domingo, junho 27, 2004

Visão do futuro (II)

Se a Drª Manuela Ferreira Leite se tornar Primeiro Ministro.
Os funcionários publicos serão obrigados a pagar para trabalhar "é um privilégio trabalhar na minha maravilhosa administração" declara a Primeira acrescentando: "é para compensar todos aqueles anos em que andavam para aí sem fazer nada, bando de calões... isto está a gravar? Bem, bem, veja lá se a sua cardeira profissional não voa...". Como o défice continua galopante (ela na verdade nunca conseguiu controlá-lo, só começou a injectar mais receitas extraordinárias), acaba o Sistema Nacional de Saúde (slogan: "a saúde é um luxo") e a Caixa de Aposentações é privatizada. Por fim vendemos os Açores aos EUA, a Madeira à Inglaterra e o Alentejo à Espanha. A crise económica continua mas é proibido falar nisso. Os Museus são desmantelados e as peças vendidas. Quando interrogada sobre se tem outra politica senão o controle do défice responde: "mas existe vida para além do controlo do défice?"

sábado, junho 26, 2004

Visão do futuro (I)

Se o Dr. Santana Lopes se tornar Primeiro Ministro.
Os gastos de auto promoção do governo rebentava o Orçamento. Para resolver o buraco orçamental constroem-se 30 casinos, cuja localização "será onde os cidadãos quiserem" (segundo fonte oficial). Cartazes de Bragança a Faro: "Já reparou que o país está mais bonito desde que eu sou Primeiro Ministro?". Equipa de criativos brasileiros de publicidade (com campanhas tão magnificas como: "Bairro Alto Astral" que invocava a ligação astrológica daquele bairro com o resto da cidade, ou então não) tornam-se assessores de imagem do governo com salários superiores ao do Presidente da República.
Lançamento da campanha: "Um túnel do Porto a Lisboa" (obviamente sem estudo de impacto ambiental). Silos para estacionamento ocupam todo o Alentejo. Cartazes em Lisboa: "Deixo a Camara com obra feita!" (Ai sim? Qual?). A Madeira é tranformada numa discoteca. João Jardim concorre ao lugar de gerente mas fica com o de porteiro, em declarações à imprensa declara: "de qualquer forma é onde reside o verdadeiro poder". A gerência afirma que precisava de um gorila com poucas habilitações. Margarida Rebelo Pinto torna-se Ministra da Cultura; "Sei lá" é leitura obrigatória em vez de Garrett. A Defesa organiza cruzeiros com os navios de guerra, os marinheiros são obrigados a usar lenços na cabeça.
O que nos vale é que se ele ficar lá tanto tempo como ficou no Sporting, na Figueira ou em Lisboa, também não dura muito.

Ficção científica

O nosso Primeiro vai para a comissão? O Santana torna-se Primeiro? Mas isto é o quê, um pesadelo? Um daqueles sonhos maus de que uma pessoa acorda e começa-se a rir e diz: "O que eu foi inventar, isso podia lá ser".
E no entanto, parece que é realidade.
Sr. Presidente, veja lá isso. Senão lá teremos que sair à rua e recordar ao Sr. Santana que ele não tem legitimidade política para ser Primeiro Ministro.

Heróis do mar

Orgulho verde e vermelho.

Porque é que invadimos mesmo?

Só para dar noticia: a comissão do Senado americano que investigou os acontecimentos relacionados com o 9/11 chegou à conclusão que:
O Iraque não teve qualquer ligação com a Al-Qaeda nem com os atentados.
O Iraque não possuia armas de destruição massiça.

