terça-feira, maio 31, 2005

SBSR

No ano passado o último dia do SBSR não teve estrutura organizativa para alancar com perto de 55 mil pessoas. Colmatados os erros e previstos os melhores cenários este SBSR teve a melhor organização de todos os festivais onde já estive. E não estou a falar dos carrinhos de choque mais MacDonalds... Sexta: um concerto de Incubus muito morno a valer pelos três ou quatro bons temas que o grupo tem e a terminar com o rapaz a mostrar os abdominais às poucas meninas presentes. System Of a Down, o pessoal da Arménia passa com distinção. Um grande concerto sempre a abrir do príncipio ao fim com laivos de loucura controlada nos temas mais «demoníacos». O público português conhece bem melhor o «Toxicity» e foi sobretudo com este que vibrou. No último album o declínio da sonoridade que caracteriza SOD é evidente numa evolução para uma banda punk/metal quase indistinta. Blasted Mechanism ouviu-se ao longe. Não quis estragar a boa impressão que tenho da banda desde Paredes de Coura/2003. Este «Avatara» não é definitivamente o «Namaste». Prestarei novamente atenção aos ET's na Doca Pesca. Prodigy assistido com uma t-shirt seca e com menos alcool no sangue deve ser algo diferente do que nas ditas condições menos atentas. Não faz correr atrás. Sabado: Expensive Soul antes de Black Eyed Peas acabou por ser uma boa ideia fora algumas letras serem um pouco questionáveis... Black Eyed Peas foi um verdadeiro espectáculo de palco de contágio rápido para o público. A ver sempre que possivel. Lotto por si só valia 5 euros do bilhete. Quanto a New Order posso dizer que o cachorro do Psicológico comeu-se bem. The Gift. É natural que em meia-hora consigam dar um óptimo concerto ou não fossem um dos melhores grupos nacionais. Moby transformou-se numa paixão recorrente. Uma simpatia em palco, assistir a um concerto dele é uma grande festa. No domingo ao contrário do que inicialmente planeara nem a curiosidade antropológica me levou ao parque do Trancão.

sexta-feira, maio 27, 2005

A resposta que eu gostava de ouvir

Vi nestes tempos de vitória do Benfica (Glorioso, sim, sou benfiquista, algum problema?) mais exemplos de jornalismo deplorável. Especialmente com crianças. Deve haver algo de especial numa criança que i) atrai qualquer jornalista num raio e 10 Km (5 KM, vá) e ii) os leva a fazer as perguntas mais estúpidas à face da terra.
Senão veja-se:
Na imagem vê-se um puto com uma camisola do Benfica e com o cabelo pintado de vermelho.
Pergunta automática: «És do Benfica?»
A resposta que eu gostava de ouvir: «Não, sou do Bayern de Munique, cujas cores por acaso até são azul e branco. Estava muito bem a festejar na Marienplatz no centro de Munique quando, de repente, fui sugado por um wormhole espácio-temporal e transportado aqui para o Marquês. No processo as minhas roupas mudaram de cor».

Na imagem vê-se uma criança às cavalitas de alguém com um sorriso de orelha a orelha.
Pergunta automática: «Estás contente?».
A resposta que eu gostava de ouvir: «Não, já passa da hora de ir dormir e tenho de aturar estes broncos a beber e aos berros. Sabe, não diga nada ao meu pai, mas eu até sou do Porto. Quem me dera estar a queimar cachecóis nos Aliados...».

Na imagem vê-se uma criança (pode ser a mesma, estou a ficar sem imaginação).
Pergunta automática: «Então, o que é que estás a achar?» ou, o meu favorito: «O que é que estás a sentir neste momento?».
A resposta que eu gostava de ouvir: «Estou chateado de morte. Nunca tinha visto tanta agitação na minha vida, nunca tinha estado acordado até tão tarde e no entanto... falta qualquer coisa... talvez uma flute de champanhe» ou «Sinto uma pontada aqui nas costas. Uma dor que começa aqui. E depois sobe. E dói-me a garganta. Deve ser destas correntes de ar. Por acaso não tem uma pastilha daquelas que fazem muito bem à garganta, pois não? A minha mãezinha bem me disse: leva o sobretudo, é que eu tenho um sobretudo, daqueles à Mourinho, sabe? Bem mas a verdade é que não trouxe. E agora faz-me falta. Pois.».

