Felizes os alheados*.
Escrevi um post aí para baixo que diz Eu no 25 de Abril de 74 não existia. Desculpem lá o mau jeito. Como se pode suspeitar o caso e' bem serio. Eu não conheço outro sistema político que não seja a democracia partidária. E diga-se que me parece ser o contexto mais conveniente. Nasci poucos anos após o 25 de Abril quando ainda andava tudo em bolandas e muito desesperava ser feito. Onde quero chegar: as opções políticas na actualidade não se fazem sem um longo jugo de sofrimento, uma travessia do deserto, muitas noites mal dormidas. Confortável posição tem quem já as fez no passado, quando as referencias eram outras, quando urgia escolher caminhos, as possibilidades eram todas, onde a pedagogia se aprendia na rua, na pratica, quando o fervilhar dos momentos exigia apostas rápidas, quando havia tudo para defender e se trocava constantemente de camisa. Quando existia mobilização. Não sabem, senhores e senhoras da blogosfera, a sorte que teem. Até sou capaz de invejar a vossa partidarite. A menos que a adesão se processe por clubite, por estatuto socio-economico ou, muito em voga, por fantasias pos-modernas, existe desde logo uma homogeneização pouco livresca, as identidades são brandas e os assomos são publicitários. Quem cresceu, quem se desenvolveu, 'a sombra dos anos finais do cavaquismo e, principalmente, dos anos iniciais do guterrismo não joga de igual para igual. Não há justiça em campo. Give me a break. E' injusto. Por vezes aterrorizo-me com o medo de sofrer de personalidade política múltipla. Acordo com suores. E ainda assim gosto de política. Doença que não sendo grave exige prolongada e complexa resolução. E' uma cultura mais aérea na qual fui fundado, a de Cavaco Silva e António Guterres. Mas não se pense que são tudo anseios, a minha situação e a de muitos como eu não e' precária por completo: permite um afastamento estratégico, uma presunção de honestidade, vantagens de crescer, atento, mas ideologicamente virgem. Revolução? a de mentalidades e' bem mais sofrida, muitos os avessos. Evolução? pompa a mais para um Portugal que, ora raios, havia de mexer. Mas meus amigos afastem para o lado a ingenuidade: sempre vos digo que vou tendo o meu fraquinho...
*e que morram como cães.
*e que morram como cães.
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