quinta-feira, dezembro 02, 2004

Fora de tempo

Já não vejo por aquela janela alta. Deixei de olhar o percurso final do rio; conheço bem as águas passadas da longa aventura até culminar naquele leito largo. O deleite do início em busca automática faz falar depressa. Pela vida dentro começei a concentrar juízos e enganos numa identidade. Isto de amar o mundo. Deixá-lo ser o meu balde de lego adulto. Percebias como de modos distintos me empolgava com o belo e com o feio. Entendias de longe. Procurava vivamente englobar-te na circularidade imparável tentando construir e desconstruir verdade e aparência. Solucionar desejo com novidade acrescentada. Divertir-me com a passagem indiscreta do espectáculo. Lançar pontes para territórios inóspitos. Reduzir e limpar até o equilíbrio se deter no essencial. Pisava uma terra desconhecida e matizava o espaço de acordo com o meu arco-íris. Nunca fujo das cores que se impõem. Se ocupava demasiadamente o lugar. O meu reino é neste mundo. Não tenho pretensão de encontrar outro. O que tenho de interior, que de tão meu, oferecia-te brutal e significante sem papel de embrulho apelativo. A preguiça da manhã contrastava com a alegria cheia do final de dia. Num intenso percurso apaixonado as múltiplas fontes onde eu me saciava era a importância maior que reunia para te dar de gesto amplo. Dei-te todo o meu mundo. Tu só pedias o meu amor.

2 Comments:

Blogger Esther said...

Adorei o texto..Cheguei aquí através de um espelho que émágico. Visitem-me lá, do outro lado do mar..

12/03/2004 08:32:00 da manhã  
Anonymous Anónimo said...

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