quarta-feira, agosto 31, 2005

Mais blogues

A blogosfera acaba por funcionar em circuito fechado não resistindo às demais formas de organização, espontâneas ou não, que em Portugal constituem um sistema normalizado, país de pequenez aceite. Os linques habituais estão aí de lado, mais ou menos fixos. São aqueles onde o clique é mais frequente. Alguns podem ser encontrados em muitos outros blogues. Mas é no salto de blogue em blogue que isto tem interesse, seguir a novidade ou reencontrar a mediania, recolher alguma coisa por aí dentro. Digo dentro porque não consigo ver a blogosfera como um espaço ao ar livre. É coisa muito interior. Virtual. A partir de hoje antes dos linques costumes antecedem-se uns cinco ou seis para blogues aleatórios a visitar nas deambulações por este mundinho virtual. Semanalmente trocam-se por outros. Peço também ao Rui e ao Edgar que contribuam e que vão fixando na coluna própria os seus Passageiros.

terça-feira, agosto 30, 2005

Oportunismo

Sol e calor com protector. Acerto-o com o corpo e posiciono-me ao lado da sombra. Depois revejo o critério. Acontece-me só frequentar as praias onde se lê o Anjos e Demónios. As outras são praias infernais. Aproveito-me de Dan Brown para ler Robert Schneider em sossego. Assim dou ao rapaz do Código alguma utilidade. Isto em Agosto.

Adeus Kournikova...




Maria Sharapova: dezoito anitos.

quinta-feira, agosto 25, 2005

Selecção

A evolução lá tem modos próprios de ser constatada. Não é no pensamento de quem bitaita em mesa redonda. Sentadinhos somos todos muito século XXI. Já não dou atenção. Não é nas atitudes que se vê quem presta melhor para contemporâneo. A esquerda criativa já tratou de forjar pré-atitudes que encaixam nos moldes dos questionários mais avançados. Deixei pois de ligar aos «temas fracturantes». É no mínimo comportamento que se vê a coisa, sei-o agora, a palavra solta, o gesto inacabado. Espera-se algo de prazenteiro, tarefa limpa e bem abocanhada e é o cabo dos trabalhos. Julga-se tudo indicar que sim e que a felicidade está aí para os anos e depois um gajo quase lorpa só para ter um felatio em condições.

Abandonar

Uma recusa está muito interligada com o sujeito que a opta. Virar costas é um recuo pessoal que sugere um ínicio e um fim encontrados no sujeito. Dizer sim é uma ponte lançada para um colectivo. O sim descentra-me de mim próprio. Dizer sim é um acto de humanidade e sabedoria. Eu nunca digo não. Dizer não é uma forma de afirmação negativa. É por isso que prefiro dizer sim mesmo que lhe conheça um não futuro. Isto não é uma ideia nada leal. Faz-se sempre tudo parecido, as proporções é que variam. Enquanto o sim se mantiver é uma pequena parcela de êxito que se soma. Mas nunca será o sucesso todo.

quarta-feira, agosto 24, 2005

...sai de cima do telhado

Vizinhos. Vizinhos de prédio. Vizinhos de cidade grande. Só gosto daqueles que nunca vejo. Podem ser grandes conversadores, um sentido de humor óptimo, infalíveis com o condomínio, bons samaritanos, a despensa repleta de ramos de salsa, generosas na cama. Tanto se me dá. Sou mau vizinho, surdo e com rotinas como calha. A comunidade não é um rebanho de ovelhas. Mas há uma vizinha uma mãe ainda jovem, de quem não sei mais nada nem quero saber, que oiço cantarolar muitas noites, embalar o filho, que pode ser filha, adormeçê-lo num sono descansado. Isto não se passa aqui. Isto acontece em lugares com tempo. Na cidade grande nada de importante se passa dentro de casa, a noite é um tempo inoportuno onde a cama é o caminho mais curto para chegar à gloriosa manhã, embocadouro de coisa nenhuma. Há lugares onde uma jovem mãe embala o filho e onde os cães ladram sozinhos a noite toda.
Ficam sempre em silêncio as paisagens que deixamos para trás

Joaquim Palma

terça-feira, agosto 09, 2005

Quem se serve da terra queimada?

Sabia que em Espanha é proibido armar betão em zonas atingidas por incêndios, principalmente em Parques e Reservas Naturais?

Sabia que no incêndio em Montesinho que atingiu uma zona espanhola foram deslocados três meios aéreos espanhóis e um português? E que adquirir aviões e helicópteros de combate a incêndios é uma boa ideia, melhor até que projectar novos aeroportos?

Sabia que a televisão promove a degradação mental?

O problema que não tem que ser transformado em histeria e arrisco poder ter um tratamento informativo menos cardinalliano entusiasma os pirómanos que gostam de ver arder e de ser falados no noticiário das 20h - Eu é Que Sou o Suspeita de Fogo Posto. Há pessoas débeis que ficam excitadas com sirenes, gritos e pessoas a correr desesperadas.

Já ouviu falar no conceito, que é um trabalho duro, de limpar matas?

E que por isso antigamente não existiam tantos incêndios?

Na lareira lá de Castelo Branco arde mais depressa o pinheiro que o sobreiro

Sabia que se Portugal tivesse plantadas as suas árvores nativas o solo seria mais húmido e a propagação de incêndios mais lenta?

Azinheiras,
Carvalhos,
e também Sobreiros
e Oliveiras.

Depois:

Eventualmente Pinheiros.
E nunca Eucaliptos.


O último suspiro.

segunda-feira, agosto 08, 2005




Veni,
Vidi,
Venice...