terça-feira, janeiro 25, 2005

Transições

Before Sunset. A fase anal-sádica. Cinco vezes Dois. Os pequenos dramas. São tortuosos os caminhos do amor. Sinuosos e cavados até ao osso. Aquilo deviam ser espíritos abatidos. Perto Demais (Closer, no título original). Corram. Corram muito. Corram depressa. E assistam descansados. Eis um grande filme. Está para as relações digamos, íntimas, como o Magnólia de Paul Thomas Anderson está para a vida. A omissão e a mentira induzem um estado latente de angústia e (in)felicidade auto-destrutiva. Pois a verdade simples, sem analgésicos, provoca planos trágico-cómicos e choros viscerais. Jogos de sentimento em estado bruto. Necessidades desesperadas. A promiscuidade também serve para construir. Mesmo que a edificação não seja muito sólida. Mas a falta de estrutura é um problema que deriva de muitas outras causas, e as mais das vezes, bem menos dignas de atenção que a proximidade demasiado próxima. Ao menos não será triste e isolada. Muito menos fechada em casa. Qual é o interior mais verdadeiro senão aquele que se dá todo, mas acabando a doer até à impossibilidade, altura em que desliza para uma busca de alívio egoísta sempre procurada no outro? Drama não. Comédia e tragédia. Os gregos é que sabiam. Nunca se deve desconsiderar civilizações berço de um Aristóteles, mais as festas dionisíacas que terminavam invariavelmente perto demais.

1 Comments:

Blogger Mar said...

"Closer", no próximo Domingo será.

1/28/2005 11:29:00 da manhã  

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