segunda-feira, maio 17, 2004

Europeias (II).

Irá ser interessante verificar quem preferencialmente vai dar o corpo ao manifesto a propósito das eleições europeias. O cabeça de lista da coligação PSD/PP praticamente ainda não apareceu nem interveio. A coligação espera adiar o debate, que se aguarda pouco edificante, até ser estritamente necessário. Durão Barroso sabe que o PS vai centrar tudo em questões de governação interna. O que vai estar em cima da mesa residirá na necessidade de os portugueses premiarem a coligação com uma derrota nas eleições, não derivado de o PS ter ideias precisas sobre a Europa e sobre as possibilidades e o papel de Portugal, ou mais importante, de as saber passar e conseguir sublinhar a diferença (se existir) mas simplesmente porque o governo merece um cartão vermelho. Naturalmente a linguagem tem que respeitar a maré futeboleira e Ferro Rodrigues aproveita para granjear simpatia em patéticas campanhas de rua, onde também distribui apitos. O líder do PS quer fazer destas eleições uma antecâmara de vitorias futuras. Necessita mostrar que tem capacidade para vencer e julga conseguir desta forma a sua sobrevivência política futura. Ninguém acredita que Ferro Rodrigues tenha condições para se apresentar a votos nas próximas legislativas, com uma derrota nas europeias o fim de Ferro apressa-se. O debate vai ser instrumentalizado para tirar partido de algum descontentamento do eleitorado em relação ao governo. Claro que isto não tem nada a ver com uma troca de ideias minimamente enriqueçedora sobre a Europa ou sobre os projectos de cada partido perante uma constituição supranacional de que os portugueses não conhecem contornos nem o que significa em concreto. O recente alargamento da UE seria um excelente ponto de partida se a agenda interna não se sobrepusesse. A abstenção impõe-se, e escusado vai ser lamenta-la, quando a novidade e o desempenho activo para a contrariar não existiu. Em condições ideais estas eleições seriam o mote para aumentar a informação e potenciar o esclarecimento acerca das transformações da EU, muito mais importante do que o mero confronto de programas, ou do que a agenda política imediata.

1 Comments:

Anonymous Anónimo said...

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2/21/2007 04:14:00 da manhã  

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