quarta-feira, abril 07, 2004

O meu professor de Finanças públicas sempre me disse que a questão do equilíbrio orçamental não era minimamente objectiva, que dependia dos critérios que escolhessemos e que a contabilidade era uma arte. Esse professor era o Prof. Sousa Franco, descrito pelos economistas afectos ao actual governo como aquele que nos lançou no caminho do pecado e perdição, perdão, do défice. Que não, não era asssim. Que com a Drª Manuela ia ser muito diferente. Que "isto ia entrar nos carris" (o que quer que isso queira dizer). Será que se lembraram de avisar o Ministro da Saúde? É que ele andou atentar maquilhar as contas dos Hospitais S.A. para serem melhores que os públicos.
Mais uma vez se confirma como a doutrina neo-liberal assenta em erros. O sector privado não é mais eficiente que o público, pelo menos em matérias de saúde. Tal como não o é em matérias de educação, segurança social, etc. Vivemos num Estado Social de Direito e o Estado tem obrigações para com todos nós. Independentemente dos interesses dos «boys» dos aparelhos partidários este é um princípio da social-democracia, não devia ter de ser eu a lembrá-lo. Olhem para a Suécia. As políticas neo-liberais conseguem que a economia cresça e que os ricos fiquem mais ricos, mas e os pobres? E a solidariedade? É que por acaso a fundação do nosso Estado assenta na dignidade da pessoa humana. Será que isso se compadece com certas alegadas poupanças nos hospitais?
A propósito de mentiras neo-liberais, lembram-se daquela que dizia que com a liberalização dos preços o preço da gasolina ia baixar?