quinta-feira, novembro 11, 2004

Uma sentença, más educações, e muitos equívocos feitos diagnóstico

Na noite uma italianinha desemboca-me no peito. Apresentamo-nos. Quando lhe digo o que estudo, o efeito que a minha resposta tem nela prima pela diferença. Faz uma cara feia, retrai a cabeça como a afastar-se de alguma coisa repugnante. Diz: "A mente é só minha!"

Congelo durante 5 segundos.

Na aparente banalidade da mesa do café sou repentinamente despejado em cenas da vida entre paredes. Uma maria-rapaz de uma auto-censura cortante conta, sem nunca ter percebido o sintoma da coisa, da forma - a meu ver quase deslumbrante - como conciliava os mandamentos salazarentos da mãe quanto à impossibilidade de manter a luz acesa à noite no quarto e o prazer da leitura antes de dormir. Inventar a luz debaixo dos lençóis - uma lanterna a iluminar o espírito.

Ela não sabe a força do que ilustrou mas também desconhece o lugar fétido onde nasce.

Uma ex-namorada diz ao condenado, com a subtileza que as suas pernas não têm, que as suas mãos não têm, que o seu rabo não tem, que as suas mamas definitivamente não têm, mas que os seus olhos têm, que ele não sabe amar.

Ele baixa os olhos, enrola as mãos uma na outra e treme durante 10 minutos.

-É grave, doutora?

1 Comments:

Anonymous Anónimo said...

That's a great story. Waiting for more. » » »

2/28/2007 08:23:00 da tarde  

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