domingo, novembro 02, 2003

Sejamos claros:

rituais de passagem e das piores idiotices que existem, nao seguindo nenhuma ordem especifica, vamos la:

-no topo da sequencia, todas aquelas coisas que se fazem em crianca na igreja para que as portas do ceu se abram; e afinal o 'ceu' nao existe.

-a celebracao familiar porque o menino fez pela primeira vez a barba; e afinal as borbulhas por ela provocada sao o que afasta as meninas.

-as praxes humilhantes; e a seguir sinto-me mais desintegrado que nunca.

-a fotografia com a menina vestida com a farda academica porque se 'formou'; mas depois nao encontra emprego.

-ter toda a gente gostado de Nirvana aos 15 anos porque 'fazia parte' (agora nao sei quem sera); e mais tarde ser 'beto' e conformista.

-fumar ganzas porque ja e altura de sermos independentes; quando passado uns tempos ficamos da droga dependentes.

-a celebracao do casamento porque agora sim somos responsaveis; e o divorcio uns anos apos com os filhos a chamarem-nos irresponsaveis.

-ir a Punta Cana e voltar com ares de quem e muito viajado; e nao conhecer Roma, Jerusalem e Nova Iorque.

-aparecer na TV 1 minuto que seja, pelo motivo mais disparatado do mundo e julgar-se catapultado para o estrelato; mas quando as luzes se apagam so fica a indignidade e a vergonha.

- e sim, ate o festejo infatigavel ano apos ano do aniversario; ate que estamos tao perto da morte que nao apetece festejar nada.

A vida nao pode ser pre-definida. Entre a vida e a morte tudo e uma grande passagem. As distracoes fazem perder tempo, depositar excessiva carga simbolica em certos momentos pode ser contraproducente e originar inuteis zangas com a vida.
A vida e demasiado preciosa para que nos zanguemos com ela, porque so temos uma. Unica. Uma vez desperdicada. Para sempre perdida.