Folhas. Só não as posso tirar da estante e levar para a cama como aos livros que sugerem. Oficina do Livro, já eras, nunca foste.

Denis Menchov a vender cara a vitória a Roberto Heras...


...que hoje esteve envolvido numa queda colectiva na frente do pelotão, Menchov que se fez profissional também nas estradas portuguesas quando se encontrava ao serviço da Banesto. Boa aposta da Rabobank, típica esquadra de roladores escapados, a jogar forte num ciclista completo com veia de trepador. Mas Heras tem atacado logo que a estrada empina ou não fosse o melhor pedala leve que se encontra pelas estações de ski e demais relevos acidentados. Não existe joelho fodido que oponha o ganho de 47 segundos a Menchov, assim espero eu, que à falta de um Oscar Sevilla em condições coloco em Heras a emoção do soco lançado no ar em cima da meta.

quarta-feira, setembro 07, 2005

Avante Carmona, vamos a isto!

Sabiam que a Câmara de Lisboa patrocina a Festa do Avante (Atalaia/Seixal, Não há festa como esta!)? A Câmara de Lisboa patrocina a festa de um partido político, uma festa para angariar fundos para esse partido! Com o nosso dinheiro!
Mas quem é que os comunistas pensam que são, funcionários públicos? Só se for pelo divertimento que é ouvi-los falar... ou então se considerarmos o PC uma espécie de Museu vivo. Seria patrocinado pelo IPPAR e podiam-se organizar visitas de estudo. Algo do género: “Estão a ver meninos, ali estão os últimos estalinistas da Europa. Esta é uma reserva natural especialmente construída para eles. Ninguém fala na queda do Muro de Berlim, na Revolução de Veludo, no Sindicato Solidariedade, etc. Organizam-se excursões a Cuba e à Coreia. Do Norte, claro. Para eles é a única que existe...”. E assim os alunos do secundário podiam contactar com a história viva. Com alguém que ainda pensa e fala como se ainda vivêssemos no PREC. It’s amasing!
E sim, este ano foi o Carmona, presidente de uma Camara de maioria de direita, a aprovar o financiamento. Do nosso dinheiro...
Ainda se fosse em rublos!

76% freak

Mesmo assim existem algumas características que me podem definir como português ainda que eu tente acreditar numa origem mais elaborada.

segunda-feira, setembro 05, 2005

Segunda Ferida Narcísica

A Origem das Espécies: novo blogue de Francisco José Viegas.
O Avis melhor que nunca. Ainda e sempre no castelo do barba azul.

Padaria

Se a Zézinha Nogueira Pinto representa o pão de quilo, Carmona será a bolinha, Manuel Maria a baguete, Ruben Carvalho o papo-seco e Sá Fernandes o bimbo sem côdea.

domingo, setembro 04, 2005

Uma questão de fé

A Festa do Avante (Atalaia / Seixal – não há festa como esta!) calha no mesmo fim-de-semana do que a feira do oculto em Vilar de Perdizes…
Mera coincidência? Ou será que Deus (para quem acredita nele, ou, para os comunistas, em substituição, Álvaro Cunhal e/ou Marx/Lenine/Estaline) tem um sentido de humor extremamente perverso?
Mas não é a única coincidência, enquanto num sítio ainda se acredita em bruxas, no outro também se acredita em contos de encantar; enquanto num sítio o diabo é vermelho, no outro é americano (vermelho e azul, com estrelas); enquanto num sítio ainda se vive na Idade Média, no outro vive-se no PREC; enquanto que num sítio se tenta comunicar com as almas danadas dos mortos, no outro há concertos dos Xutos, que, musicalmente, já passaram o prazo de validade… enfim, crenças, crendices. É tudo uma questão de fé.
O comunismo morreu, vida longa aos ainda crentes.

quinta-feira, setembro 01, 2005

Estou farto de arranjar títulos para posts, este fica sem

Sei como terminar um texto. Sei escrever no meio e no fim. Principalmente as últimas frases vão directas para o teclado sem perca de tempo ou hesitação, que é palavra inventada para definir que aventura não. Sei dar a última machadada. E a penúltima e antepenúltima são dadas com energia redobrada. Quando vejo o fim corro mais depressa. Mas começar necessita esforço, o início é lento e alargado, com muitas paragens e olhares em volta. Acabar é um momento estreito.