O julgamento da história vem aí...
E não costuma ser muito meigo

segunda-feira, junho 21, 2004

Um postzinho ou zito

Uma das coisas que eu mais detesto são as pessoas que usam constantemente e sem qualquer motivo plausível diminutivos. E olhem que ele há muitas por aí!
Mas porquê tratar todas as pessoas pelo diminutivo? Será que nos conhecemos desde os 4 anos? Mas acham o quê, que se tornam mais simpáticas? A unica coisa que conseguem é tornar-se mais irritantes. O que eu odeio que me chamem Ruizinho... ou pior: Ruizito. Será que sou baixinho? Ou que tenho ar de puto?
Mas o vício irritante não se esgota (infelizmente) nos nomes. Há pessoas que os usam em tudo. "O meu carrinho" (porventura será de brincar?), "tenho fominha" (... esta é demais... se usas diminuitivo é porque é pouca, se é pouca porque é que te estás a queixar?), "um arrozinho" (um arroz?) "batatinhas" (será que é meia dose?), "a minha casita", "o meu cãozito", "o meu amorzito" (estes 3, na minha modesta opinião, ainda são, se possível, mais estúpidos, pois usam uma forma que é, no geral, pejorativa, o que me parece um contrasenso, mas isto sou eu... e pode ser que seja essa a intenção...).
Por favor, aquando na minha companhia, abstenham-se de utilizar este género de expressões.
Obrigada.

sábado, junho 19, 2004

Constituição Europeia?

Chegou-se ontem a acordo sobre o Tratado que intitui uma constituição europeia. Não digo simplesmente Constituição talvez por deformação profissional por eurocepticismo ou por purismo, mas a verdade é que uma Constituição presupõe um Estado (a UE não é um Estado), e, sobretudo, poder constituinte originário nascido de um momento fundador de uma nova ideia de Direito que virá a constituir a base da nova ordem jurídica. Nada disto se passou. O texto aprovado não passa de um tratado internacional ao qual deram o nome (mediático) de Constituição. Tal não é sequer uma novidade, o Tratado instituidor da Organização Internacional do Trabalho (OIT) também se chama Constituição.
De qualquer forma e à margem de todas estas polémicas devo recordar aos federalistas que já andaram por aí a deitar foguetes e a apanhar as canas que o tratado só será verdadeiramente aprovado após os processos de ratificação internos dos vários países. Muitos deles envolverão referendos (o nacional continua uma incógnita, se bem que se saiba que quase de certeza não alcançaria o limiar vinculativo dos 50%). Em muitos países europeus a vitória do sim está longe de ser certa, e não é só nos frios nórdicos ou no Reino Unido, até os francese e alemães podem não gostar muito dos avanços pró federalistas pouco popularmente legitimados. E se ganha o não? E nessa altura, o que é que acontece? Avança-se à força?
Veremos.

+ Hip-Pop

Parece que saiu para aí um video-clip do Hip-Pop tão da moda em versão alargada. Deve-se querer fazer passar por filme (mau, de Verão, mas filme). Este membro do blog recomenda o seu não visionamento.

Nota: Eu não me enganei, eu sei que se escreve Hip-Hop. Francamente, conto que as pessoas que tenham vindo a acompanhar o blog e os meus post percebam. Se não têm acompanhado... Não merecem o ar que respiram.

sexta-feira, junho 18, 2004

Questão

Já repararam que ninguém fala de política, do governo ou da AR? Será que foi tudo de férias e não avisaram o pessoal?

Reiteração

A Bandeira Nacional NÃO é um pano para pôr à cabeça.
A Bandeira Nacional NÃO é um pano para pôr à cintura.


Já desabafei, obrigado.

sexta-feira, junho 11, 2004

A questão das bandeiras

Não vou criticar a recente moda de enfeitar tudo o que é varanda, janela, estendal, portinhola, fogareiro..., perdão, táxi, etc, com a bandeira nacional. Vou só referir uma coisa. A bandeira nacional é o símbolo da República, e sobretudo, da Nação. Não é uma toalha de mesa, não é um cachecol, não é um lenço para a cabeça, não é um pano para por por cima dos acentos nos automóveis, não é um guardanapo, não é uma desculpa para vender ou beber mais cerveja, não é enfim um bocado qualquer de pano. Dar usos menos próprios à bandeira é insultar a Nação, é fazer exactamente o contrário daquilo que se pretende.
Por favor, não insultem Portugal.

