terça-feira, novembro 25, 2003

Baraka, ou a importancia da arte.

O desenrolar do quotidiano, em principio, sera aquilo que identificamos como a realidade. Mais ou menos consciente, conforme as atitudes que adoptamos para encara-la.

Acrescentar, ou seja, adicionar algo a qualquer coisa que ja existe devia ser um comportamento obrigatorio a toda a pessoa saudavel. Infelizmente, os comportamentos de manutencao que rimam com conservar e defender sao os mais comuns.

Repentinamente entra-se numa sala de cinema e se temos o azar de calhar com um realizador de manutencao aquilo que poderia ser uma viagem interessante, torna-se um sono monotono para o espirito. Nao e sem razao que nos filmes dos realizadores de manutencao, que apenas existem para servir formatos financeiramente apelativos, as pessoas nao olham o filme como arte mas como 'lazer' e sendo assim nao o respeitam, respeita-se o que nao se conhece porque se torna potencialmente intimidatorio e confrontatorio, mas o comum origina um a vontade que permite comer na sala, fazer barulho, falar, rir extemporaneamente por tudo e por nada, e chegar ao final conseguindo contar tudo quase cena por cena, nao porque se tem uma memoria extraordinaria mas derivado da repeticao a que voluntariamente alguem se sujeita.

'Baraka' um filme-documentario de Ron Fricke que tive a sorte e a competencia de ir ver, levou-me para um mundo de indiscritivel e impressionante beleza. Esse mundo e o nosso, filmado de uma forma magistral e atento a complexidade das imagens. O filme e-nos apresentado de uma forma que extravaza o poder de captacao dos nossos sentidos, que a dada altura, inundados de beleza telurica escondendo historias longas, muito longas e complexas, choram de vergonha.