segunda-feira, novembro 15, 2004

Uma originalidade

Com ano e pouco de um blogue que a amizade e a motivação para discorrer sobre os dias levou a criar encontra-se numa volta pelos arquivos posts de diferente escrita e perspectiva consoante as respostas, que aparecem em formatos diversos, que cada um dos três autores se propõe elaborar; sejam elas urgências na ordem do dia ou lembranças de folha resgatada ao cesto de papéis a existência de três inclinações políticas diferentes resulta em leituras com fundamentos distintos. Mas mais importante que a mera alteridade de opinião é a existência de um mesmo denominador comum que serve de motor: o ímpeto ávido do confronto quotidiano com a realidade. A originalidade de um blogue não inscrito em nenhuma etiqueta facilitadora da vida ao leitor, aventureiro por estas paragens, tem na diversidade uma força. Embora se conceda que a audiência não goste de ter o papel que lhe cabe dificultado e prefira a segurança de produtos acabados. Este estandarte que exibimos sem grande alarde - ao fim de ano e tal é a primeira vez que aqui se fala dele - onde na blogoesfera só encontra algum paralelo no Bar do Moe, tem na não institucionalização dos intervenientes uma das explicações, o que desde logo confere uma certa independência. Outra causa que se pode aliar é ainda mais óbvia e remete para a juventude de quem escreve. Pois abençoada juventude. Que busque na frescura de espírito a sua fonte recorrente e adie tanto quanto possivel o ingresso nas trincheiras onde a assinatura é de cruz, a primeira oferta uma granada e a aprendizagem principal o desbloqueio da cavilha com os dentes. Sendo certo que por cá, os abrigos são ainda menos cobiçados.