Luto

Lamento só agora ter podido dizer algumas palavras sobre a morte do Prof. Sousa Franco, que foi meu professor o ano passado. O Professor era acima de tudo um grande académico (ninguém diz isto, parece que ser académico deixou de ser um elogio, para mim ainda é). A sua obra publicada é imensa, a sua energia também. Foi um excelente professor, as suas aulas eram extrememente ricas, densas (por vezes até dificeis de acompanhar), mas também divertidas. Mas atenção, divertidas porque o Professor utilizava uma imensa e genial ironia em determinados assuntos, noutros brincava com a actualidade, mas sem nunca descorar a sua competência cientifica.
O Professor tinha também uma grande dedicação académica (cada vez mais rara), ocupou vários cargos na academia, sendo actualmente o nosso Presidente do Conselho Directivo.
O Professor quando foi Ministro das Finanças pôs-nos no Euro e manteve o défice mais baixo sem recorrer a receitas extraordinárias.
Obrigado Mestre.

Por falar em ondas

a praia da Morena, bem como a da Sereia, na Costa de Caparica continuam bastante concorridas. É aquilo que se pode apelidar de praia «in». Algum beautiful people de Lisboa, sobretudo jovem, que ainda ainda não está de férias é por lá que se bronzeia quando o calor aperta. Mar de bons mergulhos e vista fina, embora a ocupação do espaço ao fim-de-semana e feriado se complique um tanto. Mas que fazer? Há locais onde o mundo parece que gira diferente. É o chamado trânsito da personalidade. Enfim, coisas que o calor faz.

Entretanto.

Não me choca nada as pontes entre feriados e fins-de-semana com as consequentes passeatas e idas à praia seja ela Vilamoura, Moledo, Carcavelos ou Valadares. Não me parece errado que o «tuga» aproveite da melhor forma o bom clima que o senhor deus lhe deu, mesmo que em deterimento de outras substâncias. O PIB não se compadece com mais quatro ou cindo dias de trabalho por ano. O problema não é esse. O problema são outros e de resolução mais ponderada e complexa que uma simples conta de somar ou subtrair dias de produção, numa de preguiça.

What about now?

Hoje adivinha-se um dia longo. Primeira paragem nos festivais de verão: Parque do Tejo no Parque das Nações. O Super Bock Super Rock é a desforra dos reais amantes da música que não vão em quermesses brasileiras. As actuações da nova geração da música portuguesa tem estado em grande. Suponho que Blasted tenha dado um concerto fantástico como é habitual e ontem ouvi Toranja com toda a mais valia de quem prefere compôr em português e o faz muito bem. O que lamento foi não ter assistido a Nelly Furtado. A rapariga é simpática, gira e tem umas canções com «felling». Por mim hoje tenho especial interesse em ver Pixies, Massive Attack e Fatboy Slim. Lenny Kravitz não me comove muito mas talvez umas imperiais ajudem. E claro dar apoio ao palco dos portugueses cada vez mais omnipresentes nos festivais de verão. Aguardo Massive Attack com expectativa assim como a novidade Pixies e quero ver se Fatboy Slim protagonizam um daqueles "sets de djing" sempre a abrir até o sol raiar. Vai ser a chamada LOUCURA!

Outros arraias. Ou os mesmos.

