Quem és tu, Santana?
Pedro Santana Lopes carregou para a política uma dose de humanidade. Não aquela sensaboria do coração grande, paternal, ou caritativa. A humanidade no seu estado contrastante do erro e do prazer. A dúvida entre o melhor de vários mundos. A coragem do fantasioso. Santana apaixona-se por si da mesma forma que dá de pronto a mão aos leais (que não encontram lugar ao lado de mais ninguém) e aos amigos (onde a política é só mais um palco onde o acompanham). De Santana socorrem-se os canalhas porque encontram nele um benévolo. Talvez Santana seja mais ingénuo do que aquilo que não parece. A linguagem de PSL está carregada de vida comum num espectáculo de assunto de estado misturado com pequenos tudos de falta injustificada. PSL refreia pouco os seus impulsos afectivos. Santana Lopes foi um primeiro-ministro bondoso quando o que seria necessário era que fosse bom. Os caminhos que percorre fundam-se em afinidades nem sempre correspondidas. Santana não é de forma nenhuma o estadista inteligente (como Durão) ou o provinciano calculista (como Guterres). Santana é o homem contemporâneo num estado demasiado livre. Santana Lopes faz falta na vida pública portuguesa mas talvez nunca devesse ter chegado a primeiro-ministro. Conduzir um país é um acto de despojamento. Santana é muito arrebatado e experimental.
1 Comments:
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