sábado, dezembro 18, 2004

A pergunta clarificadora

Não percebo a posição do Tribunal Constitucional ao chumbar uma pergunta tão clara e simples como a proposta para o referendo sobre a ratificação (não digam rectificação que me aflige e faz-me querer rectificar-vos) do Tratado Constitucional da União Europeia.
Venho aqui por isso propor uma um pouco mais clara:
«Concorda com a votação por maioria qualificada, a carta dos direitos fundamentais, a concessão da personalidade jurídica, judiciária e fiscal da União Europeia, a fusão dos três tratados fundadores num só visando a simplicidade e transparencia do funcionamento da União (e não conseguindo), com a fusão do átomo, a PAC, a anti-matéria, a cooperação judiciária entre as entidades policiais dos países membros, o anatocismo, o uso de carros a hidrogéneo, o principio do primado, o Benfica é o maior, Rato love Káthia V@nessa amor sem fim, a entrada da Turquia, a invasão do Iraque, a diminuição do limite das águas territoriais, a integração na Espanha, Canas a concelho porque isto aqui, isto aqui é outro Timor, é outra Bósnia, outro Iraque, e tudo, e tudo, e tudo, a inclusão de uma referência a Deus e à Santa Madre Igreja no Tratado, e já agora de Nossa Senhora que salvou as nossas costas do petróleo do Prestige (porque se estivessemos à espera do Paulinho.... bem tinhamos ficado lixados, nem sei se na altura já era Ministro do Mar e da prevenção dos Barcos do Aborto ou ainda não), da instituição de um imposto europeu, de todos os Durões passarem a Barrosos, o Pacto de Estabilidade e Desenvolvimento (que disso só tem o nome) e enfim queres que Portugal continue a ganhar o dinheirinho das europas ou queres que voltemos a ser um país do terceiro mundo (o que, no fundo, no fundo, ainda não deixamos de ser...)?»
Isto sim, era uma pergunta clarificadora.
P.S. Vamos lá ver é a abstenção... ou será que eles também vão rever a regra da necessidade de pelo menos 50% para ser vinculativo?