Vou à enorme janela do meu quarto e cheira a brasas de carvão. Mais pela hora do jantar e haverá sardinha assada. As velhas quadrilheiras de sempre, sentadas nas cadeiras e bancos de sempre, lá em baixo nas ruas pouco largas e que servem assim de porta estandarte: auxiliam prender entre prédios e por cima das cabeças muitas fitas em fole e coloridas, berrantes até. Também há balões, aventais, cerveja, camisolas do benfica e, este ano, bandeiras nacionais. As colunas das aparelhagens são colocadas estratégicamente. Alguém canta «não és homem para mim». Eu por momentos acredito inocentemente que à partida nenhum homem serve para nenhuma mulher. Mas quando chego à janela, invariavelmente escancarada para que possa descaradamente ver o que se passa portas fora, não é nada desta vida popular que se destaca. O cruzeiro particular do presidente do Chelsea (clube inglês) está atracado na gare marítima de Santa Apolónia e aguarda a chegada do dono. O senhor vem ver o EURO. Mas prefere ficar estabelecido no seu cruzeiro do que num hotel. Eu próprio faria o mesmo se estivesse em situação semelhante. E desta forma a vista do Tejo tem durante uns dias mais um apontamento de charme. Ainda da janela do meu quarto pode-se ver em Almada a base iluminada do Cristo Rei por holofotes vermelhos e verdes. A religião um outro patrocinador do futebol e da tal auto-estima. Nada de novo. Afinal a mesma base que suporta a estátua já serviu para publicidades bem menos crentes. Um enorme cartaz de, na altura, um novo gelado da Olá. Imune ás glórias do mundo segue o Tejo imensamente bonito. E que no dia certo ganhe Alfama as marchas. Desejos simples e um tanto esquisitos de quem vive no «bairro». Pois vinde entreter-vos ao bairro no arraial, vinde e voltai para as vossas urbanizações assépticas e sizudas.

A bandeira na janela.

A auto-estima potenciada por um campeonato europeu de futebol parece-me um tranquilizante de valor duvidoso. E é passageiro, como tudo por cá. Mas as ondas apanham-se melhor de lado. Mergulhar nelas é outra opção. Ainda nem os jogos começaram e já tenho os poros tapados de tanto futebol mais o marketing e a informação idiota associada ao acontecimento. Viver português alterna entre o fado e o fardo. Isto do EURO constitui-se um pouco como fardo. Deixa-se de ser o país de cidadãos plenos para existir uma transfiguração para um território de adeptos de calção e camisola numerada. Luzidios e alienados pelas ruas. Mas bem sei que tarde ou cedo vou ser atingido pela maré futeboleira. O futebol dos 90 minutos é um espectáculo. A chatice vem depois. E antes. E de todo em todo aos malucos não convêm contrariá-los. Como diria o Perestrelo «é disto que o meu povo gosta».

Diga 33.

Este blogue tem ultimamente funcionado a 66 por cento. Os outros 33 - eu - têm andado desaparecidos. Podia desculpar-me com os muitos afazeres mas nunca me deixo cair nesse tipo de armadilhas. Pouco adianta alardear o que o resultado não corrobora. Nem computadores sem vírus por perto, nem vontade de os procurar. Longe de se tratar de falta de assunto. Não sei até que ponto Portugal é mais ou menos interessante que outros países europeus mas a verdade é que até nas pequenas aldeias, apesar do tamanho e da ausência da novidade nos rostos, repare-se, nunca falta assunto. As conversas de soleira são conformes ao espírito humano. Em Portugal sabe-mo-lo melhor que muitos.

domingo, junho 06, 2004

Machismo? Não!

O Exº Senhor Presidente do Instituto de Ciências Biomédicas Abel Salazar proferiu declarações no sentido de que seria necessário vir a incentivar um sistema de quotas masculinas para os cursos de medicina dado que, por razões biológicas, as mulheres causam problemas aos serviços de medicina, pois engravidam e, por esses motivo, têm limitações no desempenho das funções. O Exº Senhor Ministro da Saúde, Luis Filipe Pereira, prestou declarações apoiando as posições do Exº Senhor Presidente do Instituto Abel Salazar, afirmando que "as responsabilidades das mulheres em termos domésticos, em termos de vida familiar, tornam as mulheres menos disponíveis para uma profissão que requer 24/24 horas, no que diz respeito a cuidados que são inadiáveis" (SIC-Notícias, 3/6/04).
A direita portuguesa no seu melhor!
Dispenso-me de comentários a não ser um:
quem tem medo de ir à médica?