segunda-feira, julho 18, 2005

A loucura dos «adaptados»

De três dos quatro bombistas-suicidas de Londres são conhecidas algumas notas biográficas. Hasib Mir Hussein, dezoito anos, condutor encartado, possuidor de cartões de crédito e utilizador de lentes de contacto azuis para ficar mais bonito. Mohammed Sadique Khan, trinta anos, casado e pai de uma bébé, professor de crianças deficientes e frequentador assíduo de ginásios. Shehzad Tanweer, vinte e dois anos, tirou Educação Física em Leeds, conduzia um dos três mercedes do pai, este proprietário de uma loja de 'fish and chips'. Nenhum tinha cadastro e todos de nacionalidade britânica. Acreditavam no paraíso, o que acredito ser perversão suficiente na vida de qualquer sujeito, embora na maioria dos casos não decisiva. Fora a crença, levavam vidas aparentemente tão banais quantas aqueles que mataram. Por infeliz coincidência teriam também um sentimento excessivo acerca de si próprios que talvez embatesse numa vida normal, malograda, como a de tantos ocidentais.Vantagem de monta, temos uma educação e culturas superiores onde escasseiam líderes religiosos prontos a instrumentalizar fragilidades, estando extintos, tanto quanto se sabe, homens das cavernas de dedo levantado repetindo de forma não dramática mas séria qual o caminho da auto-glorificação. São terroristas diferentes dos que perpetraram o 11/09 e o 11/03. Não vejo que objecto seria odiado por estes três, não alcanço que tipo de vida ocidental «infiel» não suportariam. Cá para mim apenas não se tinham de pé na sua condição humana. E isso só se combate com mais civilização e não com relativismo. A estupidez é uma coisa bem antiga só que toma disfarces avançados.