segunda-feira, novembro 17, 2003

"E agora vamos em directo para..."

Nestes últimos dias alguns dos grandes heróis dos noticiários têm sido os próprios jornalistas. O que me fez lembrar uma das coisas mais inutil e que me irrita mais a já algum tempo: os directos desnecessários. E não falo daqueles directos género: "Estamos aqui com a familia do concorrente do Big Brother/Operação Triunfo/Um programa qualquer da sic que não me lembro mas do género", porque nesses casos não é o directo que é estúpido, é a notícia que é estúpida. Estou a falar de qualquer notícia em que se faz um directo, por exemplo, para a frente de um hospital onde está um ferido, ou qualquer coisa do género e em que o jornalista aparece à porta do dito hospital, só para dizer que não há novidades, os médicos não comentaram ou não houve confirmação do que quer que fosse e depois repetir o que o pivot já tinha dito. A utilidade do directo foi portanto para... dizer que não tinha descoberto nada... então... mas não era para descobrir que ele está ali? Para nos informar?
E quando vão em directo só para colher a opinião das pessoas que passam? E para quê? Toda a gente inteligente que eu conheço, foge à visão de uma camâra, quanto mais deixa que um jornalista lhe faça perguntas do género: "Então como é que se sente neste momento?". Isto quer dizer que as pessoas que normalmente são entrevistadas... deixam um bocadinho a desejar (sim, é um eufemismo). Mas quem é que lhes disse que eu quero saber o que é que as pessoas que passam na Rua de Sta Catarina ás 13h30 pensam sobre a fusão do átomo? Não seria melhor, não sei, falar com um especialista? Ou será que isso se tornaria "chato"?
Eu sei que a teoria é que um directo prende os espectadores, mas nem todos somos estúpidos e esta cena de nivelar por baixo está-se a tornar um bocado irritante.