sábado, novembro 08, 2003

A velha "nova democracia"

Estive agora a ver uma reportagem sobre o congresso do novo partido, feito à imagem e semelhança do seu líder, o partido da "nova democracia" (ND). Não sei se é o meu pessimismo natural mas quando me apresentam algo como novo penso que não vai vir daí coisa boa. Aparentemente os meus receios confirmaram-se. O partido é apresentado como nem de esquerda nem de direita, que vai definir as suas políticas de acordo com "o coração", nas palavras de uma entusiástica militante... passo a traduzir: o que isto quer dizer é que não tendo nem sequer uma orientação ideológica a ND vai poder ziguezaguear as suas posições ao sabor das sondagens. Para além disso este "método" faz aumentar ainda mais a dependência do líder, uma vez que não tendo orientação geral o militante não sabe à partida a posição do partido face a determinada política até ao líder a afirmar... demagogia? Não!
Outra declaração curiosa que ouvi, desta vez a um militante barbudo: o facto de não ser de esquerda nem de direita vai permitir que este partido seja das pessoas que "admiram Fidel Castro e Pinochet ao mesmo tempo"... só uma pergunta... como é que se pode admirar um ditador que é um general fascista com políticas económicas ultra-liberais, aliado dos EUA e que reprime brutalmente qualquer oposição com um ditador que é um general comunista com políticas económicas de direcção centralizada da economia antigo aliado da URSS e actual da Coreia do Norte que reprime brutalmente qualquer... espera... é isso que eles têm em comum... Mas isso é bom?
Depois falou Manuel Monteiro... as opiniões do costume sobre os assuntos do costume... Demagogia? Não!
Só gostava de saber o que há de realmente novo nisto tudo.