segunda-feira, janeiro 31, 2005

Louçã, o pregador

Ainda julguei passar uns bons minutos a ler a entrevista de Miguel Esteves Cardoso a Francisco Louçã na Sábado. Enganei-me. O entrevistador cumpriu mas o entrevistado, menos criativo que o seu Bloco, acomodou-se no habitual. O sorriso de vice-reitor de Seminário não engana. O BE é para ser levado minimamente a sério. Paulo Portas, de que timidamente vou gostando a espaços largos, conseguiu que Louçã se revelasse, no debate da SIC-Notícias, dizendo febrilmente exageros tais que numa situação de repouso até o próprio fariam corar. Ou pelo menos «explicar com mais palavras». O mais curioso é que o sermão seria mais esperado de um democrata-cristão, como Paulo Portas se gosta de intitular, do que de um defensor de minorias prá frentex. A sorte de Louçã é que os votantes da esquerda criativa não são muito dados a grandes reflexões. Dêem-lhes um «tema fracturante» que eles entretêm-se a preparar gritos de ordem e animações de rua. E olha lá.