Evocação de quem?
Eis, Abu Bacre, saúda os meus lares em Silves e pergunta-lhes
se, como penso, ainda se recordam de mim
Saúda o palácio das varandas da parte de um donzel
que sente perpétua saudade daquele alcácer
Ali moravam guerreiros como leoes e brancas gazelas,
e em que belas selvas e em que belos covis!
Quantas noites passei divertindo-me à sua sombra
com mulheres de ancas opulentas e talhe fatigado
Brancas e morenas produziam na minha alma
o efeito das espadas refulgentes e das lanças escuras!
Quantas noites passei deliciosamente junto a um recôncavo do rio
com uma donzela cuja pulseira rivalizava com a curva da corrente!
O tempo passava e ela servia-me o vinho do seu olhar
e outras vezes o da sua taça e outras o da sua boca
As cordas do seu alaúde feridas pelo plectro estremeciam-me
como se ouvisse a melodia das espadas nos tendões do colo inimigo
Ao retirar o seu manto, descobriu o talhe, florescente ramo de salgueiro,
como se abre o botão para mostrar a flor.
Al-Mutamide, Evocação de Silves.
se, como penso, ainda se recordam de mim
Saúda o palácio das varandas da parte de um donzel
que sente perpétua saudade daquele alcácer
Ali moravam guerreiros como leoes e brancas gazelas,
e em que belas selvas e em que belos covis!
Quantas noites passei divertindo-me à sua sombra
com mulheres de ancas opulentas e talhe fatigado
Brancas e morenas produziam na minha alma
o efeito das espadas refulgentes e das lanças escuras!
Quantas noites passei deliciosamente junto a um recôncavo do rio
com uma donzela cuja pulseira rivalizava com a curva da corrente!
O tempo passava e ela servia-me o vinho do seu olhar
e outras vezes o da sua taça e outras o da sua boca
As cordas do seu alaúde feridas pelo plectro estremeciam-me
como se ouvisse a melodia das espadas nos tendões do colo inimigo
Ao retirar o seu manto, descobriu o talhe, florescente ramo de salgueiro,
como se abre o botão para mostrar a flor.
Al-Mutamide, Evocação de Silves.
1 Comments:
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