Na imagem vê-se um miúdo de 5 anos.
Pergunta automática: «Já viste o Benfica ser campeão?»
A resposta que eu gostava de ouvir: «Sim. Eu acredito na reencarnação. Acredito que há 11 anos atrás o espírito que hoje habita no meu corpo era um camionista de Leça da Palmeira que morreu 2 anos depois de ataque cardíaco.» ou «Sim. Eu sou médium e tenho flashbacks que me permitem ver o passado.» ou «Sim. Eu não só sou do Bayern de Munique, cujas cores por acaso até são azul e branco e estava muito bem a festejar na Marienplatz no centro de Munique quando, de repente, fui sugado por um wormhole espácio-temporal e transportado aqui para o Marquês, sendo que, no processo, as minhas roupas mudaram de cor, como, também no processo, rejuvenesci 20 anos!».

Mas nunca ninguém responde assim...

terça-feira, maio 24, 2005

Imparcialidade

Ele ainda não tinha tocado no assunto; melhor: já não aparecia há três semanas. Mas toda a gente falava.

sexta-feira, maio 20, 2005

Eurico de Barros chama «mulherzinha» a Pedro Mexia

Eu sou

Tenho muita consideração por quem se auto-proclama. Depois de Ratzinger se ter auto-proclamado Papa e de Mário Soares reafirmar diversas vezes dessa forma tão corajosa e mesmo heróica a sua senilidade é a altura de Kumba Ialá indicar que é ele o Presidente da República.

segunda-feira, maio 16, 2005

E Sábado é no Taborda

Imprimir e distribuir. E gajo que é gajo gosta de gaja que é gaja. O problema só surge quando existe défice em alguma das partes. Ou pior: nas duas.

Bom +

Bom qb para ir parar aos linques.

E viva a geração de 80.

O lado positivo

Feitas as contas só preciso de mais dois desgostos amorosos para conseguir acabar de ler os sete volumes do Em Busca do Tempo Perdido. Proust espera.

segunda-feira, maio 09, 2005

Ripa na rapaqueca

Marcou um estilo inigualável no relato desportivo que durante muitos anos vai pairar nas ondas da telefonia. Foi também com ele que aprendi a gostar do maior espectáculo do mundo. Cada vez que alguém gritar golo as bandeiras continuarão desfraldadas ao vento. Afinal é disto que o meu povo gosta. Jorge Perestrelo morreu aos 57 anos. De coração. Homem apaixonado.

sexta-feira, maio 06, 2005

Religião

Confirmam-se os receios das pessoas, depois da eleição do novo (salvo seja) Papa a Igreja Católica tornou-se muito mais conservadora. Mas muito mais.
Mas deu-me oportunidade de falar com os meus amigos católicos (sim, também tenho amigos católicos, graças a Deus) sobre a Religião. Uma amiga minha dizia que a Igreja nunca iria mudar a sua opinião em relação a certos assuntos, pois essa opinião não é mais que o reflexo daquilo que pensa uma parte da população. «O que é que queriam?» pergunta-me ela, «Uma Igreja que deixe os» vamos fingir que ela disse homosexuais «casar, e que diga, sim» vamos fingir que ela disse "façam o amor" «com quem quiserem? Essa não seria a minha Igreja... nunca mais iria à missa, nem a minha familia, nem grande parte das pessoas que lá vão».
E, no entanto ela usa a pílula e "faz o amor" com quem lhe apetece.
Hipocrisia?
Não, religião.

terça-feira, maio 03, 2005

Ele vai andar por aí

Vi ontem a entrevista de Santana na SIC Noticias. Muito ao estilo populista, sem gravata, camisa esgargalada, blazer azul escuro, cabelo com brilhantina... Tentou justificar a gafe do casamento... The whole treat.
Fiquei deprimido. Que saudades dos bons velhos tempos do governo Santana... Havia qualquer coisa para comentar todos os dias. Não faltava assunto. Era uma agitação, um entra e saí de Ministros, Secretários de Estado, Barcos do Aborto, túneis do amor ou do Marquês. E tudo gente bonita e arranjada que vai a “vernissages” e à Kapital e que aparece em revistas “do social”. Portugal foi posto no mapa. Corriam artigos nos jornais lá de fora como o nosso PM era um playboy... Tudo maldades, claro... Mas ainda assim, divertidas. E no fundo, nada de mau resultou, porque nada era decidido.
Até o alívio de o ver ainda no activo, na CML, é relativo. Depois de ele sair, como será? Corremos o risco de alguém realmente resolver o “problema” do Parque Mayer... e eu que estava a contar que aquilo caísse... E se calhar acabam mesmo o túnel do Marquês. E constroem mesmo um casino... Com ele lá tínhamos segurança. Nada se fazia. A não ser trapalhadas, gafes, incoerências... Era algo com que podíamos contar, algo de que podíamos depender. Com ele fora como será?

Resta-me a consolação de Santana ser como os ET’s. “Eles andem aí”. Ele também.


(Nota: Este Post é dedicado a todas as "Santanetes" deste mundo e da blogosfera em particular. Obrigada por existirem e por contribuírem para a estética deste mundo. É pena é o resto...)