quarta-feira, dezembro 29, 2004

Do essencial ao acessório

Aconselha-me uma parte da tua vida. Retira da sequência um fragmento para que seguindo-o reconheça o imperativo de nunca mais voltar. Sei bem o quanto gosto de vaguear numa direcção com retorno certo. Saber conciliar é animal de sete cabeças com o qual se tem que conviver de modo, senão umbilical, talvez um pouco parasitário. Prefiro ser culpado a estar vazio. Deve ser vício passageiro. É curioso que andei aqui a escrever umas coisas baseadas no «tu isto, tu aquilo», aliás começei estas linhas nesse tom falso-dialogante. Como se existisse algum interlocutor concreto. Como se julgasse adquirido um destinatário original. Como se alguma escuta particular me interessasse o minímo que fosse. Mas encontro por aqui exageros mais graves. A escrita sair-me muitas vezes na primeira pessoa é mera coincidência de factos. Sem relação com o que como ou que bebo. Típico desleixo. Um verdadeiro atentado à minha reputação. Chega-te perto. Tinhas uma pestana na cara. Um pormenor rídiculo. Mas em ti incomoda-me ver-te com pestanas na cara. Parece que de um instante para o outro não encontro maior urgência que deslizar o meu dedo na tua face. Chega-te mais perto. Gostava que me visses quando peço ao minuto seguinte que disponha. Afinal não existe mutação na claridade ténue. Só no foco incandescente. Observares-me com muitos corpos dentro. Por exemplo «terrorista de mim próprio». Ele há títulos sacanas. Entra é para dentro que está frio. Deixa-me aquecer-te.

2 Comments:

Blogger Mar said...

Apesar de nenhuma escuta particular te interessar o mínimo que seja, deste lado Há interlocutores. Bonito texto ;-)

12/30/2004 12:43:00 da manhã  
Anonymous Anónimo said...

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3/05/2007 04:11:00 da tarde  

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